Baixa da taxa Selic e benefícios da Caixa Econômica Federal aparecem como principais incentivadores do aumento das transações
Mesmo em tempo de crise e incertezas provocadas pela Covid-19, as vendas de imóveis se mostraram aquecidas nos últimos meses. É o que revela a pesquisa realizada pela Brain Inteligência Estratégica: 22% das pessoas entrevistadas que pensavam adquirir um imóvel efetivaram a compra no mês de junho. O percentual é seis pontos superior a março, mês do início da pandemia no Brasil. O número também superou o registrado no mês de abril em três pontos.
A região Centro-Oeste foi uma das que impulsionaram os índices com crescimento de 15% para 22% entre março e junho. Segundo o gestor comercial regional da MRV, Rafael Cássio de Aquino, a queda da taxa básica de juros (Selic) para 2,25% – novo piso histórico da taxa -, os benefícios e incentivos concedidos pela Caixa Econômica Federal e as condições de promoções dadas pela construtora contribuíram para o crescimento dessas vendas. “As pessoas perceberam que as condições para a aquisição da casa própria como a baixa taxa de juros e o anúncio da Caixa de três até seis meses de carência nas prestações de contratos habitacionais, caso o comprador necessite dessa facilidade, são boas oportunidades”, destaca.
Segundo o gestor comercial, houve um aumento de 10% na procura de imóveis na plataforma de soluções habitacionais MRV em março em relação ao período anterior pré-pandemia em Goiás. O crescimento das vendas chegou a 20% no período da pandemia em relação aos primeiros meses do ano. Os efeitos dessa maior procura também foram sentidos na ponta, pelos corretores de imóveis, que estão satisfeitos com a reação do mercado. É o caso da corretora de imóveis que atua há dois anos na MRV, em Anápolis, Vanderléia Reis. Ela afirma que teve uma média de 20% de crescimento nas vendas de imóveis desde março.
“Não dá para negar que a pandemia impactou todos os setores. Com isso, tivemos que trabalhar mais com as vantagens que a construtora e a Caixa passaram a oferecer àqueles que buscam imóveis para mostrar que passamos por um momento de oportunidades para quem busca realizar esse sonho”, destaca Vanderléia. A corretora é mais um exemplo de como o otimismo do mercado imobiliário tem contribuído positivamente para a economia goiana.
Digitalização
O processo de vendas dos imóveis também sofreu grandes mudanças. A corretora de imóveis Denise Silva, que atua em Goiânia, fala que o procedimento passou a ser mais virtual para garantir a segurança dos clientes. “Já conseguimos realizar todo o processo virtualmente. Muitos que procuram o nosso atendimento já estão decididos sobre a compra do imóvel, o que facilita ainda mais o processo”, detalha Denise.
A corretora chegou a fazer uma comparação de vendas feitas por ela mesma entre os meses de março e junho com o mesmo período do ano passado e afirma que o desempenho de vendas melhorou em mais de 30%.
De acordo com Rafael Cássio, cerca de 98% das vendas realizadas pela MRV em junho foram por meio digital. “Essa já era uma tendência que acabou sendo fortalecida com a chegada da pandemia e a impossibilidade de muitas pessoas saírem de casa”, destaca o diretor. E agora, mesmo com a flexibilização do isolamento social em Goiás e o retorno das atividades do comércio autorizado pela prefeitura de Goiânia, as vendas onlines devem continuar crescendo na opinião do gestor, pela facilidade que gera ao consumidor.
A corretora de imóveis Ana Flávia Moreira, que atua em Aparecida de Goiânia, destaca que tem investido em marketing digital para se destacar durante o período de isolamento social. “É uma forma de alcançar o cliente enquanto durar as medidas restritivas, fortalecendo a ação nas redes sociais. Deve ser uma tendência que exigirá mais capacitação dos corretores”, afirma a corretora que conseguiu aumentar em 50% as vendas durante a pandemia usando o marketing digital.