Mas, de acordo com o cirurgião cardiovascular do Instituto do Coração de Taguatinga (ICTCor), Candido Gomes, muitas das dúvidas e questionamentos que a população apresenta são mitos criados por ausência de informação.
O marcapasso simples é recomendado para quem tem uma frequência cardíaca muito baixa. O dispositivo promove estímulos substituindo o marcapasso natural que falha em liberar os batimentos cardíacos.
“O aparelho é implantado em uma espécie de “bolsa” sob a pele durante uma cirurgia considerada simples, que é feita normalmente com sedativo e anestesia local. É um procedimento tranquilo, que dura de uma a duas horas. Geralmente, o paciente pode ir para casa no dia seguinte e retomar as atividades habituais após 30 dias”, afirma o cirurgião.
Após o implante de marcapasso os cuidados pós-operatórios variam dependendo do caso de cada paciente, mas existem recomendações que devem ser seguidas, como o acompanhamento cardiológico rotineiro com a frequência indicada pelo profissional. Para o cardiologista, o marcapasso é uma ferramenta importante para o restabelecimento da saúde.
“Com os cuidados tomados e as recomendações seguidas, o marcapasso costuma não dar problemas. O portador fica liberado para viajar, namorar, dirigir, ou seja, levar uma vida normal e uma hora ou outra até se esquece dele”, diz o médico.
Afinal, o que pode ou não pode?
Conviver com o dispositivo implantado pode ser mais tranquilo do que se imagina, é o que explica Ricardo Carranza, que também é cirurgião cardiovascular do corpo clínico ICTCor.
Segundo o especialista, o paciente com o dispositivo não precisa ter receio de ligar aparelhos na tomada ou acionar interruptores, tomar banho em chuveiro elétrico, entre outras atividades que são consideradas rotineiras.
“É essencial ler com atenção o manual do marcapasso, pois nele há todas as informações referentes à maioria das dúvidas que costumam afligir os pacientes. Fora isso, procurar sempre um contato profissional e não acreditar no que dizem por aí sobre o assunto”, ressalta Ricardo Carranza.
Confira algumas dicas profissionais:
Telefones celulares podem ser usados, mas têm que ser mantidos a pelo menos 15 cm de distância do local do implante, sendo usados no ouvido que fica do lado contrário do marcapasso. Para evitar interferências, também é recomendado que o paciente mantenha uma distância de dois metros de eletrodomésticos que estejam em funcionamento.
Sistemas detectores de metais, como de aeroportos e portas giratórias de bancos, devem ser evitados. É importante andar sempre com o documento de identificação que atesta ser portador marcapasso. Nos sistemas antifurto de lojas, recomenda-se simplesmente passar, evitando ficar parado entre as placas.
É importante sempre consultar seu médico sobre ressonâncias magnéticas, pois a maior parte dos modelos de marcapasso têm restrições quanto ao exame, principalmente os mais antigos. O mesmo vale para procedimentos como radioterapia, litotripsia e eletroacupuntura, que devem seguir recomendações médicas específicas.
Atividades sexuais, exercícios físicos e condução de veículos são permitidos, a não ser que o portador possua outra patologia cardíaca limitante, pois o marcapasso, por si só, não o impede de nada disso. Na dúvida, é sempre bom consultar o médico.
Dentro do possível, é bom evitar dormir do lado do marcapasso implantado, principalmente durante os primeiros 10 dias.