Gkay, a influenciadora que desfez procedimentos estéticos e removeu quase 3 litros de ácido do rosto, compartilhou sua jornada de arrependimento após ter passado por uma série de intervenções cirúrgicas e estéticas. Nas redes sociais, essa personalidade digital abriu-se com seus seguidores, discutindo abertamente as transformações em seu corpo e rosto, revelando que não sente mais vontade de se submeter a nenhum outro procedimento.
Para um fã que pedia para que ela não mexesse mais no rosto, Gkay tranquilizou o seguidor e desabafou. “Isso aí vocês não precisam se preocupar, não. Vejo umas fotos antigas minhas e penso assim: ‘Não tinha ninguém para avisar, não? Ninguém? Não tinha uma pessoa para avisar: ‘Mulher, está podre'”, disse.
A história da influenciadora vai além de sua recente revelação. Algum tempo atrás, ela abriu-se sobre suas lutas pessoais com a distorção de imagem, um desafio que a levou a tomar uma decisão drástica: remover três litros de ácido hialurônico do rosto. Essa experiência levanta questões sobre a possível relação com o dismorfismo corporal e sua influência em sua decisão.
A médica especialista em dermatologia, Dra. Kelly Pico fala que, nesse contexto, é crucial compreender a influência da sociedade na percepção da beleza. As mídias sociais e os padrões estéticos estabelecidos têm um papel significativo na formação de ideais inatingíveis. É essencial reconhecer a importância da diversidade e valorizar a singularidade de cada indivíduo. A beleza vai além das aparências, e a autoaceitação deve ser construída com base em qualidades intrínsecas, talentos e conquistas pessoais.
O que define o dismorfismo corporal?
O dismorfismo corporal, também conhecido como transtorno dismórfico corporal (TDC) ou dismorfofobia, é um transtorno mental caracterizado por uma preocupação excessiva e irracional com um defeito imaginado ou leve em sua aparência física. Pessoas com dismorfismo corporal têm uma visão distorcida de como se parecem e geralmente se concentram em características específicas do seu corpo, acreditando que são anormalmente feias, deformadas ou desfiguradas.
Essa preocupação persistente com a aparência física pode levar a um sofrimento significativo e afetar negativamente a vida diária das pessoas que sofrem com o dismorfismo corporal. Elas podem se sentir extremamente autoconscientes e envergonhadas sobre sua aparência, evitando situações sociais e até mesmo buscando isolamento para evitar o julgamento dos outros. Além disso, o dismorfismo corporal pode levar a uma baixa autoestima, depressão, ansiedade e até mesmo ideação suicida.
Imersas na incessante busca pela perfeição estética, muitas pessoas se submetem a uma série de procedimentos que frequentemente ultrapassam os limites da naturalidade. A harmonização facial e o preenchimento labial podem oferecer resultados visíveis, porém, quando realizados em excesso e de maneira desproporcional, podem levar à falta de identificação com a própria imagem e, consequentemente, ao arrependimento.
No ponto central dessa jornada de transformação, encontramos a complexa relação entre a imagem corporal e a autoaceitação. Gkay compartilhou abertamente suas experiências de distorção de imagem, revelando os desafios emocionais enfrentados ao lidar com expectativas irreais. Suas reflexões fornecem uma visão profunda sobre os impactos psicológicos da busca incessante pela perfeição, destacando a importância de cuidar da saúde mental e emocional em primeiro lugar.
Entender que a decisão de realizar procedimentos estéticos é pessoal e complexa é essencial. Tomar decisões informadas requer pesquisa detalhada, consulta a profissionais qualificados e expectativas realistas. É necessário compreender os riscos e as possíveis consequências envolvidas, garantindo que cada passo seja cuidadosamente considerado.
A Dra. Kelly Pico conclui que, no fim das contas, o exemplo da Gkay nos leva a uma conclusão poderosa: a verdadeira beleza reside na saúde física e mental, na aceitação de si mesmo e na construção de uma autoestima sólida e autêntica. A aparência externa pode ser aprimorada, mas a verdadeira transformação ocorre quando abraçamos nossa singularidade e valorizamos quem somos, para além das expectativas impostas.