Galeria Movimento participa da 15ª edição da SP- Arte
Cultura

Galeria Movimento participa da 15ª edição da SP- Arte

Galeria Movimento participa da 15ª edição da SP- Arte

e aposta, pela primeira vez, em um artista internacional

 Jan Kaláb passa a ser representado pela Movimento e será uma dos destaques da galeria na maior

Feira de Artes Visuais da América Latina.

Sob direção de Ricardo Kimaid Jr. e co-curadoria de Laís Denise Santana, a Movimento Arte Contemporânea participa da 15ª edição da SP-Arte, que acontece de entre os dias 3 e 7 de abril, em São Paulo. Serão expostas obras visando promover diálogos entre as poéticas dos artistas representados e, pela primeira vez, a galeria aposta em um artista internacional. Nascido em Praga, na República Tcheca, Jan Kaláb é um jovem artista formado pela Academia de Belas Artes de Praga cuja obra possui uma forte influência da Op Art.

Notório Saber em Artes visuais pela UNB, o premiado artista Xico Chaves apresentará seus poemas visuais de forma a transpassar a linha limítrofe entre palavra e imagem. Outro nome confirmado é Edu Monteiro, artista visual e doutor em artes pela UERJ, cujas produções artística e acadêmica centram-se em suas pesquisas a respeito da Ladja, uma dança de combate de origem africana praticada na Martinica. Arthur Arnold mostrará ao público “Massas”, nova fase de sua pintura na qual o artista faz uso de suas cores e empastes para tecer uma relação entre os agrupamentos humanos, a perda da individualidade e o inconsciente coletivo. Trabalhos de Toz, Tinho, Graziela Pinto e Paulo Vieira também serão expostos durante o evento. A artista Angela Od surpreende com seu já conhecido personagem o Cara da Espada, mas dessa vez, escolheu o neon como suporte.Jan kaláb

Com fases artísticas conhecidas como Cakes ou Point, as suas obras fazem uso de um obsessivo vocabulário geométrico, em especial formas orgânicas e quadriculares, de maneira a atingir em suas composições noções de profundidade, movimento e até mesmo de tempo. A sobreposição de círculos complementares, muitas vezes acompanhada por uma mescla entre cores quentes e frias, aproxima os trabalhos da Op Art e a eles transmite uma certa imperfeição orgânica; nos deparamos com células que parecem estarem vivas e produzindo movimentos oscilatórios.

Xico Chaves

O interesse pela experimentação de linguagens e domínio dos meios técnicos tornou Xico Chaves reconhecido internacionalmente como um artista múltiplo. Trabalha com diversas linguagens desde o início da sua trajetória artística em suas primeiras intervenções e publicações. Para esta edição foram selecionados poemas gráficos inéditos em letraset e nanquim da década de 1970, uma nova edição da mais que desejada “EU VO CÊ” – pintura sobre pedras portuguesas – e uma instalação do “Poema Voa”.

“EU VO CÊ” (2006)  é um objeto-poema, uma homenagem à canção “Você e eu”, de Vinícius de Moraes e Carlos Lira. A obra é composta por pedras portuguesas descartadas, coletadas pelo artista entre os bairros de Ipanema e Copacabana, no Rio de Janeiro – lugares por onde certamente pisaram grandes compositores e poetas brasileiros. As letras “EU – VO – CÊ” são pintadas uma a uma para formar conjuntos de três pedras cada, que fazem um quebra-cabeça – uma espécie de jogo ao qual se pode realizar inúmeras associações quanto à história de sua origem. Portanto, uma obra na qual estão elementos de nossa formação histórica e cultural: Brasil-Portugal, afro-brasileiro, Samba-Jazz, afro-indígena, samba-choro. Na obra “Poema Voa”, palavras adquirem espacialidade, movimento, translucidez, sombra e multidimensionalidade. Trata-se, também, de um objeto-poema, em que a materialidade se dilui para dar dimensão simbólica ao corpo textual.

Edu Monteiro

O trabalho de Edu monteiro transita pela fotografia, performance, objetos escultóricos e videoinstalação. Foi a partir dos conceitos artísticos e antropológicos da Ladja – uma dança de combate de origem africana praticada na Martinica e ritmada pelo canto e pelo toque do tambor, que  Edu Monteiro desenvolveu sua tese de doutorado e também sua última série de objetos escultóricos e fotografias. Mais do que um ato de afirmação cultural nascido nas encruzilhadas da diáspora africana, estes trabalhos estão inseridos no universo do colonialismo e apresentam em seu cerne três dos aspectos básicos da luta/dança martiniquense: força, resistência e equilíbrio.

