A sucessão do Papa Francisco
Rio de janeiro

A sucessão do Papa Francisco

Aurélio Wander Bastos*
* Professor Emérito da UniRio. Acadêmico da Academia Luso- Brasileira de Letras .
   Eleito no dia 13 de março para ser o Papa da Igreja Católica,  bispo de Roma e Soberano da Cidade do Vaticano,  Francisco ( Buenos Aires,  17 de dezembro de 1936- Vaticano,  21 de abril de 2025) fará muita falta, no mundo.
   Primeiro Bispo de Roma a ser membro da Companhia de Jesus,  o primeiro Papa nascido em um país das Américas e do Hemisfério Sul,  destacou-se pela humildade,  compromisso com os pobres e com o ecumenismo, apesar de não concordar com o capitalismo ” selvagem”, manteve a visão tradicional da Igreja católica,  em relação ao aborto,  casamento, ordenação de mulheres,  celibato,  etc.
   Defensor da paz, teve forte influência da Companhia de Jesus.
    Ingressou no noviciado da Companhia de Jesus em 1958.
     Formou-se em Filosofia, em 1960, pela Universidade Católica de Buenos Aires.
     Graduou-se em Teologia, em 1969, fez os últimos votos, na Companhia de Jesus, em 1973.
     Foi reitor da Faculdade de Filosofia e Teologia de San Miguel,  de 1980 a 1986. E, fez doutorado na Alemanha.
     Foi nomeado pelo Papa João Paulo II,  em 1992, para ser o Bispo Auxiliar de Buenos Aires.
    Tornou-se Arcebispo metropolitano de Buenos Aires, em 1998.
     Passou a ser o cardeal-presbítero de São Roberto Belarmino,  em 2001. Quando foi nomeado,  convenceu centenas de argentinos a não viajarem para Roma e pediu que dessem dinheiro aos pobres,  ao invés de irem ao Vaticano.
     Nascido com o nome de batismo,  Jorge Mario Bergoglio, quando foi eleito Papa,  em 2013, escolheu o nome de Francisco em uma referência a Francisco de Assis.
    Depois de ter sido eleito , o Papa Francisco continuou a usar o mesmo crucifixo que usava,  antes,  no início de sua vida religiosa. E, mostrou um estilo bem mais simples,  coerente com o dos jesuítas com votos de pobreza.
     Dispensou luxos, até no testamento que deixou sobre os detalhes de seu funeral.
    Francisco morreu no dia 21 de abril,  em decorrência de um acidente vascular cerebral, seguido de um quadro de insuficiência cardíaca.
    No noticiário sobre as linhas ideológicas dos Cardeais com potencial eletivo,  duas tendências se sobrepõem.
   A primeira tendência é aquela que fortalece o respeito à dignidade humana.
  A outra  é a da moderação autoritária, reoresentada pelo Cardeal da Hungria.
    Na primeira linha de tendências,  todos os cardeais citados são indicados como sensíveis à humildade, assim como demonstram o seu reconhecimento às diferentes manifestações homoafetivas.
   Há, também,  os que buscam uma
 aproximação popular. Mas,  na verdade, não existem candidatos com proposições politicamente mais avançadas ou  à esquerda.
   Essas posições finais marcam a proposições de todos os italianos.
 Os cardeais italianos integram o maior Colégio.
   Não há qualquer possibilidade de um Papa conservador vir a ter oportunidade de ser eleito,  mas as propostas progressistas que o Papa Francisco pretendeu viabilizar não avançaram ,assim como as mudanças na estrutura da Igreja também não tiveram sucesso.
    A  posição do Papa Francisco ficou marcada pelas aberturas humanistas  que deu à Igreja Católica e por seu discurso  contra a pobreza.
    O que marcou mesmo sua posição foi a luta para que o reconhecimento de práticas humanistas alternativas fossem reconhecidas.
    O Papa Francisco poderia,  se tivesse tempo,  ter sido aclamado como o  João XXIV.
     Tomara que neste próximo conclave,  o desejo de Francisco se realize e seja eleito o Papa que poderá realizar os sonhos que ele não conseguiu concretizar em seu papado.
   Torço para que venha um Papa João XXIV.