Fé e expressão religiosa; liberdade de escolha; a determinação da vontade de Deus; direitos e deveres religiosos; e a expressão da fé. Sobre estes cinco princípios está assentada a Declaração do Reino do Bahrein, um texto formado em 3 de julho de 2017 pelo rei do Bahrein, Hamad bin Isa Al Khalifa. Para celebrar o lançamento oficial da declaração na América do Sul, o presidente da Delegação do King Hamad Global Centre for Peaceful Coexistence e membro da família real barenita, Sheikh Khalid Khalifa Duaji Alkhalifa veio pela primeira vez a Brasília, direto de Manama, capital do Bahrein, para recepção e jantar no Hotel Royal Tulip. O evento, ocorrido ontem, contou com as presenças do presidente Jair Bolsonaro; do chanceler Ernesto Araújo; do presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados; além de várias outras autoridades. Durante a recepção, uma imagem surpreendeu os convidados: no Rio de Janeiro, as cores nacionais do Bahrein foram projetadas sobre a estátua do Cristo Redentor.

Dentro do propósito de destacar a importância da convivência pacífica entre as religiões e no contexto do lançamento da declaração, Sheikh Khalid Khalifa Duaji Alkhalifa participará, amanhã, de evento na Igreja Ortodoxa Antioquina de São Jorge, templo projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer em 1986. No dia 20, será a vez da Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, um dos monumentos mais emblemáticos da capital do Brasil.

“A ignorância é inimiga da paz. Logo, é nosso dever aprender a compartilhar e a vivermos, juntos, pelos princípios da fé, em espírito de amor e respeito mútuo”, afirma o rei Hamad bin Isa Al Khalifa, segundo consta na Declaração do Reino do Bahrein. Com 1,5 milhão de habitantes, o arquipélago do Golfo Pérsico situado a leste da Arábia Saudita coloca o respeito à fé e a outras religiões como direito inalienável do ser humano e rejeita a imposição da observância religiosa. A Declaração do Reino do Bahrein também repudia firmemente o terrorismo, a pregação do ódio e da violência por clérigos extremistas, o incentivo à radicalização, os atentados suicidas, a violência sexual, e o abuso de mulheres e de crianças.

Em aceno com a liberdade religiosa,a Declaração do Reino do Bahrein atesta que “todo e qualquer indivíduo tem a liberdade de praticar a sua religião, desde que não faça mal ao outro, respeite as leis do país e aceite responsabilidade espiritual e material por suas escolhas”. O documento sublinha, ainda, que todos têm papel ativo na criação de um ambiente totalmente inclusivo, o qual promova o respeito mútuo e a cooperação. Por fim, defende que a fé seja um alicerce para a paz no mundo.