Sabe aquele máxima: “Quem não gosta de samba, bom sujeito não é…”? pode resumir muita coisa. E dentro dessa leitura, candidatos à prefeitura e vereadores selam apoio em favor de tudo que envolve ao estilo genuinamente brasileiro.
A RS, leia-se: Rede Carioca de Rodas de Samba, composta por sambistas e produtores culturais, estão em também em campanha com a Carta Compromisso RS – Eleições 2020, e começou a pautar todos os candidatos à prefeitura, para que eles se comprometam com o segmento das rodas de samba, segmento esse que gera emprego e renda o ano todo na cidade do Rio de Janeiro. As propostas são claras e objetivas, visam firmar um compromisso que garanta a regulamentação do segmento, equiparada a sua importância histórica e cultural, em todas as dimensões. Na carta é possível ver uma ordem de planejamento.
E ontem (17/10), os trabalhadores do samba receberam Martha Rocha e o vice Anderson Quack (PDT). O encontro aconteceu no reduto de samba Batuq Casa de Samba, onde não poderia ser diferente, na Rua Belizário Pena, na Penha. Os idealizadores, Marcelo Santos, Júlio Morais, W Luna e Eduardo Familião, já apresentaram o projeto para Benedita da Silva (PT) e Eduardo Paes (DEM), assim como os outros candidatos e aguardam entrar nas agendas dos candidatos para apresentação dos temas principais de atuação.
Em 3 dias, diversos grupos aderiram o movimento como: Associação Carioca de Blocos e Bandas Carnavalescas – Folia Carioca, Movimento de Mulheres Sambistas, Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP), Instituto de Pesquisa e Cultura Negra (IPCN), Roda de Samba da Pedra do Sal, Gloriosa Roda de Samba, Casa do Nando, Beco do Rato, Moça Prosa, entre outros.
“É extremamente importante esse encontro aqui, neste lugar que é um terreiro, que a gente vê tanta natureza, tanto nossa contingência, a resistência do samba, no centro da cultura popular, com uma negrada com uma pegada nova, uma pegada diferente. Isso é fruto e semente, quando a gente consegue reunir com essa qualidade, misturado com pessoas não tão jovens, é a certeza de que realmente nós vamos ter boas vitórias”, comtemplou Negrogum – Presidente do Movimento Negro do PDT.
A roda de conversa abril com fala de Geisa Ketti, sambista, portelense e gestora cultural. Geisa, fez uma crítica e aprova a iniciativa, por entender que o samba não tem o devido respeito e apoio por parte dos governantes – “O samba praticamente não tem o suporte do governo, quando têm editais, são sempre muitos amarrados, os textos dificultam termos o entendimento e a chegar a contemplação final dos editais. Então, a pessoa que trabalha com a cultura e com a arte negra, arte popular, especialmente, tem que está sempre na frente, sempre batalhando pra ter igualdade, em todos os âmbitos”, Geisa é tutora do acervo do pai Zé Ketti.
A candidata Martha Rocha (PDT), se sentiu literalmente em casa, Martha comentou que cresceu na área, que frequenta até hoje. “A cultura é a nossa grande chave para virar a questão econômica, não tenho a menor dúvida disso, gera empregos. O que acontece com a cultura hoje é o retrato do desprezo e desapego…”, declarou a delegada. Devidamente apoiada por seu vice Quack, veterano na construção de projetos ligados ao samba, não só pela vivência pessoal como pela profissional.
“A gente entende que as rodas de samba são tecnologias sociais hoje, vamos falar com candidatos, falar de ações. E hoje aqui, temos alguns candidatos a vereadores que fazem parte da coligação, candidatos esses que tem compromisso com a cultura popular. Costumo dizer que é uma janela de oportunidade, onde a gente tem que buscar o que é nosso por direito”, afirmou Marcelo Santos.
Marquinhos de Oswaldo Cruz, mentor de dois projetos emblemáticos da cena carioca – Feira das Yabás e Trem do Samba, também marcou presença – “Maior resistência desse país é o samba, né? Que já tem mais de cem anos e é uma resistência leve e poética, mas ao mesmo tempo dura e forte”, alegou o veterano sambista.
“A união nesse momento é válida, ainda mais com as dificuldades que a cultura tá passando. E é o momento da nossa virada”, atestou Márcio Ribeiro Reis, que compõe uma candidatura à vereança com Edimara Celi – mandato coletivo União e Poder do PDT.
“Muito importante para o nós cariocas a companheira Martha Rocha assumir esse compromisso com os trabalhadores do samba. Estamos tratando aqui, não apenas da garantia para os espaços desses profissionais, mas da preservação da nossa identidade cultural tão boicotada pelo atual desgoverno fundamentalista”, atesta André Carcará – Vice-presidente estadual do Mov. Cultural Darcy Ribeiro RJ.
A iniciativa suprapartidária reuniu lideranças culturais, candidatos e seus representantes, como Beta Assunção e Viviam Chagas do Samba das Rosalinas, Wanderson Luna (Pede Teresa) Pedro Paulo e Paulo César (Centro do Samba), Jaiminho (Samba da Almirante), Luciano Bom Cabelo (Terreiro de Crioulo), Nika Andrade (Canal Sambei), Everton Gomes (PDT), Danilo Firmino (PSB), Nego PRW (PSB), entre outros. O evento atuou dentro das normas de segurança exigidas pela OMS, todos com máscaras, portando álcool e evitando aglomeração.
“O samba é a nossa ancestralidade. Importante ressaltar que o samba e tudo que está em torno dele, representa outras lutas, como racismo e equidade. Por um Rio quem mantém sua identidade e respeite a diversidade. Temos um legado: a nossa história”, do Prof. Dr. Babalawô Ivanir dos Santos.