Equipamentos serão destinados aos profissionais da Empresa que trabalham nas Estações de Tratamento de Esgoto
Em meio à pandemia do coronavírus, insumos básicos como álcool em gel e máscaras de proteção são grandes aliados na prevenção à Covid-19. Esses materiais são essenciais aos profissionais que não podem parar os trabalhos, mesmo quando grande parte da população segue em isolamento em casa. Fotos: Marco Peixoto (Caesb)
A Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), com o objetivo de diminuir a demanda do mercado e proteger os funcionários que estão na linha de frente para a continuidade dos serviços essenciais, está usando a impressora 3D da própria oficina para produzir máscaras “face shields”.
Elas são compostas por uma viseira transparente – feita com folha de acetato –, e um suporte para a cabeça produzido na impressora 3D. A ideia é que a Companhia complemente, com essas máscaras, os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) já usados pelos empregados.
O trabalho de produção é coordenado pelos engenheiros mecânicos da Caesb, Marcos Barboza, gerente de Engenharia e Desenvolvimento, e Eduardo Burgos, coordenador de Desenvolvimento da Manutenção. Os profissionais tiveram a ideia há cerca de duas semanas, quando pensavam em formas de ajudar neste momento de pandemia vivido mundialmente.
Após muita pesquisa na internet, avaliação de modelos criados em outros locais, consultas ao Hospital Universitário de Brasília (HUB), e testes, muitos testes, o projeto inicial foi desenvolvido no computador. Foram necessários três modelos prévios até chegar à versão final.
“Fiquei sensibilizado com as notícias de médicos de outros países com os rostos marcados pelas máscaras e pensei que poderíamos fazer algo para amenizar estes efeitos. A minha motivação foi o conforto e a proteção de todos que estão na linha de frente nesta guerra contra a Covid-19”, disse Eduardo Burgos.
Inicialmente, a produção dos protetores faciais é para utilização dos operadores das Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs). O item de segurança será usado com outros equipamentos de proteção individual e é facilmente higienizado e reutilizado.
A expectativa é entregar as máscaras ainda esta semana para os operadores da Caesb. Com resultados positivos, o objetivo da Companhia é expandir a produção e, com ajuda de doações, fazer máscaras para outros profissionais.
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, reconhece a importância da iniciativa. “Meu Decreto n° 40.546, do dia 20 de março, deu total autonomia às empresas públicas para definirem suas regras internas na prevenção ao coronavírus. Essa iniciativa da Caesb, ao fabricar as próprias máscaras para seus empregados, é mais uma medida do governo para preservar a vida dos profissionais que oferecem serviços essenciais à população e que não podem ser interrompidos”, afirmou Ibaneis Rocha.
O esforço e a dedicação dos empregados da Caesb, mesmo nesse período de combate ao coronavírus, são elogiados pelo presidente da estatal, Daniel Rossiter. “A pandemia mantém a população isolada em casa, mas o momento também gerou muitas demonstrações de criatividade e generosidade dos empregados da Caesb para ajudar os próprios colegas a cuidar de si mesmos e a lidar com o enfrentamento à Covid-19”, destacou o presidente.
Como funciona a produção
No computador, a base da máscara é desenhada em formato 3D e enviada para a máquina, onde é impressa com 65 finas camadas de plástico. A viseira é cortada manualmente e nada mais é que uma folha de acetato. Depois, é feita a montagem.
Os primeiros protótipos foram feitos de plástico ABS, mas os empregados fizeram adaptações e mudaram para o PLA – por ser mais barato e apresentar a mesma eficiência. Esse tipo de plástico é usado na fabricação de embalagens de cosméticos, de alimentos, garrafas, vidros, canetas, produtos médicos, entre outros.
“Trabalhamos para deixar a máscara mais leve e mais ergonômica, permitindo que os profissionais usem os equipamentos por mais tempo sem terem lesões na pele”, explica Eduardo Burgos.
Não houve gasto financeiro adicional na fabricação das máscaras para a Caesb, uma vez que o material utilizado está disponível em estoque na Empresa. Antes do coronavírus, o plástico e a impressora eram utilizados para a produção de peças de fundição dos equipamentos da Caesb e peças em plástico para a manutenção industrial. O aparelho eletrônico moderno é americano e foi adquirido pela Companhia no fim de 2018.
Todo o processo para a fabricação de duas máscaras leva duas horas e as peças já saem da impressora com o nome da Caesb. O custo de cada item é cerca de R$ 15 reais. As primeiras beiravam os R$ 40, mas as adaptações feitas pelos empregados permitiram a redução significante dos custos.
Os engenheiros Eduardo e Marcos estão se revezando diariamente para garantir a continuidade da produção. “Qualquer ajuda que pudermos oferecer para mitigar os efeitos da pandemia nos deixa satisfeitos. Tivemos todo o apoio da Diretoria da Caesb e começamos a produção. Queremos, enquanto Caesb, ajudar no combate ao coronavírus de alguma forma, seja para os nossos operadores ou para a rede de saúde do DF. Poder participar disso nos deixa realizados e felizes”, fala Marcos Barboza, gerente de Engenharia e Desenvolvimento da Caesb.
Doações
Com o aumento de casos de Covid-19, a alta demanda por esse tipo de material – considerado essencial para o trabalho dos profissionais da saúde – provocou escassez no mercado.
Pensando nisso, a Caesb pensa em produzir máscaras “face shields” para doar à Secretaria de Saúde do Distrito Federal, fazendo com que esses EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) cheguem às mãos de quem vai salvar vidas, atendendo casos de coronavírus.
Mas, para isso acontecer, a Caesb precisa de doações para adquirir novos materiais usados na produção e até uma nova impressora em 3D. Interessados em ajudar podem entrar em contato por meio do telefone (61) 3312-2062, ou dos e-mails [email protected] ou [email protected].