O alimento, que é uma rica fonte de proteínas, de vitamina D, potássio, magnésio, zinco e cálcio e de baixo custo, está entre os mais recomendados pelos nutricionistas
Mesmo sendo um alimento que divide opiniões entre alguns profissionais de saúde, o leite de vaca ainda sim tem o seu consumo recomendado pela grande maioria dos nutricionistas e médicos, isso porque é uma rica fonte de proteínas, de vitamina D, potássio, magnésio e zinco. O leite é também uma das maiores fontes de cálcio na natureza, e segundo especialistas, de fácil absorção pelo organismo, se comparado com outros alimentos com igual ou até mesmo maior teor de cálcio.
“Há muitos estudos científicos que demonstram que o leite é um dos alimentos mais completos que existem. É rico em gorduras boas, é uma fonte de proteína excelente. Tirando as carnes e o ovo, o leite é a terceira principal fonte de proteína do organismo humano”, explica a nutricionista Lys Ane Souza Araújo (CRN/1: 16743). Na semana em que se comemora o Dia do Nutricionista, a especialista destaca que o alimento, além de conter vários nutrientes importantes para o corpo humano, tem outra grande vantagem. “O leite é de fácil acesso, de baixo custo e fácil de consumir, o que é importante especialmente para a população mais carente”, acrescenta a especialista.
O poder de “turbinar” o nosso sistema imunológico é outra importante qualidade do leite apontada pela nutricionista Lys Ane. “É um alimento que restabelece e reestrutura a flora bacteriana intestinal. E o que é isso? São microorganismo bons para o nosso corpo que vivem em comunidade no nosso intestino e eles são a primeira linha de frente contra qualquer invasor do nosso organismo. Por isso o leite contribui para manter nosso sistema imunológico fortalecido”, explica a nutricionista.
Um recente estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) sobre alimentos e bebidas consumidos pelos brasileiros calculou quanto custa atender 30% das necessidades diárias de oito nutrientes essenciais para o ser humano: proteína, cálcio, ferro, fibras e vitaminas A, C, D e E. A conclusão foi que o leite é uma das fontes mais baratas desses nutrientes.
O leite integral, por exemplo, pode suprir 30% das necessidades de cálcio de um adulto saudável ao custo de apenas 97 centavos. O consumidor teria que gastar mais de R$ 1.000,00 se desejasse obter a mesma quantidade de cálcio por meio do café ou do caju, de acordo com o estudo.
Evolução
“O leite ao longo desses milhares de anos em que é consumido pela humanidade evoluiu, e muito. É um alimento que agrega em seus processos produtivos e de beneficiamento muita tecnologia e rigoroso controle”, afirma o empresário e industrial André Luiz Rodrigues Junqueira, que comanda uma das maiores marcas de leite do Brasil, a Marajoara Laticínios.
De acordo com ele, essa evolução do leite vem muito em função de um protagonismo do consumidor moderno, que está cada vez mais atento e exigente ao que consome. “Hoje, graças a modernas técnicas de processamento podemos produzir uma série de tipos de leite, bem como diversos derivados. Temos hoje além do leite longa vida, que está entre os itens mais consumidos, os desnatados, semi-desnatados, os sem lactose; uma grande evolução do produto que fez com que mais pessoas consumissem a bebida”, explica o presidente da indústria.
Para a nutricionista Lys Ane Araújo a evolução tecnológica agregada à produção do leite fez com que muita gente que tinha alguma resistência natural ao alimento começasse a consumí-lo, bem como seus derivados, e usufruir das boas qualidades da bebida. “O leite sem lactose por exemplo, permite que uma pessoa que antes tinha uma intolerância a esse carboidrato natural do leite, possa consumir o alimento e usufruir de todas as suas qualidades como as proteínas, o cálcio, as gorduras boas”, afirma a especialista.
A avançada tecnologia usada desde a coleta do leite nas fazendas, passando por diferentes processos de tratamento e transformação, até o envase, está também no controle da segurança alimentar que é um dos mais rigorosos dentro da indústria alimentícia brasileira. “Em nosso laboratório são feitas 20 tipos de análises diferentes no leite in natura, que chega na fábrica. Isso nos garante a qualidade e confiabilidade do produto”, afirma André Luiz.
Incentivo
Apesar dos benefícios nutricionais e baixo custo, o brasileiro ainda toma pouco leite, segundo aponta a pesquisa apresentada em junho de 2019 pela Sociedade Americana para Nutrição. Conforme o estudo, o brasileiro toma 127 mililitros de leite por dia, muito menos do que os finlandeses, com uma média de 374,4, ou mesmo os eslovenos, com 220,4 mililitros por dia. Ainda segundo o estudo, bebemos menos leite do que nossos vizinhos na América Latina, como a Bolívia, com uma marca de 88,6 ml por dia.
“O consumo de leite deve ser incentivado no Brasil, especialmente por termos uma grande parte da população, que por questões sócio-econômicas têm muitas insuficiências nutricionais em sua dieta”, esclarece a nutricionista.