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O Palácio Pedro Ernesto

novo artigo de Mauro Magalhães

novo artigo de Mauro Magalhães

Por Mauro Magalhães   –  Ex-deputado e empresário
esses meus 88 anos de idade e com  mais de 60 anos de vida, na política, e no setor privado, confesso que fico emocionado,  quando visito o Palácio Pedro Ernesto,  onde,  atualmente,  funciona a Câmara Municipal do Rio de Janeiro,  na Cinelândia.
Há algum tempo,  a administração da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro tem promovido visitas ao local para que o público,  em geral, possa conhecer a história do Palácio Pedro Ernesto.
O prédio tem esse nome,  em homenagem a Pedro Ernesto ( 1884-1942),  que foi prefeito do Rio de Janeiro e atuou  de modo histórico,  entre 1920 e 1930.
O Palácio Pedro Ernesto sediou a Assembleia Legislativa do antigo Estado da Guanabara,  entre 1960, quando a capital foi transferida do Rio de Janeiro para Brasília,  até 1975, quando houve a fusão do estado do Rio com o antigo estado da Guanabara e o Poder Legislativo estadual passou a funcionar no Palácio Tiradentes.
Antes de abrigar a Assembleia Legislativa do antigo Estado da Guanabara e de abrigar a atual Câmara dos Vereadores,  desde 1977,  o Palácio Pedro Ernesto, inaugurado em 1923, abrigou o antigo Conselho Municipal,  foi sede da Prefeitura,  do Ministério da Educação,  Cultura e Saúde.
Quando Carlos Lacerda foi eleito governador pelo antigo Estado da Guanabara,  em 1960, assumiram ,  na Assembleia Legislativa do antigo Estado,  grandes lideranças da UDN e do lacerdismo, como Amaral Neto,  Afonso Arinos,  Sandra Cavalcanti,  Aliomar Baleeiro,  Raul Brunini,  Lígia Lessa Bastos,  entre outros.
Entre os deputados de oposição ao lacerdismo e ao udenismo ,  estiveram na antiga sede da Assembleia Legislativa da Guanabara,  o irmão de Getúlio,  Lutero Vargas, Amando da Fonseca, getulista apaixonado,  o comunista Hércules Correa,  que foi eleito pelo PTB varguista e janguista,  Artur da Tavola,  Adalgisa Nery, Sami Haddad,  entre outros.
Nas eleições de 1962, quando foi eleito vice-governador um ferrenho adversário de Carlos Lacerda, o petebista,  getulista e janguista Eloy Dutra , entraram,  junto com ele, e, também, comigo,  que fui eleito pela UDN,  grandes nomes da política.
Entre os meus colegas na Assembleia Legislativa da Guanabara, eleitos em 1962, estavam lá meus amigos e adversários José Gomes Talarico,  Edna Lott,  Paulo Duque,  Jamil Haddad,  Bonifácio de Andrada,  Sinval Sampaio,  José Salim ,  além de Álvaro Valle,  Victorino James e outros poucos apoiadores de Carlos Lacerda.
Os responsáveis pelo acervo do Palácio Pedro Ernesto conservaram alguns documentos que pertenceram à Assembleia Legislativa da Guanabara,  entre 1960 e 1975.
Na semana passada,  estive lá,  no Palácio Pedro Ernesto , para relembrar da história da Assembleia Legislativa da Guanabara, principalmente nos anos 60, quando estive lá,  antes de ser cassado  pelo AI-5, em 1969 ( por ter participado da Frente Ampla). Fiquei emocionado quando vi minha foto,  ao lado de Jamil Haddad e de Celio Borja.
Depois da fusão da Guanabara com o Rio de Janeiro, em 1975, o Palácio Tiradentes ( que sediou Câmara Federal,  até 1960) passou a abrigar a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
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