Evento contou com o apoio de diversos parceiros e divertiu a população idosa com a caminhada, atendimentos, atividades culturais e de saúde
O SESC-DF promoveu neste domingo (18), a ‘Caminhada da Memória’, evento que tratou da temática de demências, com foco na doença de alzheimer, chamando a atenção sobre a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do cuidado necessário. Essa foi a primeira edição do evento social e esportivo, que foi promovido com o apoio de diversos parceiros e reuniu 700 pessoas no estacionamento 13 do Parque da Cidade, com programações para toda a família.
Bel Kis, de 72 anos disse que o SESC de Brasília é nota 1000. “Eu parei um pouco na pandemia, mas agora estou muito ativa, eu frequento o projeto “Mente Viva” do SESC e lá eu fui informada sobre a caminhada e hoje estou muito feliz de participar com a minha amiga”.
O SESC-DF, UnB, coletivo Filhas da Mãe e ONG Rodas da Paz ofertaram diversas atividades ao público do evento no Parque da Cidade, como palestras, exibição de bicicletas, tenta sensorial, massagem, Tai Chi Chuan, informações sobre envelhecimento saudável, atendimentos de odontologia e muito mais.
“É um momento de muito orgulho e satisfação poder realizar essa ação, que busca favorecer os idosos, a socialização, estímulos a atividades físicas e cognitivas. Tudo isso para ajudar a pessoa idosa a envelhecer com saúde e bem-estar. Todas as inscrições foram encerradas conforme o previsto e estamos muito agradecidos por toda a equipe do Sesc que se empenhou para que este evento fosse um sucesso. Agradeço também a todos os parceiros , UnB, coletivo Filhas da Mãe, Senac e outros que fizeram com que este evento ocorresse de forma exitosa”, frisou o diretor regional do Sesc-DF, Valcides de Araújo.
A manhã foi toda repleta de sorrisos e satisfação, por parte dos idosos presentes e também, familiares, que trouxeram até mesmo os seus pets para a caminhada. A população de pessoas idosas acordou cedo para prestigiar o evento, que teve entre 400 a 800 metros por volta. A grande vitória era dar quantas voltas conseguisse e finalmente chegar ao ponto de partida e chegada. A população de Brasília pôde desfrutar de muitas atividades, com música e dança. Os idosos dançaram e se divertiram muito ao som de com os cantores Messias, Adriano e Clara Ana (e perna de pau).
Sob a ótica do coordenador de Esporte e Lazer do Sesc-DF, Gustavo Schmarczek Beier, a conscientização é fundamental nessa prevenção. “A Doença do alzheimer, neurodegenerativa, se caracteriza por declínios cognitivos, motores e funcionais que tendem a progredir com o avanço da doença. A atividade física, hoje representada no evento, pela caminhada, torna-se fundamental dentro desse processo, contribuindo para a qualidade de vida dos idosos”, apontou.
Lenilde Santos Borges, com 82 anos, estava muito feliz com a caminhada. “Acordei cedo e estou adorando tudo aqui, tem muitos idosos que quase não saem de casa e o SESC faz esse trabalho de incentivo. O SESC é bom demais, eu falo que o SESC é a minha segunda casa, moro sozinha e meus filhos já são todos casados e eu gosto muito. Hoje na atividade sensorial de cheiros eu acertei 9 das 10 perguntas sobre plantas, estou muito feliz. Enquanto Deus me der saúde eu quero continuar nessa vida ativa de idosa, não me importo de envelhecer, desde que seja com saúde”, disse a idosa, que também realiza diversas atividades no SESC – Guará, como hidroginástica, artesanato e coral.
O SESC-DF e demais organizadores do evento contaram com de parceiros como a OnG Rodas da Paz, Instituto Tocar, Bike Anjos, Grupo Caminhadas de Brasília (GCB), Grupo Trilheiras de Brasília, Grupo Caminhadas Históricas/Candangolândia, Grupo Caminhantes do Cerrado (CDC) e Senac-DF.
Leides de Azevedo Moura é professora e coordenadora do Grupo De Trabalho E Envelhecimento Saudável da UnB e disse que o SESC conseguiu reunir os coletivos e isso é muito importante, “É um mérito incrível, nessa puxada de consciência, em um dia que precisa ampliar o protagonismo nosso enquanto sociedade, de cuidado para pessoas com Alzheimer, seus familiares e seus cuidadores, cada vez mais ampliar a consciência sobre essa doença. A caminhada veio mostrar o quanto esse cuidado é importante, além de toda a participação da sociedade para dizer que estamos juntos, esse projeto é de todos nós, vamos valorizar as pessoas cuidar delas com dignidade”.
Conceição Ferreira, de 79 anos, presente na caminhada disse que acordou cedo porque já é praticante de esportes há anos, “Na juventude eu fui jogadora de vôlei muito respeitada e com muito orgulho, sempre fui ativa, faço caminhada e pilates e hoje peguei minha camiseta e vim para a caminhada, eu gosto muito de andar, me senti muito bem porque me considero uma jovem senhora, no fim do ano eu farei 80 anos e hoje estou muito contente com esse evento, disse.
“É maravilhoso estar aqui nesta caminhada, para crescer, reviver e renovar as nossas mentes, eu me sinto mais vivida e não idosa, meu espírito é de jovem. O SESC é meu lugar, é minha vida, eu amo o SESC e sou feliz, já tem mais de 15 anos que eu participo lá fazendo hidroginástica e academia”, disse a Maria Vasco da Silva, 71 anos.
Para a coordenadora geral da ONG Rodas da Paz, Renata Aragão, foi um evento com excelente resposta do público. “Pra qualquer direção que se olhe, as tendas estão lotadas. A experiência de hoje nos mostrou que existe uma demanda reprimida por eventos gratuitos focados em bem-estar, autocuidado, informações sobre saúde, com atividade física. A Caminhada pela Memória para a conscientização sobre alzheimer cumpriu esta missão e foi maior do que tudo que possamos dizer. Agradecemos ao convite do coletivo Filhas da Mãe, agradecemos ao Sesc pelo patrocínio e profissionalismo e a todas as Ongs parceiras”, disse.
A professora do curso de enfermagem da Universidade de Brasília (UnB) e coordenadora da Liga Acadêmica de Gerontologia e Geriatria da UnB, Kela Cristiane, disse que esta iniciativa promovida pelo Sesc-DF é extremamente importante. “ Estamos, enquanto instituição, trazendo um pouco de conhecimento para a sociedade, sobre fatores de risco para a demência, especialmente o alzheimer. É importante que a gente consiga promover oportunidades de reflexão no sentido da prevenção. Atualmente mais da metade dos casos são preveníveis e a gente pode atuar, promovendo e compartilhando conhecimento com a sociedade”, apontou.