O Palácio de Buckingham apresentou nesta terça-feira (14) um novo retrato oficial do rei Charles III, gerando mais controvérsias para a família real, recentemente perturbada por outras crises de imagem como polêmica fato alterada de Kate Middleton.
A tela em estilo contemporâneo tem pinceladas fortes, em tons de vermelho e marrom, e o detalhe de uma borboleta sobre os ombros do monarca, uma referência do autor da obra à “metamorfose” desde seu papel como príncipe de Gales até assumir o trono.
O retrato foi pintado pelo artista britânico Jonathan Yeo, uma celebridade do mundo das artes, reforçando a linha de modernização da monarquia defendida por Charles. Mas apesar da fama do autor, críticos de arte não gostaram do resultado final, e a tela dividiu opiniões nas redes sociais.
O rei posou quatro vezes para a produção da obra, a primeira quando ainda era o príncipe de Gales, em junho de 2021, em Highgrove, uma de suas residências. Outras sessões aconteceram na Clarence House, em Londres. A última foi em novembro de 2023, já depois da coroação.
Segundo o Palácio de Buckingham, Yeo também utilizou como referências desenhos e fotografias que ele próprio tirou de Charles III, para completar o retrato em seu estúdio na capital britânica.
O rei aparece usando o uniforme da Guarda Galesa, da qual foi nomeado Coronel do Regimento em 1975.
Entre as críticas estão o uso excessivo do vermelho e uma percepção de que Charles aparece fantasmagórico ou mesmo “assustador”, como descreveu o crítico de arte do Washington Post.
Quem é o autor do novo retrato de Charles III
Yeo é um reconhecido artista contemporâneo de 53 anos, autodidata, cujo trabalho foi exibido na Royal Academy of Arts e na Smithsonian National Portrait Gallery em Washington.
Ele também pintou a rainha Camilla e o príncipe Philip, marido da rainha Elizabeth II.
O artista fez ainda retratos de celebridades do mundo artístico e político como Idris Elba, Cara Delevingne, David Attenborough, Nicole Kidman, Malala Yousafzai e os ex-primeiros-ministros David Cameron e Tony Blair.
E ficou conhecido com uma provocação: uma colagem retratando o ex-presidente americano George Bush com recortes de revistas pornográficas, feita depois que a Casa Branca voltou atrás em uma encomenda.
Na apresentação do novo retrato do rei Charles II, encomendado pela organização de caridade The Draper’s Company e mais bem comportado, Jonathan Yeo comparou a evolução do monarca em seu papel na vida pública desde que ele posou para a obra pela primeira vez à borboleta pairando sobre o seu ombro.
Yeo disse que o estilo usado no retrato faz referência às tradições dos retratos reais, de uma forma que refletisse uma monarquia do século XXI, “comunicando a humanidade” de Charles III.
Mas não ficou livre de críticas pela sua forma de retratar o monarca. A tela estampou as primeiras páginas dos jornais no dia seguinte à apresentação, mas cartunistas fizeram ‘releituras’ jocosas, enquanto o público expressou sua opinião nas redes
Entre as críticas estavam a de que o tom vermelho lembrava um incêndio.
O cartunista Peter Brooks, do jornal The Times, brincou com a prática dos ativistas do grupo Stop Oil de jogar tinta vermelha em telas de museu. Seu cartoon mostra dois deles lamentando por terem “chegado tarde” para o ataque.
O polêmico retrato do rei ficará exposto para visitação pública durante um mês na Philip Mold Gallery, em Londres, de 16 de maio a 14 de junho, com entrada gratuita.
A partir de agosto o quadro será exibido no salão Drapers’ Hall, com visitas agendadas.
A Drapers’ Company é uma organização criada há mais de 600 anos por um grupo de comerciantes de lã, desenvolvendo hoje trabalhos sociais voltados para crianças e idosos.
Redação Mediatalks