O Projeto Cartola, com a curadoria do Clube do Choro, acontece para público de todas as idades, nos jardins do Centro Cultural Banco do Brasil Brasília, de 27 de abril a 03 de agosto, quinzenalmente, sempre aos sábados e domingos. Ao longo da temporada do projeto, com entrada gratuita, mediante emissão de ingresso no site e na bilheteria física do CCBB.
Agenor de Oliveira, o compositor Cartola (1908-1980), um dos maiores nomes da história do samba e da música popular brasileira, tem uma trajetória que se confunde com a própria construção do gênero, saído dos morros para se tornar um emblema da identidade cultural do país. Poeta do cotidiano e fundador da Estação Primeira de Mangueira, Cartola transformou suas dores, alegrias e amores em canções de lirismo raro, capazes de emocionar diferentes gerações.
Neste contexto, o Projeto Cartola celebra a obra e o legado desse grande mestre para difundir e revitalizar sua contribuição para o samba e para a música popular brasileira. “O objetivo da iniciativa é proporcionar uma imersão no universo do samba, incluindo a interpretação de canções clássicas de Cartola e de outros artistas que o influenciaram ou foram influenciados por ele, enriquecendo o conhecimento do público sobre o gênero”, destaca Henrique Neto, diretor da Escola Brasileira de Choro e diretor musical do projeto.
As apresentações do “Projeto Cartola” recebem grupos de samba e choro oriundos do Clube do Choro e da Escola Brasileira de Choro, além de grandes nomes da música brasileira.
No primeiro dia de show (domingo, 27 de abril), o às 16h, Regional Choro Livre e convidados sobem ao palco do CCBB Brasília, sob o comando de Reco do Bandolim, para uma apresentação que promete emocionar o público. Em seguida, a partir das 17h30, a atriz, pesquisadora e cantora paulistana Fabiana Cozza, uma das vozes mais marcantes da música brasileira contemporânea, sobretudo no universo do samba, faz sua apresentação. Ela é frequentemente associada ao legado de grandes nomes como Clara Nunes e Dona Ivone Lara, não apenas por sua sonoridade, mas também pelo engajamento com temas da negritude, religiosidade afro-brasileira e afirmação de identidade. A artista chama atenção pelo seu rigor técnico, recursos de dramaturgia e potência no palco, que lhe renderam troféus em duas edições do Prêmio da Música Brasileira.
Nomes como Marina Iris, Alfredo Del Penho, Vidal Assis, Nilze Carvalho, Moyseis Marques, João Cavalcanti, Ellen Oléria, Dhi Ribeiro e Teresa Lopes também integram o line-up do projeto.
ACESSIBILIDADE
A ação “Vem pro CCBB” conta com uma van que leva o público, gratuitamente, para o CCBB Brasília. A iniciativa reforça o compromisso com a democratização do acesso e a experiência cultural dos visitantes.
A van fica estacionada próximo ao ponto de ônibus da Biblioteca Nacional. O acesso é gratuito, mediante retirada de ingresso, no site, na bilheteria do CCBB, ou ainda pelo QR Code da van. Lembrando que o ingresso garante o lugar na van, que está sujeita à lotação, mas a ausência de ingresso não impede sua utilização. Uma pesquisa de satisfação do usuário pode ser respondida pelo QR Code que consta do vídeo de divulgação exibido no interior do veículo.
Horários:
Biblioteca Nacional – CCBB: 12h, 14h, 16h, 18h e 20h
CCBB – Biblioteca Nacional: 13h, 15h, 17h, 19h e 21h
CARTOLA
O “Projeto Cartola” é uma homenagem a Agenor de Oliveira, o Cartola, um mestre do samba — gênero que não apenas inspira o choro, mas moldou de forma definitiva a música brasileira. Poeta do cotidiano e cronista dos sentimentos humanos, Cartola foi compositor, letrista e intérprete. Suas canções expressam com delicadeza e lirismo temas como o amor, a dor, a saudade e a esperança, tornando-se verdadeiros hinos da MPB. Sucessos como O Mundo é um Moinho, As Rosas Não Falam e Preciso Me Encontrar permanecem vivas no imaginário coletivo, emocionando gerações e reafirmando seu papel como um dos maiores autores da história da música popular brasileira.
Mais do que músico, Cartola é símbolo de resistência, elegância e autenticidade. Foi peça-chave para a consolidação do samba como expressão cultural genuinamente brasileira e símbolo da identidade nacional.
Com uma trajetória pessoal marcada por altos e baixos, chegou a ser dado como morto na década de 50. Desapareceu da cena musical por muitos anos até ser redescoberto por jornalistas como lavador de carros em Ipanema. Ao lado de Dona Zica, o amor da sua vida, Cartola voltou a compor e reencontrou a estabilidade emocional. Juntos, fundaram o Zicartola — restaurante e casa de samba que virou um importante ponto de encontro de artistas na década de 60, no Rio de Janeiro.
