A Pandemia de COVID 19 chegou ao Brasil
Saúde

A Pandemia de COVID 19 chegou ao Brasil

Por Eliziane Leite

A pandemia de COVID 19, e eu com isso? O mundo está diante de situações jamais vivenciadas em tempos modernos em decorrência da infecção pelo SARS CoV ou Coronavirus responsável pela COVID 19.

Uma doença gripal que pode evoluir para síndrome respiratória grave, cuja recomendação para prevenção da disseminação é manter distância entre as pessoas e ter precaução de contato, preferencialmente, ficar em casa, ou seja, deixar as ruas!

O mundo parou, ou quase. As ruas das principais cidades turísticas estão vazias, museus, teatros, cinemas fechados. Escola sem aulas. As cidades brasileiras também estão parando.

Há muita informação útil e de eficácia comprovada para proteção da população. É dever de todo cidadão colaborar para conter a curva de contaminação pelo vírus, que a exemplo de outros países, está em fase de plena ascensão, mais e mais pessoas infectadas nos próximos dias, caso os cidadãos não colaborem.

Sim, o seu cuidado faz muita diferença. Vamos entender:

A doença é de alta transmissibilidade. O contágio se dá pelo contato com a saliva, a lágrima ou as gotículas respiratórias de pessoas infectadas. Ao tocar em objetos como maçanetas, corrimões, mesas e objetos, ou tossir e espirrar, uma pessoa com COVID 19 espalha milhares de vírus pelo ar e nos locais que tocou. O vírus pode resistir por 12 horas nesses locais. Daí a importância de manter distância, evitar aperto de mão, beijo e de tornar hábito frequente lavar bem as mãos, não tocar os olhos e o nariz e usar álcool gel nas mãos, além de limpar as superfícies de uso comum, com álcool a 70%.

A maioria das pessoas contaminadas poderão apresentar sintomas leves ou até não apresentar nenhum sinal da doença, mas são multiplicadores da propagação do vírus. E se essa pessoa continuar circulando como se não estivesse contaminado, ela irá espalhar a doença para várias pessoas ao mesmo tempo, ao tocar corrimões ou espirrar em público, por exemplo.

Por essa razão, a doença tem progressão exponencial, aumenta muito o número de casos a cada dia que passa.

Está comprovado que a melhor forma de prevenção é o isolamento de contato, manter distância mínima de um metro entre as pessoas, quando nas ruas ou, permanecer em casa, em resguardo de contato.

É dever de todos a proteção individual, do outro e de toda a comunidade. Como poderão coexistir outras viroses respiratórias nessa época do ano, recomenda-se quem estiver resfriado ou com gripe que use máscaras de proteção. Preferencialmente quem estiver doente deverá permanecer em domicílio.

Atenção especial deve ser para casos de febre e tosse ou falta de ar, quando é impositivo confirmar se é COVID 19 e, se necessário, permanecer em tratamento hospitalar.

Pessoas idosas, com diabetes, hipertensão e outras doenças preexistentes, tem maior risco de desenvolver as complicações respiratórias e deverão ser atendidas em ambiente hospitalar aos primeiros sinais da doença.

Não há remédios comprovados para prevenção e tratamento. Somente os cuidados de quando se tem gripe e que no hospital recebem o nome de medidas de suporte. No caso do COVID 19, essas medidas tem incluído a ventilação mecânica em fase precoce e que pode durar mais de duas semanas de intubação e uso do respirador.

Para melhorar a imunidade, não há fórmulas mágicas, soros especiais ou sucos, ou ‘shots’ … o que se recomenda é manter alimentação saudável, exercícios físicos, boas horas de sono e o controle das emoções.

Para proteger os idosos e as pessoas com diabetes e hipertensão, além das precauções de contato citadas acima, a manutenção dos medicamentos rotineiros com rigor e do autocuidado resultam no melhor controle do açúcar no sangue e a pressão arterial bem controlada. Medidas que poderão colaborar na proteção contra a infecção viral ou colaborar com a recuperação.

Os idosos, e pessoas com diabetes e hipertensão arterial são os principais candidatos a usar os serviços hospitalares, em UTI e sob ventilação mecânica.

Portanto, se a população colaborar e tivermos sucesso no Brasil em evitar a rápida e grave progressão da contaminação, será possível atenuar o impacto no sistema de saúde, e possivelmente menor número de mortes e outras consequências.

Sobre Dra. Eliziane Leite

Dra. Eliziane Leite é graduada pela Universidade Federal de Alagoas, com residências em Clínica Médica pelo HFA – Hospital das Forças Armadas em Brasília e em Endocrinologia pelo Hospital de Base de Brasília. Possui título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. É mestre em Ciências da Saúde pela FEPECS – Fundação de Ensino e Pesquisa do Distrito Federal. E-mail: elizianeleite@gmail.com