Dia da Imigração Japonesa é celebrado em 18 de junho
Há 115 anos japoneses desembarcaram em solo brasileiro com bagagens e sonhos. No dia 18 de junho de 1908, no porto de Santos, em São Paulo, chegava o navio Kasato Maru trazendo 781 lavradores imigrantes japoneses para as fazendas do interior paulista e junto com eles muita história. Desde então se firmaram em diversos estados do País. Com o passar dos anos itens que vieram com estes imigrantes viajaram Brasil afora, alguns foram guardados e conservados em família outros podem ser encontrados em lojas de itens raros.
É o caso do Bom e Velho Mercado de Antiguidades, que com um rico acervo com peças raras levam os olhares curiosos a uma viagem no tempo. E alguns destes itens tem muita história para contar, como dois baús de viagem de uma família de imigrantes. No dia 11 de novembro de 1929, a família Wakai desembarcava em São Paulo do navio La Plata-Maru. E era composta pelo casal Tejuri e Nao Wakai e seus sete filhos. E junto com eles sua bagagem.
A história da família está ligada a mais um navio, que inclui também o Nissyo Maru que circulou por águas internacionais entre 1939 e 1942. A presença do adesivo desse navio nos baús da família indica duas possibilidades: a família despachou parte de sua bagagem separadamente após ter se instalado no Brasil ou a família visitou sua terra natal após ter se instalado no Brasil. Nissyo Maru foi afundado em março 1942 pelo submarino americano USS Gudgeon (SS-211), presume-se que a essa altura o navio era utilizado para transporte de prisioneiros de guerra.
Um objeto pode contar a história de toda uma família. E com os baús isso aconteceu. “Pesquisando o nome da família no site do Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil conseguimos descobrir quando e em qual navio ela chegou ao Brasil. Com essas informações entramos no Museu da Imigração do Estado de São Paulo onde conseguimos localizar a lista de passageiros do navio La Plata Maru que comprova a vinda da família Wakai”, explica Alice Godoy, gerente de comunicação do Bom e Velho Mercado de Antiguidades.
Os baús de viagem são feitos de madeira revestidos em uma espécie de lona por fora e um tecido de toque macio por dentro. Em dois tamanhos, tanto o baú maior quanto o menor têm guardas de madeira e fechaduras de metal e trazem o nome da família pintado, na frente do baú em kanji (forma de escrita japonesa) e na lateral no alfabeto latino. Como todas as peças do Bom e Velho, os baús da família Wakai estão disponíveis para compra e aluguel.
A chegada dos japoneses despertou curiosidade, já que com eles trouxeram sua cultura, costumes e itens característicos. Os relatórios de imigração realizados descreviam as bagagens, como: malas e baús de vime, roupas e objetos simples como escova e pó dental, pente e navalha de barba; futons (almofadas), makuras (travesseiros) e casacos (artigos têxteis caros para imigrantes); pequenas ferramentas, utensílios de cozinha e frasquinhos para shoyu. A maioria trouxe livros, tinta e papel, itens considerados um luxo para trabalhadores braçais.
Sobre o Bom e Velho
O Bom e Velho Mercado de Antiguidades nasceu em 2020 e conta com um rico catálogo de mais de 20 mil itens entre raridades e peças curiosas, como tijolos da época do Brasil Império e telefones com mais de cem anos. O espaço é um chamado para os visitantes viajarem no tempo. Uma das atrações do antiquário é sua sala de raridades que abriga artigos do século XV. O mercado realiza a compra, venda e aluguel de itens do seu acervo.
SERVIÇO
Bom e Velho Mercado de Antiguidades
Horário: de terça a domingo, das 11h às 18h
Local: Bom e Velho Mercado de Antiguidades (SMAS Área Especial G Cj A Lotes 13 e 14 – Guará, Próximo ao Clube da Saúde e ao Galpão 17)
Informações: (61) 99128-0778 e @bomevelhodf