Gravou seu primeiro disco somente aos 65 anos e, mesmo diante de tantas adversidades, conquistou um lugar no panteão da música nacional como símbolo do samba de raiz, da boêmia romântica carioca e da dignidade artística.
No Projeto Cartola, o CCBB Brasília, com a curadoria do Clube do Choro e CCBB Brasília, dedicada a uma programação que celebra o legado e amplia o alcance de sua obra entre gerações.
SOBRE OS ARTISTAS
Reco do Bandolim & Choro Livre
Henrique Lima Santos Filho, o Reco do Bandolim, é baiano de Salvador. Chegou a Brasília ainda adolescente e participou de bandas de rock, nos primórdios do movimento musical que projetaria a cidade na década de 80. Mas a descoberta do bandolim e os discos do mestre Jacob Bittencourt despertaram nele uma paixão definitiva pelo Choro, e a guitarra foi definitivamente colocada de lado. Participou do grupo de fundadores do Clube do Choro de Brasília, em 1978 e forjou seu estilo em rodas musicais ao lado dos mestres Waldyr Azevedo, Avena de Castro, Alencar 7 cordas, Armandinho Macedo e Pernambuco do Pandeiro.
Filho dileto do Clube do Choro de Brasília, o regional Choro Livre tem no seu batismo a tradução de como vê e toca o gênero: criativo e aberto a novas influências. Fiel à raiz, mas sem medo de dogmas, o conjunto sacode a poeira e dá a volta por cima, fazendo uma leitura contemporânea dos clássicos do Choro e complementando o repertório com novos autores e composições próprias.
O Choro Livre já atuou ou dividiu o palco com monstros sagrados da MPB, de Nelson Cavaquinho a Clementina de Jesus, de Moraes Moreira a Armandinho, de Abel Ferreira a Paulo a Sérgio Santos, de Raul de Barros a Dona Ivone de Lara, de Waldir Azevedo a Paulinho da Viola, de Hermeto Paschoal a Sivuca.
Grupo de base de todos os projetos apresentados pelo Clube do Choro de Brasília nas últimas dez temporadas, o Choro Livre acompanhou apresentações inesquecíveis de Altamiro Carrilho, Oswaldinho do Acordeon, Dominguinhos, João Donato, Época de Ouro, Cristóvão Bastos, Guinga, Wagner Tiso, Paulo Moura e outros bambas da nossa música popular. Excursionou pela Europa, Ásia, África, América do Sul, Caribe e América do Norte, além de participar com frequência de festivais de música nos Estados Unidos, China, Canadá, Áustria, Espanha, Itália, Portugal, França, Alemanha, República Tcheca, Tunísia, Emirados Árabes, Argentina, Peru, Uruguai, Chile, Suriname e Cuba.
Fabiana Cozza
É reconhecida como uma das grandes vozes da sua geração, elogiada por sua técnica refinada e presença dramática no palco. Já foi comparada a nomes como Elis Regina, Elizeth Cardoso e Clara Nunes, e venceu o Prêmio da Música Brasileira como Melhor Cantora de Samba (2012) e pelo Melhor Álbum em Língua Estrangeira (2018), mostrando sua versatilidade.
Seus álbuns mais recentes, Dos Santos (2020) e Urucungo (2023), reafirmam sua conexão com as tradições afro-brasileiras, que ela celebra e reinventa com força e sensibilidade, mantendo essas raízes vivas e relevantes no cenário musical atual.
Marina Iris
A cantora e compositora carioca Marina Iris lançou em maio de 2023 o disco Virada, com 10 faixas que exploram os afetos e os desafios dos relacionamentos amorosos, com sonoridade fiel às rodas de samba cariocas.
O álbum conta com participações de Péricles, Diogo Nogueira, Lenine, Moacyr Luz, Renato da Rocinha, entre outros, e marca o fortalecimento de Marina como compositora, ao lado de nomes como Moacyr Luz, Manu da Cuica e Raul DiCaprio.
Nascido durante a pandemia, Virada propõe o amor como ato político e coletivo. A produção musical é de Vitor de Souza, com direção artística dividida com Eduardo Familião.
Conhecida por sua trajetória engajada, Marina também é autora de Voz Bandeira (2019), homenagem à vereadora Marielle Franco, e estreia como escritora em 2024 com o livro-disco ÉPretinha.
Alfredo Del Penho
Alfredo Del Penho é músico, compositor, ator e pesquisador, com 25 anos de trajetória na Música Popular Brasileira. Lançou mais de 10 álbuns como intérprete ou produtor, foi indicado ao Grammy Latino e venceu duas vezes o Prêmio da Música Brasileira. Também acumula cerca de 10 prêmios como diretor musical e autor de trilhas originais, incluindo Shell, Cesgranrio e Bibi Ferreira.
