Morreu no Rio, em decorrência de embolia pulmonar, a jornalista Anna Ramalho, aos 73 anos, um dos ícones do colunismo carioca. A jornalista estava internada na Casa de Saúde São José, desde sexta-feira, e tratava um câncer de pulmão.
Ao longo de quase cinco décadas de jornalismo foram inúmeros os furos de reportagem que deu. Ramalho começou a trabalhar em 1971 nas revistas Manchete e Pais & Filhos. Depois, na sucursal de O Estado de São Paulo, no Rio de Janeiro, na agência de publicidade JMM, e, em 1977, entrou no jornal O Globo, como repórter de Fernando Zerlottini e Carlos Leonam, na Coluna Swann, quando assumiu Ricardo Boechat e, e, a partir de1986, com Fred Sutter.
Em 1990, Anna Ramalho foi trabalhar como uma das editoras da Coluna Zózimo, no Jornal do Brasil, a convite de Zózimo Barrozo do Amaral. Em 1992, foi, com Fred Suter, para o jornal O Dia, como editora interina de Fred Sutter, e, também, como editora da Coluna Balaio, publicada aos sábados.
Em 2000, voltou ao Jornal do Brasil, a convite de Ricardo Boechat, para assinar uma coluna de notas, e por sugestão de Ziraldo, para escrever crônicas. Em 2009, paralelamente ao seu trabalho no Jornal do Brasil, ela criou seu próprio site de notícias, o Portal da Anna Ramalho. Durante a pandemia Anna Ramalho fez 150 lives com políticos, empresários, artistas, intelectuais e jornalistas, e criou o Papo na Rede, com Gilda Mattoso e Aloísio de Abreu, em seu canal, no Instagram, onde conversavam e riam sobre assuntos da atualidade.
Em abril, Anna Ramalho recebeu a notícia de que estava com câncer, dois tumores malignos no pulmão esquerdo. Sem perder o bom-humor que sempre caracterizou seu estilo de escrever, comentou sobre o assunto em seu portal. Fez tratamento de quimioterapia e radioterapia, postou nas mídias sociais fotos de cabelos curtos e de perucas e levava com humor a doença. Chamava os tumores de “meus milicianos” e repassava figurinhas de WhatsApp com o novo visual.
Segundo a família, até o último dia, fazia piada da situação, levando com humor a dureza da doença.
Anna Ramalho deixou um único filho, o chef Christiano Ramalho; a nora, Carolina; as netas Antonia e Olivia; a única irmã, Bel Monteiro; e os sobrinhos, Clara Amado e Guilherme Amado, que seguiu a tia na profissão.
“Minha tia sempre foi uma referência de ética e comprometimento. Ela trabalhava o dia inteiro. Saía de casa de manhã e voltava de madrugada. Era uma época em que os grandes furos estavam associados com a agenda do high society”, disse o jornalista Guilherme Amado, sobrinho dela.
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O velório será nesta quinta-feira, 28 de julho, no Memorial do Carmo, no Caju, de 13h às 16h. Será aberto a amigos e leitores de Anna.