Especialista alerta sobre o Câncer do Sistema Respiratório
Saúde

Especialista alerta sobre o Câncer do Sistema Respiratório

Além do pulmão, tumores podem acometer a traqueia e os brônquios

 O câncer de pulmão é um dos mais comuns entre homens e mulheres. No entanto, pouco se fala da patologia nos demais órgãos do sistema respiratório. Para 2020, a estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA) é de 32.960 novos casos de câncer de pulmão, traqueia e brônquios, sendo 20.520 entre homens e 12.440 entre as mulheres.

De acordo com a oncologista do Hospital do Câncer Anchieta, Dra. Janice Farias, os sintomas do câncer do pulmão como dor no peito, falta de ar e tosse que persiste por mais de 3 semanas podem ser confundidos com os de outras enfermidades que acometem o sistema respiratório.

Em pacientes mais graves, pode haver perda de peso e necessidade de oxigenioterapia. No caso da traqueia e dos brônquios, podem surgir outros sinais como sibilo, ou seja, emissão de sons parecidos com assobios, e estridor, barulho relacionado à obstrução da passagem do ar.

A maior parte dos casos desse tipo de câncer está associada ao tabagismo. Entretanto, há outros fatores de risco como a exposição ao  amianto, substância usada na produção de diversos produtos como telhas, caixas d’água e revestimento acústico; exposição ocupacional a agentes químicos e físicos como sílica, cromo e urânio; poluição do ar; doença pulmonar obstrutiva crônica; fibrose pulmonar e herança genética.

Diagnóstico

De acordo com a oncologista, o diagnóstico pode ser feito por meio de biópsia. “É necessário realizar uma biópsia da lesão pulmonar para comprovação do câncer de pulmão. Essa biópsia pode ser feita através de uma broncoscopia, ultra-sonografia endobrônquica (EBUS), tomografia ou também por via cirúrgica”, explica Dra. Janice Farias.  Outro exame é o PET-CT, geralmente usado na investigação de metástases à distância.

A Dra. Ana Paula Damy, médica radiologista do Anchieta Diagnósticos explica que o exame mais indicado é a tomografia computadorizada do tórax de baixa dose, que permite avaliação da traqueia, brônquios e pulmões. “As imagens são obtidas por equipamento em forma de túnel por onde desliza uma mesa onde o paciente fica deitado, de forma rápida, podendo ser necessária utilização de contraste intravenoso a critério da equipe médica”, explica.

“Dentre as informações obtidas, o exame permite determinar o tamanho e a localização exata do tumor, assim como a presença ou ausência de disseminação da doença para outros órgãos”, acrescenta a médica radiologista. Outros exames como a radiografia do tórax e ressonância podem ser usados para o diagnóstico.

Por estarem no grupo de risco, fumantes e ex-fumantes devem estar atentos a quaisquer sinais, de acordo com a Dra. Janice Farias.

“Alguns estudos apontam que a tomografia de tórax deve ser utilizada para o diagnóstico precoce de câncer de pulmão em um perfil selecionado de pacientes: fumantes ou ex-fumantes há menos de 15 anos, com idade entre 55 e 74 anos, com 30 anos-maço de tabagismo, índice obtido através da multiplicação do número de maços fumados por dia e do número de anos de tabagismo”.

O exame é capaz de mostrar lesões pulmonares precoces e usa quantidade menor de radiação do que uma tomografia comum.

 Tratamento

Na última década, diversos novos tratamentos surgiram contra o câncer de pulmão. Tecnologias como a radioterapia estereotáxica ablativa (SABR) permitem tratar pequenas lesões quando os pacientes declinam da cirurgia ou são inoperáveis.

Alguns pacientes com doença avançada, que possuem tumores com mutações específicas, podem ser poupados de quimioterapia e receber medicamentos orais.

O surgimento da imunoterapia, que aumenta a potência do sistema imunológico do paciente para combater a neoplasia, ampliou o rol de opções terapêuticas com mais efetividade contra o câncer e melhor qualidade de vida para os pacientes.