Carnaval

Carnaval sem assédio é no Parque

Produtora de Brasília criou ações inovadoras e humanizadas para inibir e tratar casos de assédio ou violência contra as mulheres dentro do evento

Depois de ser certificado como Carnaval Lixo Zero e Carnaval mais Acessível do Brasil, o Carnaval no Parque, evento realizado em Brasília e que chega à sua 4ª edição, ousou ser o Carnaval mais seguro para mulheres. Como padrão da R2 Produções, organizadora do evento – que somente neste ano deve reunir 100 mil pessoas, o Carnaval no Parque aderiu à agenda global de sustentabilidade da ONU com objetivos para 2030 e definiu como estratégia a tolerância zero ao assédio e violência contra o público feminino.

Em 2020, em consonância com os movimentos locais e globais e o aumento da violência contra mulheres, o Carnaval no Parque se propôs a contribuir para a Igualdade de gênero (ODS 5). A proposta era criar um ambiente de respeito para mulheres e pessoas trans, livre de assédio e violência, onde todas as foliãs pudessem curtir o Carnaval sem importunações sexuais. Junto com consultoria especializada de gênero, a produtora elaborou um plano robusto e colocou em prática uma série de ações e serviços para inibir e tratar casos de violência e assédio dentro do Carnaval no Parque.

Durante o evento, que começou no último sábado (15), está à disposição o serviço “Conta Comigo”, uma central de acolhimento às mulheres em situação de vulnerabilidade, sendo recebidas por uma Mana especialmente capacitada. Há ainda o “Siga Segura”, serviço especializado para as mulheres não irem sozinhas até seus carros ou caronas, na hora de voltar para casa. Campanhas nas mídias sociais, sinalizações no evento e treinamento para equipe de atendimento e segurança complementam as ações de combate ao assédio no Carnaval no Parque.

“Carnaval é sinônimo de alegria e diversão. Estamos na empreitada de criar um ambiente que inibe qualquer tipo de perigo, ameaça e desrespeito ao público de maneira geral. Nos empenhamos e comprometemos a garantir uma experiência segura, um espaço livre de assédio e violência”, afirma Eduardo Azambuja, sócio e mentor da sustentabilidade do Carnaval no Parque.

Francisco Nilson Moreira, diretor de sustentabilidade do projeto, explica que a produtora desafia todos os foliões, dentro e fora do Carnaval no Parque, a serem melhores para todo mundo. “Instigamos o público e nós mesmos a criar uma cultura de paz e respeito, em um ambiente livre de importunações sexuais às mulheres e LGBTs. Então, não cabe no nosso evento puxão de cabelo, segurar o braço, colocar a mão em locais não permitidos do corpo do outro ou ainda falas agressivas e ofensivas”, completa o especialista.

A organização do evento divulga amplamente que não é tolerada nenhuma forma de violência e assédio, seja sexual, físico ou verbal. Em seu posicionamento, a R2 Produções informa que qualquer pessoa que viole essa política estará sujeita a remoção imediata do complexo e a polícia poderá ser notificada.

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