Por Mauro Magalhães – Ex-deputado e empresário.
Considerado por torcedores e admiradores do futebol, em geral, como o melhor presidente que o Fluminense já teve, em décadas de existência , o juiz Francisco Horta fará 88 anos na sexta, dia 23 de setembro.
Em homenagem ao grande tricolor, os amigos vão se confraternizar, na quinta (dia 22 de setembro), em missa que será rezada, às 13hs, na igreja de Nossa Senhora de Bonsucesso, no Castelo (Centro do Rio de Janeiro).
Sócio do clube das Laranjeiras desde os seus 8 anos de idade, Francisco Horta foi presidente da agremiação entre 1975 e 1977.
Até hoje, o querido juiz de Direito e advogado é lembrado por mudanças históricas que promoveu.
Ele foi o responsável pela contratação de Rivelino, grande líder da denominada “máquina tricolor” (nome dado ao grande time criado por Francisco Horta).
Com a chegada de Carlos Alberto Torres, à equipe, a “máquina tricolor “trouxe para o clube o título de campeão carioca em 1975 e em 1976. E, também, vitórias em campeonatos internacionais e no Campeonato Brasileiro.
Carismático, querido e nascido para ter sucesso, o lema de Francisco Horta, na época em que presidiu o Fluminense, era ” Vencer ou vencer “. O bordão se tornou famoso e até hoje é repetido pelas torcidas, nos jogos do time.
Juiz da Vara de Execuções Criminais, na mesma época em que foi presidente do Fluminense, Francisco Horta é lembrado até hoje por sua genial atuação, no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
Francisco Horta foi, sem dúvidas, o melhor juiz de Vara de Execuções Criminais que o Rio de Janeiro conheceu.
Em um período que o Brasil começava a caminhar para a redemocratização e para a implantação de políticas que defendiam os Direitos Humanos, Francisco Horta abriu a Vara de Execuções Criminais para a imprensa e advogados.
Horta ficou à frente da Vara de Criminais nos dois governos do ex-governador Chagas Freitas, no estado do Rio de Janeiro.
Ele era tão respeitado pela imprensa, que, quase todos os dias, recebia os jornalistas em sua sala, na Vara de Execuções Criminais, para falar sobre os grandes casos de Justiça que iam parar ali.
Considerado por todos como um juiz bondoso e generoso, Francisco Horta fazia campanhas para ajudar os presos que passavam necessidade.
Com as cadeias lotadas e sem estrutura para atender tantos presos (alguns, encarcerados por pequenos delitos), Horta conseguiu que fosse aprovada uma lei que soltou muitos condenados, antes do cumprimento da pena.
Incentivou os presos a terem bom comportamento.
Advogado, depois que deixou a Vara de Execuções Criminais, teve, ainda, uma passagem pelo Flamengo, como diretor ( até os flamenguistas o reverenciavam e o chamavam, inclusive, de ” eterno presidente “).
Em 1982, nas eleições que deram a vitória a Leonel Brizola , para o governo do Rio de Janeiro, Francisco Horta foi eleito para a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
Excelente comunicador, também foi comentarista de rádio e televisão.
Nos anos 90, exerceu cargos na Associação Comercial do Rio de Janeiro. Promoveu palestras e seminários inesquecíveis, ali, quando presidiu o Conselho de Segurança da ACRJ.
Aos 88 anos, Francisco Horta foi reeleito, recentemente, para o cargo de provedor da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro.
Vida longa ao eterno presidente tricolor.