Prêmio reconhece as 18 melhores advogadas pretas do Brasil
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Prêmio reconhece as 18 melhores advogadas pretas do Brasil

Votação contou com mais de 58 mil votos para eleger 105 finalistas, que participaram da noite de gala em São Paulo

A noite do último sábado, dia 24, foi marcada por muita representatividade e diversidade: Dezoito advogadas pretas de todo o Brasil, atuantes nas mais diferentes áreas foram laureadas com o Prêmio Best Sisters In Law 2023. A iniciativa, que contou com mais de 58 mil votos, que levaram a 105 finalistas, é uma iniciativa da Rede Black Sisters In Law. O encontro reconheceu atuações da área Penal à Compliance, passando pela Trabalhista, In Company, entre outras. A executiva Rachel Maia foi a grande homenageada da noite, por seu protagonismo.

Apresentado pela jornalista Nathália Monteiro, o Prêmio Black Sisters In Law 2023  contou com cerca de 400 pessoas, que compareceram ao Hotel Unique, em São Paulo, para prestigiar a iniciativa. A fundadora do Black Sisters In Law, rede que reúne mais de 3 mil advogadas negras de todo o Brasil e do exterior, Dione Assis, abriu a premiação, relembrando os motivos que a levaram a criar o grupo: “A Black Sisters In Law nasce em 2022: Eu navegava solitária no mercado em que eu conhecia poucas pessoas parecidas comigo, mas eu tinha a certeza de que essas profissionais existiam, por isso comecei a procurá-las”, conta.

“O sistema é perverso e insiste em nos negar oportunidades. A expectativa sobre nós é tão baixa que a percepção inicial é de deslumbre. O que nos faltava eram oportunidades. O que acontece hoje é para dar espaço para a excelência da advocacia negra. Hoje materializamos a excelência negra”, revelou Dione, que garantiu que o evento era só o começo, e foi ovacionada pelo público.

As premiadas foram: Mariana Alvarenga, SP, (Direito Digital); Fayda Belo, ES, (Direito Antidiscriminatório); Michelle Ribeiro Dantas, SP, (Compliance); Juliana Oliveira de Lima, SP, (Direito Empresarial);  Anna Lyvia Ribeiro, SP, (Direito Imobiliário); Mayana Santana Fernandes, MG, (⁠Direito Penal); Raquel Cristina Santos, RS, (Direito Previdenciário); Nilza Maria Silva de Freitas, RS, (Direito Trabalhista); Evelyn Roges, RJ, (Direito Tributário);  Larissa Santos Leite Alves, BA, (Direito das Famílias); Xisliane Dias, RJ, (Direito do Consumidor); Claudia Ignácio, MG,  (Direitos Humanos); Raquel Andrade dos Santos, CE, (Direito da Mulher); Danielle Bernardo, SP, (Jovem Sister); Maria Elizabeth Nunes, RJ, (Propriedade Intelectual); Tatiana Coutinho, RJ, (Proteção de Dados); Heloisa Leone Peres Matos, SP, (⁠Sister in Big Law); Marina Machado Marques, MG,  (Sister in Company).

Fechando a noite, a empresária Rachel Maia (primeira mulher negra a ser CEO no Brasil) foi homenageada. Segundo Dione Assis, apesar de não ser advogada, Rachel teve papel fundamental na representatividade que incentivou com que outras mulheres pretas pudessem buscar patamares profissionais ainda maiores: “A gente não consegue andar sem uma bússola, quando abríamos os jornais, sempre que falavam de uma mulher negra referência no mercado brasileiro era sempre você que era citada. Você se tornou referência de todas nós, mesmo não sendo do mercado jurídico. Você é uma mulher negra vitoriosa”, contou Dione Assis sobre Rachel Maia, contadora que já foi CEO de mutinacionais como Lacoste, Pandora e Tiffany & CO.

“Os outros não estavam acostumados a ver pessoas negras em cargos de lideranças, este posicionamento não estava na pauta de discussão. Eu tinha que ser diferenciada, o mercado estava pronto para eu cair e virem 10 para tentarem meu cargo. Eu me aquilombo para estar com os meus. Hoje ainda temos os aliados entregando os prêmios, mas vai ter um momento em que os aliados estarão nas mesas e os nossos estarão nas posições de lideranças e estarão entregando os prêmios para os nossos”, disse Rachel, que foi aplaudida de pé no final de sua fala.