Mauro Magalhães *
* Ex-deputado e empresário.
De formação republicana, desde a minha infância comemoro a Proclamação da República, no dia 15 de novembro.
De acordo com os historiadores, a Proclamação da República é considerada uma das datas mais importantes da História do Brasil.
A República foi proclamada a partir de um movimento articulado entre o Exército Brasileiro e os civis, insatisfeitos com a monarquia, em vigor desde 1822.
A Proclamação da República aconteceu no dia 15 de novembro de 1889.
O Marechal Deodoro da Fonseca liderou os militares que cercaram o gabinete ministerial e prenderam o Visconde de Ouro Preto ( primeiro-ministro, na época).
Atualmente, os historiadores se referem à Proclamação da República como um golpe de Estado político-militar, que instaurou a forma republicana presidencialista, no Brasil.
Com a Proclamação da República, foi encerrada a monarquia constitucional parlamentarista do Império, que destituiu o Imperador, Dom Pedro II.
A Proclamação aconteceu no Rio de Janeiro, onde hoje é a Praça da República.
Foi instituído um governo provisório Republicano, que se tornaria a Primeira República do Brasil.
Entre os diversos fatores que levaram o Império a perder o apoio de militares e civis que ajudaram a proclamar a República, os historiadores citam as críticas à ausência de iniciativas da monarquia em relação ao desenvolvimento econômico do país.
Os políticos também criticavam o regime de castas e o voto censitario, que se dava com base na renda anual dos eleitores.
Havia protestos, ainda, contra ausência de um sistema de ensino universal, em relação a todos os países do continente, que já eram republicanos.
A população gostava de Dom Pedro II. Mas , todos comentavam que não haveria um terceiro reinado e que a monarquia deixaria de existir depois que morresse o Imperador.
Havia um repúdio público ao príncipe consorte, Conde D’Eu, que tinha fama de arrogante porque não falava português ( falava, direto, com sotaque francês) e era dono de cortiços no Rio de Janeiro.
O certo é que questão econômica influenciou muito para que acontecesse a Proclamação da República, sem nenhuma reação popular ou do grupo ligado a Dom Pedro II.
O Império já tinha perdido o apoio dos grandes proprietários rurais, desde a decretação da Lei Áurea, de 1888.
Havia também a questão religiosa. Em 1872, bispos de Olinda do Belém do Pará decidiram seguir, por conta própria, a orientação do Papa Pio IX, de exclusão dos maçons da Igreja Católica. E, por isso, chegaram, até, a serem presos ( com a intervenção de Duque de Caxias, que era amigo do Imperador e, também, maçom).
Com a Proclamação da República, Dom Pedro II, que estava em Petrópolis, teve que retornar ao Rio de Janeiro. E, logo depois, exilou-se, com a família, na Europa.
A República é, hoje, o regime aceito pela maior parte do mundo.
Em seu livro, Os Donos do Poder, Raymundo Faoro escreveu que ” a verdadeira ameaça da República está no uso do poder e não na forma institucional “. Está nos fins e não nos meios.