Em noite de desagravo, Marçal Aquino autografa livro censurado pela UNiRV, de Goiás
Cultura

Em noite de desagravo, Marçal Aquino autografa livro censurado pela UNiRV, de Goiás

A indignação provocada pela atitude da Universidade após um deputado ter classificado como pornográfico o livro “Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios”, mobilizou as principais instituições do país em uma campanha #censuranão. A primeira sessão de desagravo e autógrafos será nesta quarta-feira, 10 de maio, às 18 h, na Livraria da Travessa (Rua dos Pinheiros, 513, Pinheiros, São Paulo). A próxima está sendo agendada no Rio de Janeiro.

O escritor e jornalista Marçal Aquino realiza sessão de desagravo de autógrafos de três dos seus livros “Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios”, “Faroestes” e “Baixo Esplendor” nesta quarta-feira, 10 de maio, às 18h, na Livraria da Travessa (Rua dos Pinheiros, 513, Pinheiros, São Paulo). As três publicações são da Companhia das Letras. O evento, que faz parte da campanha #censuranão, é realizado como forma de protesto contra a UniRV – Universidade de Rio Verde -, de Goiás, por retirar do seu vestibular a obra “Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios”, simplesmente para atender o pedido do deputado bolsonarista Gustavo Gayer (PL-GO) que classificou o livro de “pornográfico”.

A exclusão do livro do vestibular da UniVR provocou uma série de reações contra a censura e em defesa do autor e de sua obra pelas principais instituições do país, entre elas a ABL – Academia Brasileira de Letras -, FEJAJ – Federação Nacional dos Jornalistas -, e SJPSP – Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo -. Desde o episódio, o autor tem sido convidado para noites de autógrafos e palestras por todo o país.

“Não me surpreende esta tentativa de censura partindo de um deputado de perfil conservador, que muito certamente não leu o livro e, de resto, é mais conhecido por seu envolvimento com fake news do que pelo exercício da crítica literária. O que me choca é a universidade aceitar essa tutela, sem nenhum tipo de debate ou contestação. De que vale então ter uma comissão que seleciona os livros que serão indicados ao vestibular?, questiona o escritor.