Por Mauro Magalhães – Ex-deputado e empresário.
Depois de anos, com limitações, por causa da pandemia, os que amam o Carnaval vão poder voltar a desfilar nos blocos, escolas de samba, bandas.
Fundada pelo empresário Mário Ruy e por outros queridos amigos carnavalescos ,em 1984, em plena reabertura política, a Banda da Barra da Tijuca, que tem como grande ícone o bondinho localizado entre os postos 5 e 6, na orla da praia (da Barra), desfilará, este ano, com históricos do bairro, na Ala do Pintassilgo, da qual tenho a honra de ser o patrono.
O Carnaval é uma das festas populares mais conhecidas, no mundo ocidental.
Começou na Europa, na Idade Média.
Mas, herdou, em alguns pontos, o estilo das festas da Antiguidade, celebradas pelos povos da Mesopotâmia, Grécia e Roma.
Durava até meses, após o Natal e antes da Quaresma.
Chegou ao Brasil, na fase Colonial. Trazido pelos portugueses. Entre os séculos XVI e XVIII.
Até o século XIX, foliões se divertiam com o entrudo.
Mas, com o tempo, a prática do entrudo foi substituída , nas elites, principalmente, por bailes de máscaras, em moda, na Europa.
Depois, os bailes da aristocracia e da burguesia, tornaram-se populares. E, foram levados para as ruas. Com a participação de todas as classes sociais.
As sociedades carnavalescas, a partir do século XX, incorporaram a cultura afro-brasileira. E, em 1930, os desfiles das escolas de samba tornaram-se a principal marca do Carnaval no país e em todos os estados brasileiros.
Na infância, quando morei com meus pais, em Petrópolis , pude participar dos primeiros bailes de Carnaval.
Desde que foi inaugurado, em fevereiro de 1944, o Hotel-Cassino Quitandinha é o sofisticado palco de todas as minhas melhores lembranças sobre o Carnaval.
Inaugurado em plena Segunda Guerra, o Quitandinha trouxe, a todos nós, o luxo, a arte e os melhores prazeres da vida.
Seu idealizador, o grande empresário Joaquim Rolla, promoveu , no curto período em que durou o Quitandinha, os melhores bailes pré-carnavalescos, com a presença de Grande Otelo, Virgínia Lane, entre outros.
Os bailes do Quitandinha eram transmitidos pela Rádio Tupi.
Quando vim morar no Rio, aproximei-me dos amigos de Vila Isabel.
Há 60 anos, moro na Barra da Tijuca e frequento todos os blocos, feijoadas de Carnaval, etc.
Nos últimos anos, tenho voltado a Petrópolis, para almoçar , com a família, durante um dos dias de Carnaval.
E, é claro, que tenho, como parada obrigatória , a Casa D’Angelo.
Na esquina da Praça Dom Pedro II, com a Rua do Imperador, a Casa D’Angelo representa a história de Petrópolis e nos lembra dos célebres carnavais, na cidade.
Fundada em 1914, como uma espécie de armazém, e vendida, depois, para a família D’Angelo , a confeitaria serve de elo de ligação entre todos aqueles que passaram a infância e parte da juventude , em Petrópolis, principalmente no período de Carnaval.