Donald Trump anuncia taxação que abala líderes mundiais
Economia

Donald Trump anuncia taxação que abala líderes mundiais

Nesse mês as tensões comerciais globais continuaram a influenciar os mercados, com novas tarifas dos EUA, as recém anunciadas “taxas recíprocas”. A evidência sugere que a economia dos EUA mostra sinais mistos, com inflação persistente e mercado de trabalho resiliente. Pesquisas indicam que o conflito na Ucrânia permanece volátil, com retomada de ajuda militar dos EUA e propostas de cessar-fogo.

Alguns dados apontam para uma estabilização econômica na Europa, com inflação em queda, enquanto a China parece buscar crescimento doméstico apesar de tensões comerciais… Já a nossa economia enfrenta altas de taxas de juros e de inflação, um claro sinal da desconfiança do mercado com a responsabilidade com os gastos. Por outro lado, temos uma resiliência em índices como o Ibovespa.

Os EUA intensificaram suas políticas protecionistas, anunciando em 26 de março uma tarifa de 25% sobre automóveis e peças. Também há propostas de tarifas de até 100% sobre semicondutores taiwaneses, causando preocupação no setor tecnológico. A UE e o Canadá responderam com tarifas retaliatórias, aumentando a volatilidade nos mercados. Para o Brasil, como exportador de automóveis, isso pode impactar negativamente as exportações, exigindo atenção dos investidores em ativos que estão relacionados ao setor.

Dia 2 de abril Trump declarou uma emergência nacional, motivada pela percepção de práticas comerciais injustas por parte de outros países, incluindo falta de reciprocidade, manipulação cambial e impostos excessivos. A justificativa segundo a Casa Branca, é que déficits comerciais persistentes enfraqueceram a base manufatureira americana, comprometeram cadeias de suprimento críticas e tornaram a base industrial de defesa dependente de adversários estrangeiros

O objetivo principal da declaração do presidente seria de “nivelar o jogo” para trabalhadores e empresas americanas, reduzindo um déficit comercial de US$ 1,2 trilhão. A narrativa oficial é que essas taxas recíprocas, como ficaram conhecidas as medidas, restaurarão a prosperidade, incentivando a volta de fábricas e protegendo cadeias de suprimento críticas.

O Brasil ficou sujeito à taxa de 10%. Em 3 de abril de 2025, o real brasileiro se fortaleceu, passando de 5,60 por dólar, o nível mais baixo desde outubro de 2024, e o índice de referência da bolsa subiu 0,23%, segundo a Reuters (Reuters). Economistas, como os da XP e BTG Pactual, veem o impacto como potencialmente positivo, citando que tarifas mais altas em países como China (54%) e UE (20%) podem beneficiar o Brasil comercialmente como potência de commodities, podendo ganhar participação de mercado.

Com crescimento do PIB de 3,4% em 2024, A economia brasileira projeta entre 1,6% e 2,3% para 2025. A inflação subiu para 5,06% em fevereiro, levando o Banco Central a elevar a Selic para 14,25% em março. O real ficou em R$5,68 por dólar em março. O Ibovespa fechou em cerca de 131.000 pontos, mostrando resiliência, enquanto o IFIX continuou subindo, beneficiado por fundos que estão sendo negociados a preços baixos em relação ao seu valor real.

Foi um mês com volume robusto de dinheiro vindo para o Brasil, o IBOV encerrou março com alta de 6,1% em reais, liderando os mercados globais, beneficiado por turbulências nos EUA e fluxos de capital internacional. Além disso, o aumento dos preços das commodities, como o minério de ferro, beneficiou empresas exportadoras, como a Vale, um componente significativo do índice da bolsa. A valorização do real também contribuiu para o retorno positivo. A alta do mercado, pelas razões acima citadas também beneficiou o índice das empresas mais pagadoras de dividendos, o IDIV.

Destaque para o Ouro, que registrou um retorno de 5,57%, refletindo sua função como ativo de refúgio das incertezas econômicas globais, como tensões comerciais e volatilidade nos mercados americanos, o que leva a busca por ativos de segurança. Um relatório da LiteFinance, publicado em 31 de março, indicou que o ouro atingiu históricos de US$ 3.148,92, sustentado por incertezas geopolíticas e econômicas.

O sentimento dos investidores esse mês permaneceu cauteloso devido às incertezas globais. Recomenda-se manter uma carteira diversificada, priorizando investimentos de renda fixa, dada a alta Selic, e, para os mais tolerantes ao risco, considerar ações em setores como os de commodities, dada uma possível posição do Brasil em partes beneficiada pelas tarifas de Trump. É crucial monitorar políticas comerciais globais e seus efeitos no Brasil.

Artigo do economista Marcos Freire