Confira tipologias de imóveis que estão tendo alta na demanda e são boas alternativas para investimento tanto para locação quanto para revenda
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central cortou a taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual, de 2,25% para 2% ao ano. A decisão foi unânime e veio dentro do esperado pela maior parte dos analistas de mercado. Este foi o nono corte seguido, o quinto anunciado neste ano e o quarto desde o início da pandemia do novo coronavírus no Brasil. É o menor patamar desde o início da série histórica, em 1996. A queda começou a partir de outubro de 2016, quando ela estava em 14,25%.
Embora a maior parte do mercado financeiro espere que a Selic fique estável em 2% até dezembro, o grupo “top 5” médio prazo do relatório Focus do Banco Central, que representa os economistas que mais acertam as previsões, ainda estima novo corte, com essa taxa encerrando o ano a 1,88%. Basicamente, a Selic influencia todas as demais taxas de juros do Brasil, como empréstimos, financiamentos e retorno em aplicações. Um dos segmentos que se beneficia da queda dela é o setor imobiliário.
Com a taxa baixa, pegar um empréstimo no banco financiar um imóvel se torna mais vantajoso. Além disso, como as outras opções mais conhecidas de investimentos – como os títulos lastreados pela Selic, o CDB por exemplo -, estão mais instáveis e com rentabilidade muito reduzida. Com isso, a ideia de comprar um imóvel para investir se intensificou, aponta o diretor da URBS Imobiliária, Edmilson Borges. “Isso acontece porque os imóveis estão tendo uma valorização maior do que a Selic, e se você incorpora a renda do aluguel, essa rentabilidade é maior ainda”, explica ele.
Para aproveitar o momento, o diretor destaca que o importante é diversificar o investimento em imóveis. “Seja comercial ou residencial, este é um bom momento para investir até para evitar pagar preços maiores por conta da diminuição do estoque que já está sendo sentida no mercado goiano e brasileiro”, afirma. Edmilson Borges orienta que o investimento é válido tanto para moradia própria, quanto para alugar, visto que o aluguel também está em alta.
Veja a seguir algumas dicas de imóveis para investir elaboradas pelo especialista:
Salas comerciais: Mesmo com o crescimento do home office, a demanda por salas comerciais continua. Apesar dos impactos da epidemia do coronavírus, Goiás termina o primeiro semestre de 2020 com saldo positivo na criação de novos negócios. Até o final do mês passado, o Estado registrou a abertura de 11.515 empresas, número semelhante ao de 2019 (11.687) e acima da média registrada nos últimos cinco anos (10.664), sempre levando em conta o período de janeiro a junho. Goiás também ganhou mais 15 mil microempreendedores individuais (MEIs) no último trimestre, um incremento de 4,3% conforme o Portal do Empreendedor. “São números que dão suporte para o aquecimento das salas comerciais. Ainda que em um novo modelo de funcionamento, conciliando o trabalho presencial com o home office, os negócios vão precisar de um espaço físico, mais cedo ou mais tarde”, diz Edmilson. Ele o observa que Goiânia está sem lançamentos comerciais há algum tempo e as unidades disponíveis já estão sendo ocupadas.
Apartamento de um quarto e mobiliado (studio/flats): Procurado por solteiros ou casal sem filhos, com demanda por locação alta, essa tipologia é uma boa opção para investimento, mas com pouca oferta de produtos prontos no mercado. Levantamento divulgado em julho pela Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), mostra esta escassez, pois desde maio de 2019 não há nenhum lançamento desta tipologia em Goiânia e Aparecida de Goiânia. “Normalmente são procurados por pessoas que vem para Goiânia a trabalho”, explica o diretor da URBS Imobiliária.
Apartamentos de dois quartos: Procurado por casal sem filhos, divorciados e também por solteiros. “É muito solicitado, pois atende diversos perfis de público e em bairros nobres já é difícil encontrar”, salienta o especialista. Por isso, aproveitar uma oportunidade de investir em um imóvel desse padrão pode ser interessante para revenda futura ou para locação. Prova disso é que entre abril de 2019 e de 2020, segundo dados da Ademi-GO, foram lançadas 3.942 unidades desta tipologia e a venda líquida delas foi de 3.983, ou seja, vendeu-se mais do que foi lançado no período de um ano. Isso se dá, pois, normalmente, é um imóvel de menor valor e muitos se enquadram no programa do Governo Federal Minha Casa Minha Vida, com condições facilitadas para pagamento. Em abril deste ano foi vendido 35,5% a mais de imóveis neste programa comparado com o mesmo mês de 2019.
Apartamentos de três quartos: Normalmente, procurado por casais com filhos e que prezam por mais conforto. “Normalmente, é a família que estão em fase de upgrade, ou seja, já possuem um imóvel menor e buscam por melhorias. Durante a pandemia, notamos o aumento dessa demanda, justamente porque as pessoas ficaram mais tempo em casa e avaliaram melhor a qualidade de seu espaço privativo”, justifica o diretor da URBS Imobiliária. Tal perspectiva é comprovada por levantamento realizado pela OLX, o qual mostra que a procura por casas e apartamentos com três ou mais quartos aumentou 30%. O interesse por este tipo de imóvel cresceu 31% para compra e 27% para aluguel. Os dados são de abril e maio deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado.
Condomínios fechados: Também procurado por famílias, este tipo de imóvel é um excelente investimento por conta da valorização que já existia e agora está mais alta por conta da demanda. “A busca por locação em condomínios fechados também está altíssima por causa da pandemia. A experiência do home office está levando as pessoas a avaliarem melhor se é realmente imprescindível estar perto do trabalho, além da busca por mais espaço privativo. Os imóveis no local, tanto lotes quanto casas, já tiveram aumento de até 30% no valor”, salienta Edmilson Borges. Dados da Brain Inteligência Estratégica, empresa que realiza pesquisas sobre mercado imobiliário, apontam que na região Centro-Oeste, 75% das pessoas têm um desejo maior pelas casas e, em Goiânia, isso é mais forte, comportamento que indica uma tendência.