Criado na cena de choro e samba de Niterói (RJ), teve formação musical ao lado de mestres como Carlinhos Leite e trabalhou com ícones como Elton Medeiros, Wilson Moreira e Cristina Buarque. Seus dois primeiros discos solo — um vocal e outro instrumental — foram lançados simultaneamente.
Como compositor, tem parcerias com nomes como Nei Lopes, Paulo César Pinheiro, Joyce, Chico César e João Cavalcanti. Atua também como pesquisador e consultor em projetos como o Novo Museu da Imagem, ao lado de Ruy Castro.
Vidal Assis
Vidal Assis, carioca, é uma das vozes promissoras da nova geração da música popular brasileira. Como compositor, tem parcerias com nomes como Hermínio Bello de Carvalho, Nei Lopes e Elton Medeiros, e já teve músicas gravadas por Áurea Martins, Fabiana Cozza e Teca Calazans.
Seu álbum de estreia, Álbum de Retratos (2016), com participações de Zélia Duncan e Elton Medeiros, foi indicado ao Prêmio da Música Brasileira nas categorias Artista Revelação e Melhor Cantor de MPB.
Vidal participou de montagens como Clementina, cadê você? e Elizethíssima, além de aparições em programas como Conversa com Bial e Sr. Brasil. Atua também como diretor musical e criador de trilhas para teatro.
Em 2022, explorou o afrofuturismo no show O que aprendi com minha mãe. No ano seguinte, venceu o Prêmio Luiz Melodia de Canções Afrobrasileiras e participou de homenagem a Wilson das Neves no Teatro Municipal do Rio. Em 2024, lançou o espetáculo Vidal Assis celebra Emílio Santiago, no Sesc SP.
Nilze Carvalho
Nilze Carvalho iniciou sua relação com a música ainda criança, aos 5 anos, e aos 11 já gravava a série Choro de Menina como bandolinista, incluindo parcerias com o grupo Época de Ouro. Aos 15, começou a carreira internacional, com apresentações em países como França, Japão, EUA, China e Austrália.
No Brasil, foi uma das fundadoras do grupo Sururu na Roda, vencedor do Prêmio da Música Brasileira em 2014. Em carreira solo, lançou álbuns premiados como Estava Faltando Você (2002) e O que é Meu (2010), além de Verde Amarelo Negro Anil (2015), indicado ao Grammy Latino.
Participou de projetos como Samba Social Clube e o DVD Gafieira, de Zeca Pagodinho, e já dividiu o palco com nomes como Dona Ivone Lara, João Bosco e Mart’nália. Desde 2022, apresenta o programa Sambalaio, na Rádio Roquette Pinto.
Seu novo álbum, Nos Combates da Vida, inspirado em Dona Ivone Lara, reúne músicas autorais e regravações, com participações de João Bosco e Teresa Cristina, e parcerias com Nei Lopes e outros compositores.
Moyseis Marques
Carioca, criado na Vila da Penha, Moyses Marques é um cantor, compositor, músico e produtor, com ligação especial com o samba, o forró pé-de-serra e a MPB.
Iniciou-se profissionalmente na música em 1999, cantando em bares na Zona Norte do Rio de Janeiro. Fundador integrante das bandas “Casuarina”, “Forró na Contramão” e “Tempero Carioca”, teve passagem por alguns conjuntos musicais antes de lançar seu primeiro disco solo, o homônimo “Moyseis Marques”, em 2007.
A partir daí ficou conhecido como um dos principais talentos revelados na Lapa carioca dos anos 2000, colecionando apresentações por todo o Brasil, Europa e Estados Unidos – onde também ministrou aulas de canto popular.
João Cavalcanti
João Cavalcanti é cantor, compositor e jornalista. Filho de Lenine, iniciou na música em coros infanto-juvenis, mas foi na faculdade que retomou o caminho musical. Em 2001, fundou o grupo Casuarina, com o qual foi vocalista por 16 anos. O grupo lançou sete CDs, dois DVDs, venceu duas vezes o Prêmio da Música Brasileira e realizou turnês pela Europa, América do Norte, Ásia e África.
Em carreira solo, João lançou o álbum “Placebo” (2012), com composições próprias de estilos variados, e dirigiu o projeto “Toda Cor” (2014), com grandes nomes da música brasileira, a convite do Movimento Down. Suas composições foram gravadas por artistas como Lenine, Roberta Sá, Elza Soares e MPB4.
Entre seus trabalhos mais recentes estão o disco “Garimpo” (2018), em parceria com Marcelo Caldi, o EP “Samba Mobiliado” (2019) e a participação no TEDx Blumenau (2021), com o tema “Samba como alicerce da canção popular”.
