Por Eduardo Costa – médico e ex-secretário de Saúde.
Trajano Ricardo Monteiro Ribeiro, 79 anos, gaúcho de Erechim, faleceu ontem à noite, no Hospital São José, no Rio de Janeiro. O serviço fúnebre será realizado amanhã, 1o. de março às 11 horas no memorial do Carmo.
Advogado, como seu pai, ficou mais conhecido dos cariocas quando, como Secretário de Turismo e Presidente da Flumitur de Brizola, em 1983, acabou por assumir a Riotur e promover o primeiro Carnaval da Passarela do Samba de Darcy e Niemeyer em 1984. Nessas funções foi decisivo para projetar o carnaval carioca a novos níveis e projeção nacional e internacional. E, também para formar quadros para promover o estímulo ao turismo na cidade e no estado.
Promoveu o primeiro Festival Internacional de Cinema no Rio de Janeiro e fez da virada de ano em Copacabana um evento de dimensões inimaginadas. A mais ousada destas, a primeira, na Orla toda se ouviu música clássica!
Com sua jovem equipe de assessores, como Tania Fayal, fez do vínculo da rica cultura popular com o turismo um instrumento de desenvolvimento econômico do estado.
Trajano Ribeiro completou seu curso de Direito no Rio de Janeiro. E seu escritório era dividido com Imério Kuhn. Entre a causas que defendiam a que mais repercutia, era advogar contra os juros escorchantes que levavam a dívidas insolúveis àqueles que um dia não conseguiram pagar seus cartões de crédito ou precisaram de empréstimos bancários.
Trajano Ribeiro, por seu bom humor, sua verve, um bom contador de estórias, angariou muitos amigos e admiradores, inclusive entre adversários, ou pessoas de opiniões políticas opostas à que tinha.
Lider estudantil secundarista na juventude de Porto Alegre filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro convidado por Marcos Faermen. Os eventos de 1961, o colocaram, como a outros, no caminho de apoiar Leonel Brizola na defesa da democracia e da Legalidade. O que o levaria mais tarde a se tornar um colaborador de Brizola, ainda internado no Uruguai, ajudando a comunicação com os trabalhistas que permaneceram no Brasil depois do Golpe de 1964.
Entre suas missões, a movimentação para conquistar quadros para a recriação do Partido Trabalhista Brasileiro e à organização do “Encontro de Lisboa” entre trabalhistas que estavam no exílio e os que permaneciam no Brasil, em 1979, foram decisivas para a fundação do Partido Democrático Trabalhista liderado por Leonel Brizola. Esta história ele nos legou junto com Clóvis Brigagão no livro “BRIZOLA” da Editora Paz e Terra de 2015.
Trajano Ribeiro deixa viúva a sua querida de todos nós que com ele convivemos, Maria, sobrinha de Jango e de Brizola, mãe de seus filhos Augusto e Luciana e netos. A eles a mensagem de conforto e paz neste triste momento.
TRAJANO VIVE!
Eduardo de Azeredo Costa – amigo e companheiro de Trajano Ribeiro e de sua família.