O dia 21 de janeiro – Dia Nacional Contra Intolerância Religiosa não é pra ser celebrada, mas pra se lembrada. Apesar de inúmeras ações afirmativas, lideradas pela CCIR, CEAP e outras organizações civis do Estado, mas a intolerância e violência religiosa só cresce.
Com isso, se faz necessário chamar atenção da sociedade e das autoridades públicas para o perigo da construção de estado teocrático em um país constitucionalmente laico como o Brasil.
E ontem, a semana de combate à intolerância religiosa abriu com encontro solene na ASA – Association Sholem Aleichem, em Botafogo, com a intenção de mobilizar a sociedade em defesa da liberdade religiosa, movimentação fundamental para manutenção da liberdade de fé.
A atividade se iniciou com um vídeo sobre Mãe Gilda – A data rememora o dia do falecimento em 21 de janeiro de 2000, da Iyalorixá, do terreiro Axé Abassá de Ogum (BA). A sacerdotisa foi acusada de charlatanismo e consequentemente infartou.
“Os dados nos revelam uma nefasta realidade que assola à todas as minorias religiosas representativas no Brasil, que durante muito anos usou o slogan “Somos todos iguais” e é lido no exterior como o “O país das igualdades”. Igualdades essa, que esbarram nas fronteiras da falta de respeito ao próximo. Por isso, precisamos promover a tolerância cotidianamente e não apenas no dia 21 de janeiro”, atestou o Prof. Dr. Babalawô Ivanir dos Santos, que estava no bairro Jesus de Nazaré, participando da 4° edição das Bandeiras de Matrizes Africanas, também com atividade de combate à intolerância religiosa, na Zona Norte de Macapá. E mesmo de lá, acompanhando aqui no Rio, da atividade.
Em seguida foi apresentado um compacto do documentário sobre a 11ª Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, que aconteceu em setembro, em Copacabana. O teaser traz depoimentos ainda de Kleber Lucas e Padre Fábio de Mello, elaborado pelo Diretor Brunno Rodrigues.
Vários representantes religiosos marcaram presença, entre eles: Fátima Damas – CEUB, que atestou: “Vamos dar as mãos, não podemos parar, temos que lutar”.
Segundo Paulo Maltz – Diretor de Assuntos Inter-religiosos da Fierj: “Só vamos ter voz, ter força, se nos unirmos”.
O encontro contou ainda com apresentação do Grupo Lehaká Kessem, que fizeram um pout-pourri com danças judaicas, onde estimularam a platéia com palmas e puxados para participação na última dança.
Foi lido por David Albagli Gorodicht – Ex-Diretor da Federação Sefaradi Latino-americana, uma carta da Confederação Israelita do Brasil – CONIB, com manifestação de apoio e iniciativa da semana de combate à intolerância religiosa. Das muitas falas e agradecimentos da festividade, foi unânime a união de diversos segmentos religiosos, conferida por Mauro Band – Presidente na ASA, Arnon Velmovitsky – Presidente na Fierj – Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro, Marilena Mattos – representante do Muda, Sacerdote Og Sperle e a mulher Ariadne Pinheiro – representantes Wicca, Frei Tata, Eliane Campanella – Comunidade de Jesus dos Últimos Dias, Hare Krishna, entre outros.
O Grupo Mio Vacite mandaram ver com um “Encanto Cigano”, Mio e os filhos Marcelo e Ricardo, vem há anos preservando as canções ciganas. A noite fechou com apresentação do Grupo Afro Cultural O Òrúnmilà, com uma magistral apresentação e valorização da raça negra!
“A nossa luta é pela valorização das diversidades religiosas e pelo direito de cada um professar e expressar sua fé com total liberdade e autonomia”, alegou o Vereador Reimont
A semana de combate à intolerância religiosa, segue ainda com agenda no IFCS e Oi Casa Grande, nos dias 24 e 28 de janeiro, respectivamente. Com festival de música, seminários, baile e presenças de Martinho da Vila, Kleber Lucas, Tunico da Vila, Grupo Awurê, Mestre Kotoquinho, entre outros, para uma grande encontro. Vale dar uma conferida.