Cine Brasília exibe mostra de filmes japoneses |
Iniciativa tem entrada a preço promocional |
Texto: Alexandre Freire. Edição: Déborah Gouthier/Ascom Secec
O Cine Brasília volta a exibir neste mês a tradicional Mostra de Cinema Japonês. Entre 18 e 22 de janeiro, o público poderá assistir a sete longas-metragens produzidos no Japão entre 2017 e 2020, inéditos no circuito comercial, pelo preço promocional de R$ 5 o ingresso e gratuidade para determinados segmentos. A iniciativa é da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (Secec), juntamente com a Embaixada do Japão no Brasil e a Fundação Japão, e marca nova ação da organização da sociedade civil Box Cultural, que faz a gestão compartilhada do templo do cinema brasileiro. Os filmes serão exibidos com áudio original em japonês e legendas em português.
A programação (confira abaixo) traz três sessões diárias, de quinta-feira a domingo, sempre às 15h30, 18h e 20h. Excepcionalmente na quarta-feira (18), a mostra abre às 18h com “Summer Blooms” (2017), filme sobre uma ex-professora que, passados três anos da morte do namorado, reflete sobre um segredo enterrado em seu passado. A exibição será seguida do debate “Nas Entrelinhas do Cinema Japonês”, conduzido pelo professor de língua e cultura japonesa Takashi Yamanishi e pela pesquisadora de história japonesa e professora Angélica Alencar. A ideia é proporcionar ao público mais conhecimentos sobre a cultura japonesa a partir de elementos presentes no filme que abre a mostra.
PORTA DE ENTRADA
Takashi Yamanishi argumenta que o cinema japonês pode ser uma ótima porta de entrada para compreender melhor a cultura daquele país. “Existem diversas camadas que podemos dissecar do ponto de vista histórico, linguístico e cultural, a fim de que possamos compreender as singularidades do povo japonês”, destaca. Em relação ao longa “Summer Blooms”, ele aponta elementos característicos de uma poética nipônica, como o som das cigarras, sinos de vento e fogos de artifício, apresentando recortes das estações curiosamente familiares para o público da capital federal.
O debate no dia da abertura vai permitir reflexões sobre a convivência no Japão entre tradição e contemporaneidade. “É uma característica marcante do país, mas isso não significa que ela ocorra de forma harmônica. Existem atritos e dramas dentro desse processo de modernização e algumas obras da mostra apontam essa realidade”, explica Takashi. Aqui se encaixa, por exemplo, a ideia de triângulo amoroso entre jovens, presente em “E Seu Pássaro Pode Cantar” (2018).
Outra questão cultural apontada pelo professor está em “Mochi” (2020). “O filme encanta os espectadores com a beleza natural de uma pequena cidade ao norte do Japão e aborda, de forma documental, as dificuldades da manutenção da cultura regional como a tradição do ‘mochi’, um bolinho de arroz japonês”, conta. Ele ressalva que não é um especialista em cinema, mas costuma usar a sétima arte como um potente recurso didático para apresentar aspectos da língua e cultura japonesas.
Os filmes da mostra também propõem reflexões sobre diferentes fases da vida, como em “Outro Mundo” (2019), em que três amigos reveem suas trajetórias de vida a partir de um reencontro com o antigo grupo da juventude. A ideia de redenção aparece em “Shabondama” (2017), abordando a história de um criminoso que vê a vida transformada em uma pequena comunidade, e “Mar do Renascimento” (2019), um drama vivido por homem que tenta recomeçar após sofrer perdas irreparáveis.
GRATUIDADE
Além do preço promocional de R$ 5 para o público em geral, o Cine Brasília ampliou a gratuidade na entrada para estudantes e professores de audiovisual do ensino público superior vinculados à Universidade Federal de Brasília (UnB) e ao Instituto Federal de Brasília (IFB), que deverão apresentar documento que comprove o vínculo com esses cursos nas duas instituições.
Também têm entrada franca estudantes matriculados em cursos do “Jovens de Expressão”, a cujo cadastro a Administração do cinema tem acesso. Esse programa para jovens entre 18 e 29 anos de idade busca reduzir a exposição à violência e é implementado em Ceilândia, pela Central Única das Favelas (CUFA-DF), e em Sobradinho II, pelo Grupo Cultural Azulim, proporcionando a esse público atividades de arte, cultura, comunicação e terapia comunitária.
Pessoas com deficiência também têm acesso gratuito à Mostra. Basta apresentar laudo médico ou documento equivalente. Além disso, quando necessário, o benefício será estendido a um acompanhante. É permitida, ainda, a entrada de cão-guia.
Sob a gestão da Box Cultural, o Cine Brasília aperfeiçoou a bilheteria. O preço normal das sessões é de R$10 (meia) e R$20 (inteira), com pagamento em dinheiro, cartão de débito, crédito e PIX. Pela internet (para filmes da curadoria da Box, não incluindo o caso da Mostra de Cinema Japonês), é possível comprar pelo site ou aplicativo da plataforma ingresso.com. Meia-entrada é facultada a pessoas acima de 60 anos e demais estudantes e professores.
SERVIÇO:
Mostra de Cinema Japonês
18 a 22 de janeiro de 2023
Abertura: quarta-feira, dia 18/1, às 18h com exibição de filme e debate
Demais sessões: de quinta-feira a domingo, às 15h30, 18h e 20h
Ingressos: entrada promocional a R$ 5 para todo o público. Ingressos disponíveis na bilheteria 1h antes de cada sessão
Onde: Cine Brasília – EQS 106/107
Consulte a classificação indicativa de cada filme.
PROGRAMAÇÃO
18/01 – Quarta-feira
18h – Summer Blooms (2017, 14 anos)
20h – Debate Nas Entrelinhas do Cinema Japonês, com Takashi Yamanishi e Angélica Alencar
19/01 – Quinta-feira
15h30 – Mochi (2020, 10 anos)
18h – E Seu Pássaro Pode Cantar (2018, 14 anos)
20h – Outro Mundo (2019, 14 anos)
20/01 – Sexta-feira
15h30 – Dizem que Nada Fica como Está (2019, 14 anos)
18h – Shabondama (2017, 14 anos)
20h – Mar do Renascimento (2019, 16 anos)
21/01 – Sábado
15h30 – E Seu Pássaro Pode Cantar (2018, 14 anos)
18h – Summer Blooms (2017, 14 anos)
20h – Shabondama (2017, 14 anos)
22/01 – Domingo
15h30 – Mochi (2020, 10 anos, 10 anos)
18h – Outro Mundo (2019, 14 anos)
20h – Dizem que Nada Fica como Está (2019, 14 anos)