Em 2022, lançou dois projetos: o audiovisual “Desengaiola”, indicado ao Grammy Latino e vencedor do Prêmio da Música Brasileira, e o tributo “Ivone Rara”, em homenagem aos 100 anos de Dona Ivone Lara.
Ellen Oléria
Ellen Oléria é uma cantora e compositora brasileira. Com mais de 20 anos de carreira, a artista acumula prêmios em festivais e 4 discos lançados. Já fez apresentações em cidades de norte a sul do Brasil e em outros países como Espanha, França, Angola, Estanos Unidos, Inglaterra, Rússia, Japão e Taiwan.
Em seu recente projeto musical, a artista combina com maestria ritmos brasileiros como o samba, o forró, o carimbó, o afroxé, o maracatu com os timbres e arranjos contemporâneos que apontam para um encontro urbano de identidades e discurso de protagonismo das comunidades negras do Brasil.
A versatilidade de Ellen estende-se também ao seu ativismo político que pudemos acompanhar na Estação Plural, talk show criado pela TV Brasil para tratar de pautas de comportamento e temas do universo LGBT em que Ellen Oléria atuou como apresentadora.
Conhecida pelo público por seu timbre cintilante e repertório brasileiríssimo, a soprano dramática Ellen Oléria condensa em sua performance o que o povo brasileiro reconhece como seu: entusiasmo e um sorriso que nunca sai do rosto iluminando cada canção que canta
Dhi Ribeiro
Cantora e atriz, Dhi Ribeiro é uma das grandes vozes do samba no Brasil. Nascida no Rio de Janeiro e radicada em Brasília desde os anos 1990, já lançou discos, participou de trilhas de novelas da Globo — como Lado a Lado e A Força do Querer — e venceu o prêmio de Cantora Revelação do projeto Mulheres que Brilham.
Com carreira internacional, integrou o Circo Lídia Togni na Europa e realizou turnês na África com o projeto Conexão Brasil-África. Em Brasília, é figura essencial em eventos culturais, como o Réveillon da Esplanada, Bienal do Livro e projetos próprios como Roda Dhi Samba e Casa da Dhi.
Na pandemia, lançou iniciativas virtuais e sociais, como o espetáculo Brasília: Falando Dhi Amor. Recentemente, tornou-se personagem da série infantil Sara e Sua Turma e dubladora da animação 3D Sara, a menina que gostava de saber.
Em 2022, protagonizou o filme Maria, da Globo Filmes, com direção de Iberê Carvalho. Em todos os palcos que pisa, Dhi carrega a força da ancestralidade, do samba e da representatividade negra brasileira.
Teresa Lopes
Teresa é uma cantora brasiliense com 20 anos de carreira, reconhecida por sua interpretação marcante, potência vocal e musicalidade influenciada por sonoridades afro-brasileiras e internacionais. Representa com autenticidade a cena musical de Brasília e o legado de grandes cantoras negras.
Sua trajetória no samba inclui parcerias com nomes como Almir Guineto, Fundo de Quintal, Arlindo Cruz, Fabiana Cozza e Ana Cañas, além de apresentações internacionais em países como Portugal, Holanda, Noruega e Cuba.
Lançou em 2019 seu primeiro álbum, “Clara Essência”, com direção musical de Rafael dos Anjos e repertório focado em compositores de Brasília.
Participou de diversos projetos e festivais relevantes, como Samba de Bamba, Latinidades, Samba nas Feiras, COMA, entre outros.
Ficha Técnica
Direção Geral – Henrique Filho (Reco do Bandolim)
Direção Musical – Henrique Neto
Direção Administrativa – Raimundo Luiz Sá Teles
Produção executiva – Michele Milani
Curadoria – Henrique Neto
Coordenador de produção – Marco Guedes
Assessoria de imprensa – Conteúdo Assessoria em Comunicação
Social Media – Lunares Ayla
Designers – Tiago Pezão e Biba Per
Serviço:
Projeto Cartola
Centro Cultural Banco do Brasil Brasília
Local: Jardim do CCBB Brasília
Endereço: SCES Trecho 02 Lote 22 – Edif. Presidente Tancredo Neves – Setor de Clubes Especial Sul
Período: de 27 de abril a 03 de agosto
Horário: 16h às 18h30 – quinzenalmente, sempre aos sábados e domingos,
Ingressos gratuitos, mediante retirada no site www.bb.com.br/cultura e na bilheteria física do CCBB Brasília.
Classificação indicativa: Livre
CCBB Brasília
Aberto de terça a domingo, das 9h às 21h
E-mail: [email protected]
Informações:
Fone: (61) 3108-7600
E-mail: [email protected]
Site/ bb.com.br/cultura
Facebook/ @ccbb.brasilia
Instagram/ @ccbbbrasilia
YouTube/ bancodobrasil
TikTok/@ccbbcultura