O Sonhador Pragmático
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O Sonhador Pragmático

Por Mauro Magalhães –  Ex-deputado e empresário.
Nesta quinta,  dia 25 de maio, às 19h, no point cultural Nosso Drinque,  na Barra da Tijuca,  eu vou relançar a quarta edição de meu livro “Carlos Lacerda- O Sonhador Pragmático”, editado (e lançado), em 1993.
Até hoje, são bem atuais  as  minhas memórias e as memórias de todos os que participaram de momentos históricos,  no Brasil,  desde os governos de Getúlio Vargas. A História é fundamental para que a população tome consciência do que é.
 Ter conhecimento sobre a sua história faz parte da cidadania.
  Como se eu pudesse olhar de fora,  ao fazer uma análise de meu livro “Carlos Lacerda – O Sonhador Pragmático”, essas memórias não são somente sobre o ex-governador do antigo Estado da Guanabara,  jornalista,  político,  grande tribuno que cresceu na militância comunista,  passou por um caminho à direita e morreu,  quando já estava no caminho das artes e da literatura,  voltado para suas pinturas ( ganhei muitos quadros,  de presente,  que Lacerda pintou), seus livros,  editados pela sua editora,  Nova Fronteira,  suas poesias,  suas lembranças que o inspiraram e o tornaram forte  nos momentos   de fragilidade.
Eu,  em minha fase atual de 88 anos dedicados à vida pública e aos amigos,  considero que a parte que conta a história da Frente Ampla – movimento criado contra a ditadura militar,  com a participação de Juscelino Kubitschek,  João Goulart e Carlos Lacerda- foi a que me deu mais prazer em escrever.
A Frente Ampla reuniu adversários históricos.
Jamais esquecerei do ato de proibição da Frente Ampla,  pelo ministro da Justiça,  na época,  Gama e Silva,  em 1968.
A portaria publicada no Diário Oficial,  contra a Frente Ampla,  abriu caminho para que o General Costa e Silva,  que presidia o Brasil,  em 1968, para, pelo AI- 5, cassar, a partir do  dia 13 de dezembro, juscelinistas,  janguistas e lacerdistas.
Desde 1969, lembro de minha cassação , pelo AI- 5, sempre que chega o mês de abril ( fui cassado em abril de 1969).
Os lacerdistas que estavam na UDN apoiaram a Frente Ampla porque todos achavam que aconteceriam eleições em 1965.
No livro ” Carlos Lacerda -O sonhador pragmático “, eu conto como conheci Lacerda,  em um comício da Favela do Esqueleto,  perto da UERJ. Eu me filiei à UDN,  em 1961. Por sugestão de jornalistas amigos de Carlos Lacerda.
Em 1966, fui para o MDB e ali também fiz muitos amigos.
O livro mostra,  também,  fotos de Carlos Lacerda em visitas às obras do Túnel Rebouças. E, ainda,  traz registros do encontro que o ex-governador do antigo Estado da Guanabara teve com o ex-presidente Kennedy, com João Goulart ( em Montevideo), etc.
Lembro,  ainda,  da amizade de Lacerda com Hélio Fernandes e Raul Brunini,  entre outros.
E, ainda, conto a história do rompimento de Carlos Lacerda com o General e ex-presidente Castelo Branco.
É claro que eu não poderia deixar de homenagear o meu grande amigo e jornalista,  Walter Cunto , assessor de imprensa de Carlos Lacerda,  no Palácio Guanabara,  que ficou com todo o acervo do ex-governador e político.
Walter Cunto e sua família me entregaram o acervo de Carlos Lacerda,  depois que todos morreram,  pois eu era o único lacerdista vivo que promovia homenagens póstumas ao ex-governador,  nas datas que recordavam seus aniversários de morte e nascimento.
Depois desse relançamento , na Barra,  pretendo relançar o livro,  em Petrópolis,  onde Carlos Lacerda encontrou muitos momentos de paz,  depois que foi cassado.