O surto da doença causada pelo novo coronavírus SARS-CoV2 já constitui uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional – o mais alto nível de alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS). A pandemia que, em todo o mundo, matou mais de 284 mil pessoas ainda é objeto de estudo por cientistas, médicos, biólogos e pesquisadores.
Entre as diversas questões ainda sem resposta para a doença, como por exemplo, a cura, o possível transmissor, os tipos e formas de contágio, entre outras incógnitas, há ainda o surgimento de possíveis manifestações de sintomas em outras partes do corpo.
Recentemente, manifestações dermatológicas associadas à Covid-19 têm sido relatadas. Dermatologistas de todo o mundo tentam descobrir por meio de pesquisas a possível relação.
“Seriam sintomas da infecção pelo novo coronavírus, algo ainda recente na prática médica. Por este motivo, novos sinais e da doença são constantemente observados e relatados”, explica o dermatologista e especialista em pele, Erasmo Tokarski.
Um dos últimos trabalhos disponibilizados para estudo foi realizado por uma equipe de espanhóis e publicado no British Journal of Dermatology. Os pesquisadores documentaram toda a análise realizada em 375 pessoas e identificaram alguns principais padrões relacionados a problemas de pele. As manifestações dermatológicas observadas foram:
urticária generalizada – especialmente no tronco, mas pode se apresentar ou dispersar por outras partes do corpo;
maculopápulas (pequenas manchas avermelhadas elevadas) – podem se apresentar em diferentes graus de descamação e costuma afetar mais as mãos; pseudo-frieira nas mãos e pés e em outras partes do corpo; livedo ( aparecimento na pele de “linhas” vermelhas ou azuladas ) ou necrose ( morte de um grupo de células).
De acordo com Tokarski, todo o material ainda é objeto de estudo e não pode ser confirmado que problemas de pele possam ser outros sintomas da Covid-19. O dermatologista lembra que as manifestações na pele são conhecidas da classe médica não começaram a aparecer somente agora com a disseminação da pandemia.
“A pele pode ser o órgão do corpo que manifesta sinais de diversas doenças internas, sejam elas nutricionais, medicamentosas ou infecciosas. Portanto ainda é cedo para afirmar com precisão a questão”, detalha.
Mesmo com as investigações em andamento, o especialista alerta que os pacientes devem estar atentos e vigilantes a qualquer manifestação diferente no corpo ou sintomas da doença e procurar um profissional sempre que necessário.
“É preciso observar a temperatura corporal, tosse e dificuldade de respirar. Além disso, as medidas de prevenção devem ser amplamente adotadas: a lavagem das mãos com água e sabão ou quando não for possível, o uso do álcool em gel, o uso de máscaras e evitar as aglomerações”, ressalta.
Saiba Mais
O primeiro caso de coronavírus no Brasil foi confirmado em 26 de fevereiro pelo Ministério da Saúde. O paciente foi um homem de 61 anos que viajou para a Itália.
No Distrito Federal o primeiro caso da doença foi registrado em 5 de março. Uma mulher de 52 anos foi internada em um hospital particular e posteriormente transferida para a unidade de saúde pública referência no tratamento. Ela também se contaminou fora do país.