Produtividade da soja no Mato Grosso é a pior em 15 anos, aponta EarthDaily Agro
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Produtividade da soja no Mato Grosso é a pior em 15 anos, aponta EarthDaily Agro

Empresa analisou tendência da safra no período em quatro estados produtores, e o pior desempenho é mato-grossense

Os quatro principais estados produtores de soja têm previsão de quebra de safra em razão da seca, aponta a EarthDaily Agro EarthDaily Agro, empresa de sensoriamento remoto com uso de imagens de satélites. Ao observar a tendência dos últimos 15 anos, a empresa projeta redução na produtividade da soja no Mato Grosso, em Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná. A EarthDaily Agro estima a safra brasileira de soja em 149,2 milhões de toneladas.  “E mesmo com uma estimativa bem inferior à da Conab e USDA, continuamos com o viés de baixa”, afirma Felippe Reis, analista de safra da empresa.

“No Mato Grosso, o índice de vegetação (NDVI), que possui alta correlação com a produtividade, apresenta evolução muito ruim. Após dois anos de resultado acima da tendência, o NDVI traz uma curva mais acentuada e desfavorável do que nas temporadas de 2015/16 e 2012/13, quando houve quebra de safra”, explica Reis. Com isso, os dados indicam que a quebra da safra em Mato Grosso seja a pior dos últimos 15 anos. “A produtividade no estado está estimada em 15% abaixo da tendência. O pior resultado foi em 2016, quando ficou 13% abaixo da tendência”, diz o analista. Para o ciclo atual, a EarthDaily Agro estima 52,12 sacas por hectare (na safra passada foram registradas 62,88 sacas/hectare).

Já em Goiás, a produtividade está projetada em 7% abaixo da tendência dos últimos 15 anos. O pior resultado ocorreu em 2015 quando ficou 19% abaixo da tendência (em 2016 ficou 5% abaixo da tendência). Para a safra atual, a projeção é de 60 sacas/hectare (em 2023 foram 65 sacas/hectare).

A seca e queda da umidade do solo tem impactado o desenvolvimento das lavouras no Mato Grosso do Sul. A estimativa atual é de 57,7 sacas/hectare (na safra passada foram 62 sacas/hectare). Há previsão de retorno das chuvas e consequente aumento da umidade, mas é preciso monitorar se isso irá acontecer a tempo de alterar esse cenário.

No Paraná, a produtividade encontra-se 2% abaixo da tendência (considerando o período de 15 anos). “Atualmente o NDVI está em patamar mais baixo do que em 2019 (10% abaixo da tendência), o que permitiria uma posição ainda mais pessimista. Para o ciclo atual estimamos 57,83 sacas/hectare, sendo que, em 2023, foram 64,3 sacas/hectare)”, aponta Reis.