No mês em que se comemora o Dia Mundial da Hipertensão, especialista faz alerta para os riscos que a pressão alta traz ao coração
Doenças cardiovasculares estão entre a maior causa de morte entre os brasileiros. Segundo o Ministério da Saúde, por hora morrem 34 pessoas no Brasil vítimas de consequências de doenças relacionadas ao coração. Ao mesmo tempo, um em cada quatro adultos no país sofrem de hipertensão, que é considerado um dos maiores fatores de risco para doenças como infarto, arritmias e AVC. Para alertar sobre os riscos de ser hipertenso, comemora-se no dia 17 de maio o Dia Mundial da Hipertensão. A hipertensão, popularmente conhecida como pressão alta, é uma doença que se caracteriza pelos altos níveis de pressão sanguínea nas artérias. “Quando o sangue exerce mais força do que deveria contra as paredes das artérias, o coração acaba tendo que exercer mais esforço para que o sangue seja distribuído pelo corpo. A distribuição errada pode desencadear sérios problemas”, explica Dr. Bruno Jardim, cardiologista do Instituto do Coração de Taguatinga (ICTCor).
Tem cura?
Infelizmente, a resposta é não. Porém, mesmo não tendo cura, a hipertensão tem tratamento e pode ser controlada. “O médico é quem vai decidir qual o melhor tratamento para cada paciente, pois cada caso é um caso, mas geralmente é medicamentoso”, aponta. O diagnóstico só pode ser feito por meio da aferição regular da pressão, que é recomenda-se fazer a cada um ano para pessoas com mais de 20 anos. Para indicar hipertensão, os valores devem ser iguais ou maiores que 140/90 mmHg (ou 14 por 9).
Por se tratar de uma doença silenciosa, que não apresenta sintomas, deve-se tomar cuidado e ficar atento à prevenção. “Às vezes a hipertensão é hereditária, mas em muitos casos a simples adoção de hábitos saudáveis pode diminuir os riscos de ser acometido”, garante Dr. Bruno. Evitar alimentos muito gordurosos e com grandes quantidades de sal, praticar atividades físicas regularmente, para de fumar e moderar na bebida alcoólica são algumas das práticas que facilitam uma vida longe da pressão alta.
Hipertensão e o AVC
O acidente vascular cerebral, popularmente chamado de derrame, é uma resposta às contínuas agressões da pressão alta nas paredes dos vasos. Com o passar do tempo, as artérias da cabeça não conseguem se dilatar e correm o risco de entupimentos. Dentro desse quadro, os picos de hipertensão podem contribuir para que os vasos entupam ou até se rompam, deixando assim de levar suprimentos para os neurônios. Entre as consequências do AVC estão: alto índice de mortalidade, sequelas motoras e cognitivas.
Hipertensão e o Infarto
A hipertensão arterial aumenta o risco de desenvolvimento de diversas doenças cardiovasculares, uma das mais importantes é, sem dúvida, o infarto agudo do miocárdio. Com o aumento da pressão sanguínea dentro das artérias, o coração passa a trabalhar mais, engrossando a parede das artérias e, assim, dificultando a passagem de sangue. Essa falha na irrigação prejudica a oxigenação, sendo assim o músculo começa a trabalhar de forma excessiva para compensar essa “falha na irrigação”. Se o sangue não chega, partes do órgão morrem com a falta de oxigenação. E é assim que acontece o infarto.