De armazém a supermercado. 
Rio de janeiro

De armazém a supermercado. 

 Mauro Magalhães *
   * Ex-deputado e empresário.
   Criada em 1955, por Climério Velloso,  e com as atividades encerradas em 1999, as Casas da Banha continuam até hoje no imaginário de quem tem mais de 30 anos.
   Climério Velloso e seus irmãos,  Waldemar e Venâncio Velloso,  também foram donos do Jornal dos Sports (comprado pela família em 1980 e vendido em 2000).
   As lembranças das Casas da Banha surgiram há alguns meses,  quando pude rever o amigo Serginho Velloso,  filho de Waldemar Velloso,  que voltou para o Rio de Janeiro,  após morar e trabalhar,  durante algum tempo,  em Brasília.
 Serginho Velloso participou de recentes confraternizações da turma do Bloco Pintassilgo, na Barra da Tijuca,  durante o carnaval.
  A história das Casas da Banha começou quando Climério Velloso,  junto com seu irmão,  Venâncio, comprou, em 1946, um pequeno armazém,  no Morro de São Carlos, depois de ter vindo para o Rio de Janeiro ( A família Velloso é de Bom Jardim,  no Estado do Rio de Janeiro) e de ter trabalhado como empregado de uma distribuidora de cervejas.
  Esse pequeno armazém no Morro de São Carlos revendia mercadorias para donos de vendinhas estabelecidas na comunidade.
   Em 1947, Climério inaugurou,  paralelamente ao pequeno armazém,  um depósito para distribuição de cervejas Antarctica.  Depois,  abriu um escritório,  na Rua do Acre , no Centro do Rio. A base dos produtos que comercializava era de alimentos salgados e banha.
  Em 1954, Climério,  Venâncio e Waldemar decidiram expandir para o comércio varejista.
   Os três irmãos compraram um pequeno botequim na Rua Estácio de Sá. E, inauguraram um armazém.  Que levou o nome Casas da Banha.
  O negócio se expandiu e, nos anos 80, havia quase 230 supermercados Casas da Banha,  espalhados pelo Rio de Janeiro e por outros estados do Brasil, com mais de 18 mil empregos.
 A empresa Casas da Banha teve sua falência decretada em 1999. Não suportou a crise econômica,  no Brasil e os sucessivos planos econômicos,  desde 1990. Foi uma década difícil para muitos empresários.
  Climério Velloso morreu dois anos depois do fechamento das Casas da Banha,  em 1999.
  Em 1980, ano em que morreu Nelson Rodrigues ( meu amigo e tricolor ilustre), o Jornal dos Sports,  que, desde 1936, pertencia à família do inesquecível Mário Rodrigues ( Mário Filho), passou por sérias dificuldades financeiras.
  E, acabou sendo vendido à família Velloso ( que, além das Casas da Banha, detinha,  também, o controle de drogarias,  entre outros negócios.
   Entre os colaboradores do Jornal dos Sports,  nessa época,  estavam Washington Rodrigues,  Maurício Coelho,  diretor de uma associação de surf ( que passou a escrever sobre surf no jornal ), os jornalistas Nelson Silva,  Geraldo Mainenti, José Inácio Werneck,  Ivanir Yasbeck. Entre outros.
   A família Velloso vendeu o Jornal dos Sports em 2000.  Logo após o fechamento das inesquecíveis Casas da Banha.