Dados do Sebrae e da Fundação Getulio Vargas (FGV) mostram que empreendedoras foram mais ágeis em seus negócios para driblar a crise
A pandemia do novo coronavírus pegou o mundo todo de surpresa. Empreendedores tiveram que se adaptar ao novo momento, mas as mulheres se destacaram quanto à agilidade e inovação. Isso é o que revela uma pesquisa feita pelo Sebrae com a Fundação Getulio Vargas (FGV). Segundo os dados, 71% das mulheres afirmaram ter usado recursos para inovar em seus negócios durante a crise. Em contrapartida, somente 63% dos homens disseram ter investido em mudanças nesse sentido.
Visionária e apaixonada por Brasília, Mariluce Cordeiro foi uma das que se arriscou neste período. A ex-bancária, que empreende na capital federal desde 2001, abriu mais uma unidade da Microsom, a nova clínica está localizada em Taguatinga. Atualmente, a diretora geral da empresa coordena também as unidade na Asa Norte e outra na Asa Sul. Todo o grupo emprega cerca de 17 funcionários no DF.
Mariluce investiu na internet para manter o contato e os laços com os pacientes. A empresária implementou as vendas pelo WhatsApp Business, Facebook, delivery, além do site. No total, fizeram cerca de 200 a 300 atendimentos em todo o período. Agora, vão manter o atendimento delivery, mesmo após a pandemia. E mesmo em meio à crise e as incertezas do momento, a empresária arriscou-se e inovou mais uma vez abrindo uma nova unidade em Taguatinga.
“Fomos na contramão da crise. Além de inovarmos, nós expandimos, gerando novas oportunidades de emprego. Estamos com nossa equipe completa e hoje podemos atender também os pacientes de Taguatinga, Águas Claras, Samambaia, Ceilândia e Vicente Pires”, explica. Atualmente, a empresária comanda quatro clínicas e emprega 17 funcionários.
Outra empresa que também expandiu e inovou neste período foi a Expose, clínica especializada em estética, comandada pela empresária Priscila Macedo. A nova unidade, localizada na Asa Norte, tem uma equipe com cerca de 13 pessoas treinadas e capacitadas.
“O tempo em que ficamos fechados, estávamos fazendo o projeto de ampliação. Este momento foi ideal para planejarmos os próximos passos da empresa. Criamos grupos em redes sociais e promoções específicas. Em um momento que todos pararam com a comunicação, nós investimos bastante para não perder os laços e o contato com nossos clientes. Hoje, vimos o quanto foi importante estar próximo ao nosso público. Conseguimos vender 60% a mais do que vendíamos antes da pandemia”, explica a empresária.
Na visão da especialista em empreendedorismo Juliana Guimarães, a pandemia foi o momento para os empresários saírem da caixinha e inovarem. “Existem motivos para uma mulher chegar a altos cargos de chefia. Ela mostra eficiência e traz resultados reais para a empresa, tanto em inovação quanto em faturamento”, afirma.
“O mercado possui uma diferença de equidade. As mulheres testam e avaliam as coisas justamente por existir uma competitividade maior. O que eu posso falar é que se você quer ter uma empresa mais inovadora, com faturamento maior nesse ramo e que possa gerar maior sustentabilidade no mercado, é preciso trazer diversidade para o quadro da alta gestão”, explica Juliana.
A especialista ainda ressalta que mesmo com a sobrecarga as mulheres mostraram-se mais ágeis e se destacaram nesse período de isolamento social. “Este foi o fio condutor do nosso trabalho, pois, além das questões de trabalho, temos casa e família. E essa sobrecarga ficou ainda mais evidente durante a pandemia”, enfatiza.
Microsom
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Expose
Horários de atendimento: segunda a sexta: das 8h às 20h | sábado: das 9h às 13h
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