Após semanas de escalada tarifária, EUA e China anunciaram uma trégua comercial de 90 dias, com redução significativa das tarifas recíprocas: os Estados Unidos baixam as alíquotas sobre importações chinesas de 145% para 30%, enquanto a China reduz suas tarifas de 125% para 10% sobre produtos americanos. O anúncio surpreendeu positivamente o mercado, que esperava uma redução parcial de até 60%.
O impacto foi imediato. Bolsas da Ásia, Europa e Estados Unidos reagiram em alta, enquanto o dólar ganhou força frente a moedas emergentes. Nas commodities agrícolas, o movimento foi ainda mais intenso: a soja subiu mais de 15 pontos no pré-mercado em Chicago, impulsionada pela expectativa de retomada parcial das compras chinesas junto aos EUA. Já o milho avançou de forma tímida, refletindo estoques elevados e menor sensibilidade ao anúncio.
No Brasil, o efeito é duplo. A demanda chinesa no curto prazo tende a manter o fluxo de embarques já contratados, o que sustenta a pressão atual sobre os prêmios. No entanto, a reaproximação entre China e Estados Unidos pode reacender a concorrência no segundo semestre, exigindo atenção estratégica na comercialização da soja remanescente. Apesar do cenário de retomada parcial do fluxo global, o Brasil segue consolidado como parceiro confiável, com vantagens logísticas e comerciais relevantes em períodos de instabilidade.