Câncer x Covid-19
Saúde

Câncer x Covid-19

Dia Mundial de Combate ao Câncer é reforçado durante pandemia

Sistema imonológico afetado faz com que pacientes oncológicos sejam mais suscetíveis a formas mais graves da doença causada pelo coronavírus

O Dia Mundial de Combate ao Câncer – lembrado em 8 de abril – foi criado pela União Internacional de Controle do Câncer (UICC) para marcar o combate à doença, que a cada ano atinge milhares de pessoas.

O câncer é uma das principais causas de morte no mundo, sendo responsável por cerca de 9,6 milhões de mortes em 2018. Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), órgão ligado ao Ministério da Saúde, mostram que o Brasil poderá ter 625 mil novos casos de câncer em 2020. A informação faz parte do estudo “Estimativa 2020”.

De acordo com a instituição, 50,3% dos casos deverão ocorrer em homens e 49,7% em mulheres. Os tipos mais incidentes no País serão os de pele não melanoma, mama, próstata, cólon e reto, pulmão e estômago.

No entanto, pessoas que estão em tratamento contra o câncer – e estão entre os grupos de risco do coronavírus (Sars-CoV-2) – precisam redobrar os cuidados para evitar o contágio. Com a rápida disseminação da Covid-19, todo mundo já decorou as recomendações para ficar em casa, manter o isolamento social, evitar multidões, adotar medidas de higienização das mãos com água e sabão, fazer uso de álcool gel.

De acordo com o médico oncologista clínico, Gabriel Felipe Santiago, estes pacientes são suscetíveis a formas mais graves da doença porque têm o sistema imunológico afetado pelo próprio câncer e pelo tratamento da doença, como a quimioterapia, radioterapia, uso de terapia alvo. “Os pacientes oncológicos devem ainda fazer uso de máscaras, evitar ambientes fechados e hospitalares e visitas”, adverte.

O tratamento, segundo o oncologista, não pode ser interrompido de forma alguma. “Entretanto, exames e consultas de segmento e rastreamento devem ser adiados, lembrando que em caso de necessidade de ir às clinicas e hospitais, a distância mínima de dois metros entre as pessoas nas salas de espera deve ser seguida à risca”, ressalta, destacando que a vacinação contra gripe, tanto aos pacientes quanto às pessoas que moram com o paciente é uma medida de prevenção.

“A vacinação diminui o risco de infecção por Haemophilus influenzae e, consequentemente, reduz a necessidade da ida do paciente ao centro ou serviço médico onde ele poderia se contaminar pelo novo coronavírus também, além de buscar o risco de infecções mistas”, orienta.

Gabriel explica que alguns tratamentos classicamente administrados por via endovenosa podem ser substituídos por drogas orais, como os usados no tratamento do pulmão e mama.

“Quanto a imunoterapia, nova arma de combate ao câncer, que estimula o sistema imunológico do paciente a combater a doença, temos a alteração da posologia, a infusão do imunoterápico pode ser aplicada a cada seis semanas numa dose 100% maior do que a administrada habitualmente de três em três semanas”, assegura.

De acordo com o oncologista, o objetivo dessas adaptações é diminuir a frequência da ida do paciente ao centro de oncologia para a aplicação das infusões, diminuindo a exposição do paciente ao risco do novo coronavírus.