Por Mauro Magalhães – Ex-deputado e empresário.
Na última semana, muitos amigos e pessoas importantes, na vida de todos nós, partiram para o céu.
Entre eles, a grande compositora Sueli Costa, o querido cartunista, Paulo Cartão, irmão gêmeo de Chico Caruso, o jornalista esportivo Márcio Guedes e o inesquecível trabalhista histórico, Trajano Ribeiro.
Signatário da Carta de Lisboa e fundador do PDT, Trajano Ribeiro tinha 79. Estava bem. Passou mal, no sábado do desfile das escolas campeãs de Carnaval, foi internado na Casa de Saúde São José, não resistiu e faleceu, deixando, em todos nós, um sentimento de surpresa, lamentação por não ter dado tempo de uma despedida de verdade daquele amigo certo, das horas boas e más, que prestigiava todos com sua presença, em festas de aniversário, casamentos, solenidades oficiais, velórios, sempre presente.
Advogado, Trajano Ribeiro ainda atuava. Diariamente, em seu escritório, no Centro da Cidade.
Profissional da política e do Turismo, foi presidente da Riotur e Secretário de Turismo, no governo de meu amigo, Leonel Brizola.
Embora tenha sido adversário político, nos tempos em que Carlos Lacerda governou o antigo Estado da Guanabara ( eu era da UDN de Carlos Lacerda, mas, depois, fui para o MDB e participei da Frente Ampla), eu me aproximei de Leonel Brizola quando ele tomou posse, como governador, em 1983.
Eu era dirigente da ADEMI e convidei o governador Leonel Brizola para a inauguração de um shopping na Zona Norte.
Brizola, político e gentil, aceitou o meu convite e compareceu , com Dona Neuza, seus filhos e a neta, Laila , que, ainda, era pequena.
Desde então, fiquei amigo de Brizola.
E, foi nessa época que me aproximei do querido Trajano Ribeiro.
Casado com Maria Goulart, sobrinha de João Goulart e de Neuza Goulart Brizola, Trajano Ribeiro deixou os filhos Augusto e Luciana.
A missa de sétimo dia será rezada nesta quarta-feira (dia 8 de março), às 18h30, na igreja de Nossa Senhora da Paz, em Ipanema.
Ao lado de Leonel Brizola, Carlos Lupi e Manoel Dias, Trajano Ribeiro participou de todos os momentos históricos vividos pelo PDT, desde a sua fundação, na época da redemocratização do país.
Amigo fiel , ele escreveu , junto com Clóvis Brigagão , um maravilhoso livro sobre Leonel Brizola, editado pela Paz e Terra.
Eram tantas as histórias que Trajano Ribeiro tinha sobre Leonel Brizola que ele ainda pensava em escrever um segundo livro.
Mas, não deu tempo e o nosso amigo querido teve que partir.
Foi Trajano Ribeiro quem assumiu, logo no início, o Carnaval, no Sambódromo construído por Darcy Ribeiro e Leonel Brizola.
Amigo dos jovens, Trajano Ribeiro estava sempre disposto a ouvir a juventude.
Ele foi líder estudantil, em Porto Alegre, e , desde o início de sua carreira na política, foi seguidor de Leonel Brizola.
Trajano Ribeiro foi um grande democrata. Vai se juntar a outros grandes amigos que partiram.