Em plena era tecnológica, de conhecimento avançado, um grande número de mulheres ainda é surpreendido com os sintomas da menopausa. Sem saber identificá-los ou relacioná-los a um ciclo do corpo feminino, o desconhecimento pode levar à busca por tratamentos ‘milagrosos’ nem sempre seguros
Os ‘chips’ de hormônios, muito em uso atualmente, prometem aliviar as restrições e desconfortos da meia-idade, mas também podem se revelar perigosos, pois muitas vezes não são manuseados por profissionais com a habilitação necessária, observa a endocrinologista Denise Iezzi, do Hospital Sírio-Libanês.
“Há muitos tipos deles no mercado. Alguns não dá para ter ideia do que têm dentro. Também há quem fale em uso de hormônio bioidêntico, algo que ainda nem foi lançado, o que dizem ser de laboratório de manipulação simplesmente não existe, está servindo só para alguém ganhar dinheiro”.
Para a endocrinologista, é importante tornar conhecidos os sintomas da menopausa, que são naturais e consequência do fim da fertilidade do organismo feminino. Por outro lado, saber o que é possível fazer para atenuar incômodos e mal-estares sem comprometer a saúde.
“O chip tem suas vantagens para reposição hormonal de mulheres em menopausa devido à sua praticidade”, considera a Dra. Denise Iezzi. “Você implanta na área subcutânea e pronto, fica lá. A questão é que se atinge uma concentração muito alta do hormônio ali e a conversão da progesterona em testosterona varia de pessoa para pessoa, não é algo previsível, e por isso ocorrem de algumas mulheres aparecerem com a voz grossa, a pele manchada (igual em gestação), clitóris grande, mas se achando a última bolacha do pacote, porque há entre os efeitos a sensação de bem-estar, o ganho de massa muscular. O problema é que em algumas mulheres as enzimas do fígado vão para o espaço e não dá para saber quanto se vai atingir de pico de hormônio em cada caso, é meio imprevisível”, destaca.
*Dra. Denise Iezzi* médica endocrinologista do Hospital Sírio-Libanês, especializada em diabetes, é fonte para diabetes e seus problemas decorrentes, hipertensão, *reposição hormonal, chip de beleza e relacionados*.
*Mini-bio*
Denise Iezzi é graduada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo com residência em Clínica Médica e em Endocrinologia / Metabologia também pela Universidade de São Paulo.
Recebeu o título de especialista em Endocrinologia e Metabologia pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Atualmente, além de atender em seu consultório na capital paulista, é colaboradora do Núcleo de Diabetes do Hospital Sírio Libanês, médica pesquisadora do Instituto Sírio Libanês de Ensino e Pesquisa e membro do corpo clínico do Hospital Sírio Libanês.