Por Mauro Magalhães – Ex-deputado e empresário.
Nessa última terça-feira, dia 12 de setembro, foi o aniversário do inesquecível presidente Juscelino Kubitschek.
Nascido em Diamantina, no dia 12 de setembro de 1902, o grande político foi um exemplo de ser democrático.
Juscelino Kubitschek (1902-1976) esqueceu as mágoas que tinha de seu adversário na política, Carlos Lacerda, para, junto com o ex-governador do antigo Estado da Guanabara e junto com o ex-presidente João Goulart, participar do movimento A Frente Ampla, do qual eu tive a honra de participar, junto com o ex-deputado federal e ex-ministro, Renato Archer, com o ex-deputado José Gomes Talarico, o ex-vice-governador, Rafael de Almeida Magalhães, com meu amigo e combativo jornalista, Hélio Fernandes, entre outros.
Juscelino foi o 21°presidente do Brasil.
Na campanha de JK 55 – candidato pelo antigo PSD de Getúlio Vargas- em chapa com João Goulart – pelo antigo PTB , também getulista-, como candidato a vice-presidente, eu votei no adversário, Juarez Távora, que concorreu pela extinta UDN. E, ficou em segundo lugar, seguido por Ademar de Barros, do PSP, o terceiro colocado.
Mineiro, de nascimento, e carioca, de coração, eu e minha família éramos simpatizantes da UDN, naquele tempo.
As eleições de 1955 aconteceram logo depois do traumático suicídio de Getúlio Vargas, em 24 de agosto de 1954.
Com a morte de Getúlio Vargas, assumiu a presidência da República o vice-presidente, Café Filho, que teve o apoio da UDN.
Em novembro de 1954, com problemas no coração, causados por um ataque cardíaco, Café Filho teve que se afastar da presidência da República. E, em seu lugar, assumiu o então presidente da Câmara dos Deputados, Carlos Luz.
Carlos Luz envolveu-se em conspiração contra a posse de Juscelino-eleito no final de 1955- e o Congresso Nacional decidiu que os últimos dois meses de presidência da República seriam ocupados pelo presidente do Senado, na época, Nereu Ramos.
Lembro-me bem do jingle da campanha de JK, em forma de marchinha de carnaval, que dizia: ” Juscelino Kubitschek é o homem, que, além de patriota, é nosso irmão, Brasil, vamos para as urnas, Juscelino para presidente do Brasil”.
No Rio de Janeiro, Juscelino Kubitschek teve uma excelente votação, em 1955. Mas, ele não teve apoio do Rio Grande do Sul, Pernambuco e Santa Catarina.
Mas, o governo JK foi pacífico e desenvolvimentista.
Moderno, ele construiu Brasília e ajudou a atrair a população para o Centro-Oeste.
Foi um governo inesquecível.
Juscelino foi o primeiro presidente civil, desde Artur Bernardes, a cumprir seu mandato na íntegra .
Com seu slogan, “50 anos em 5”, ele arrancou elogios até de seus mais duros adversários políticos.
Conseguiu emplacar a indústria automobilística. E, houve, no Brasil, um modelo de crescimento econômico, apesar da inflação.
Em seu governo, Juscelino Kubitschek lançou o Plano de Metas.
Mas, na minha opinião, o melhor de tudo, no governo JK, foi a ampla convivência democrática.
Ele enviou confronto com seus inimigos políticos. Deu anistia aos militares que quiseram impedir sua posse.
Na UDN, os apoiadores de Juscelino Kubitschek ficaram conhecidos como a UDN “chapa-branca”. E, muitos udenistas trabalharam em seu governo.
Juscelino Kubitschek foi um dos melhores amigos que tive, após minha cassação, em abril de 1969, por ter participado da Frente Ampla.
Tenho muitas saudades dele.
Lembranças eternas de JK.