Tecnologia é parte essencial da operação e estratégia de comércio exterior
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Tecnologia é parte essencial da operação e estratégia de comércio exterior

Entrega de computadores para o Instituto Sociocultural HDUN, em Santa Maria
Recursos como Inteligência Artificial e Big Data contribuem de forma decisiva para as tomadas de decisão no setor

A área de comércio exterior já não admite mais a adoção de controles manuais ou uso de simples planilhas ou formulários em papel para a execução de suas operações e definição de estratégias. Ferramentas tecnológicas como Inteligência Artificial (IA), Big Data, Business Intelligence, entre outras, são realidade no dia a dia do setor.

As principais tendências para os próximos anos e práticas adotadas por grandes organizações e operadores logísticos foram apresentadas no Comex Tech Forum, evento organizado no dia 22 de novembro, na Câmara Americana de Comércio de São Paulo, pela Logcomex, empresa que oferece tecnologia para o comércio exterior por meio de uma plataforma completa end-to-end, ajudando gestores a planejar, monitorar e automatizar o seu Supply Chain.

Segundo César Taurion, diretor de Estratégia (CSO) da Redcore, aceleradora tecnológica de negócios, o mundo vem passando por ciclos cada vez menores de inovação, que ocorrem em média a cada dois anos, mas não há motivo para preocupações.  “A tecnologia não irá substituir nem eliminar a raça humana”, garante. Para Taurion, embora a IA seja uma ferramenta poderosíssima, ela não vai resolver todos os problemas. “O que ela vai produzir é uma melhoria significativa da produtividade”, ressalta.

Helmuth Hofstatter, CEO da Logcomex, salienta que embora alguns empregos de funções mais repetitivas tendem a desaparecer por conta do uso das novas tecnologias, outros serão criados. “Na Logcomex utilizamos bastante inteligência artificial, Big Data e outras ferramentas. De nosso quadro de 300 profissionais, 100 atuam na área de TI, divididos em times de cientistas de dados, gerentes de produto, engenheiros de software, de modo que entendemos que, para operar a tecnologia, as pessoas são necessárias”, atesta.

Integração entre aduanas

Carlos Ottoni, sócio da área de Tributos da KPMG, empresa global de auditoria e consultoria, uma tendência que começa a se consolidar na área de comércio exterior é a integração entre as aduanas por meio da tecnologia, o que no Brasil, deverá ser feito pelo Portal Único Siscomex. Segundo o executivo, hoje o País responde por 20% das exportações e 28% das importações globais.

Lançado em 2014, o Portal Único Siscomex passou por algumas reformulações e agora vai contemplar alguns processos significativos, principalmente no que tange às importações, como: Declaração Única de Importação (DIMP), catálogo de produtos, gestão antecipada de riscos e avaliação automática de tributos.

Segundo Helmuth Hofstatter, CEO da Logcomex, todos os importadores e indústrias deverão fazer um cadastro prévio dos seus produtos e, dependendo da NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul), será necessário preencher uma série de atributos. “A Logcomex tem uma ferramenta que ajuda as empresas a organizar essas informações, a tributar e transmitir o dado diretamente para o Portal Único, o que acaba sendo um facilitador”, comenta.

Na opinião de Ottoni, o catálogo de produtos vai trazer mais segurança ao processo de importação, tendo em vista que a Receita Federal estará munida de dados para fazer a avaliação dos itens que estão sendo importados por conta da integração das aduanas. “O Portal Único Siscomex deve trazer maior visibilidade, mais transparência e ampliação da fiscalização”, estima.

Outras melhorias que o Portal Único Siscomex deve trazer são o pagamento centralizado, integração internacional, facilidade de acesso por aplicativos móveis e adoção cada vez maior da inteligência artificial.