Educação financeira contribui para melhor estilo de vida
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Educação financeira contribui para melhor estilo de vida

Especialista dá dicas e aponta os principais erros que as pessoas cometem em relação ao controle financeiro

Controlar as finanças sempre foi fundamental para alcançar determinados objetivos. A educação financeira deixou de ser pautada apenas nas grandes organizações e empresas e passou a ser necessária no dia a dia de qualquer pessoa, principalmente levando em consideração a crise que o País vem enfrentando.

Diante desta necessidade, o administrador e consultor financeiro, Fernando Quaresma, cita algumas dicas para quem quer se livrar das dívidas e ainda alcançar aquele objetivo que parece distante por falta de dinheiro.

Segundo o consultor, o controle financeiro consiste em organizar todos os ganhos e despesas, geralmente contabilizados no prazo de um mês, e se programar para que os gastos não ultrapassem os valores ganhos, mantendo uma variável constante sem perder o controle da situação. Fernando explica que pequenas mudanças de hábitos podem ser o diferencial a longo prazo. “Para isso, a primeira mudança, e talvez a mais difícil, é deixar de lado o consumismo exagerado e também adotar consciência na hora de utilizar o cartão de crédito”, aconselha.

Planejamento financeiro

Um erro comum cometido por muitas pessoas, de acordo com o especialista, é pensar a curto prazo. “Com o cenário de incertezas que vivemos em decorrência da pandemia, é de extrema necessidade se planejar”, cita. Isso inclui não apenas as despesas mensais, mas também os gastos anuais como IPTU, IPVA e seguros. “Quando menos se espera, essas despesas surgem e, se não houver um capital reservado, elas podem desestabilizar todo um planejamento financeiro”, adverte.

“As dívidas contribuem negativamente para o surgimento de novas despesas. Antes de qualquer coisa, é necessário livrar-se dos débitos pendentes. Com o tempo, eles geram juros e, quanto mais tempo em aberto, maior o valor. Esse fator tira a possibilidade de poupar para futuros investimentos. Renegociar e/ou parcelar a dívida podem ajudar nessa etapa do planejamento”, analisa Fernando.

Além disso, o consultor ressalta que conhecer bem a renda mensal é imprescindível para programar os gastos. “Muitas pessoas erram ao considerar sua renda o valor total do salário, sem levar em consideração os descontos, impostos e outros benefícios que abatem do valor recebido”, pontua. Por isso, o especialista enfatiza que é preciso ter em mente apenas o valor do salário líquido, baseando-se nele para organizar sua vida financeira.

“Parece óbvio, mas essa é uma das tarefas mais difíceis. Anote seus gastos supérfluos. Esse controle permite você saber diretamente onde está sendo gasto seu dinheiro. Tudo deve ser tabelado de forma que no futuro não fique aquela sensação de que o dinheiro sumiu. Nessa lista, deve-se incluir até aquele cafezinho na hora do lanche ou a cerveja depois do trabalho. Tudo deve ser anotado sem exceções”, orienta.

Direcionar ganhos

Categorizar os gastos, de acordo com o especialista, é uma boa dica para direcionar melhor os ganhos. Fazendo isso, é possível identificar também onde está gastando dinheiro com coisas desnecessárias. “Geralmente, as principais categorias são: moradia, supermercado, transporte, lazer e saúde”, relaciona. Nessa fase, Fernando explica que elas devem ser definidas de acordo com o perfil de consumo de cada usuário. Fazendo isso, é possível obter um parâmetro de gastos e saber exatamente para onde o dinheiro está indo.

“Depois de categorizar os gastos, é possível fazer uma análise geral da situação financeira e ver onde cabe aquela economia dentro das despesas mensais. Por exemplo, se na categoria transporte o uso de aplicativos de mobilidade particular está consumindo parte importante da renda mensal, cabe cogitar a ideia de usar transporte público para que esse gasto seja reduzido. Com pequenas mudanças é possível notar enorme diferença no fim do mês”, pontua.

Fernando Quaresma ainda lembra que os produtos da cesta básica aumentaram de preço consideravelmente. “O poder de compra do brasileiro reduziu e, por isso, comparar os preços antes de realizar as compras é tarefa importante para quem quer economizar. Comprar sem uma métrica ou um orçamento de valores pré-estabelecidos, pode gerar grandes prejuízos”, assegura.

A educação financeira é importante para que se tenha uma vida de qualidade, sem restrições ou apertos. Pensar no futuro e não apenas no agora é tarefa primordial para enfrentar a crise financeira que o País passa. “Uma vida financeira estável contribui também para saúde de modo geral. A saúde mental agradece e o bolso também”, finaliza o especialista.