Angela Od

Angela Od utiliza como técnica formal o bordado em tecido ao trabalhar com densas tramas de fios sobrepostos para construir narrativas épicas e fantásticas. Tomando por inspiração tanto os cavaleiros da Idade Média quanto os jogos de vídeo game, Angela criou o principal personagem que perpassa as aventuras descritas por seus bordados: O cara da espada. Especialmente para a SP ARTE, “O cara da espada” ressurge com o mesmo conceito artístico, entretanto em uma mídia completamente nova: sua já retratada batalha contra uma cobra é contada desta vez por luzes Neon. Este trabalho marca a conclusão da saga de seu personagem. É também uma ponte entre seus trabalhos feitos em bordado e em computação gráfica (área de formação acadêmica da artista). Apesar de sua transformação visual “O cara da espada” permanece fiel ao meio de expressão de Angela Od, uma vez que sua figura permanece composta por linhas, assim como seria em bordado.

Arthur Arnold 

Após voltar de sua última residência artística, em Zurique, Arthur Arnold apresenta sua nova fase intitulada “Massas”. O artista explora a sensação de absorção do indivíduo pela massa, na qual a individualidade é diluída pela identidade de grupo. Massas humanas como torcidas de futebol, cultos religiosos, protestos e festas populares são alguns dos seus  referenciais.  Com espátulas empastadas, raspadas e algumas pinceladas pontuais, Arthur transforma indivíduos em tinta. O grande diferencial dessas pinturas é a forma como o tema das massas reflete a própria técnica empregada, por meio de grossas camadas de tinta .

Além da SP ARTE, o público poderá conferir pinturas da série Massas na exposição “Em meio à multidão me perdi em mim”, no SESC Santana de 29/03 a 30/06.

Tinho

A produção de Tinho inicia-se na década de 1980, em São Paulo, com a própria cidade como suporte. Aos poucos, a pintura, que é a base da sua formação acadêmica, passou a ser utilizada com mais ênfase, seguida por fotografias e instalações que têm como elementos centrais os personagens que o acompanham desde cedo. O boneco de pano, tão presente nas composições do artista, simboliza uma relação entre o real e o imaginário, ao mesmo tempo que encarna uma crítica à indústria do consumo e sua descartabilidade.

Tinho participará do Gallery Night, evento promovido pela SP ARTE. No dia 1 de abril, o espaço MMarts, localizado na Rua Fradique Coutinho, 1390 – Vila Madalena – São Paulo, será ocupado pelo artista que executará um Site Specific.

Toz 

Tomaz Viana, o Toz, apresentará três trabalhos com retóricas que traçam um diálogo entre a ação do tempo e a representação gráfica de ideias. De sua fase centrada na ação gestual estará em exibição “Risco para viver”. Neste trabalho Toz cobriu seus icônicos personagens com massa corrida e valendo-se de movimentos manuais que tocam o subconsciente foi raspando a superfície da tela para formar símbolos e letras. Valendo-se de sua ímpar criatividade artística, TOZ criou toda uma sociedade fictícia, o Povo Insônia. Considerado um dos grandes coloristas da atualidade, o artista apresenta sua nova obra denominada “Escrita Insônia” – um alfabeto que teve como inspiração símbolos e emblemas das religiões de base africana. A escrita reaparece no fundo da composição de “O ancião”, trabalho que traz em primeiro plano a clássica figura do velho sábio – aquele que detém o conhecimento, a cultura e a experiência e é capaz, portanto, de criar uma escrita e, dessa forma, assumir a missão de perpetuar as histórias de seu povo.

Galeria Movimento  

Sob direção de Ricardo Kimaid Junior, a galeria Movimento apresenta-se como um espaço destinado a partilhar o processo criativo de artistas emergentes, assim como daqueles já consagrados. Possui um acervo criado a partir do cruzamento de diferentes gerações e preza pela qualidade das linguagens e pela diversidade de novas perspectivas estéticas. Fundada em 2007, realiza anualmente exposições com o objetivo de lançar, junto a um criterioso apoio de curadores, novas perspectivas críticas sobre a produção contemporânea.

Serviço:  SP-Arte 2019 – Stand A1 (3 a 7 de Abril)

Pavilhão da Bienal (Pavilhão Ciccillo Matarazzo)

Av. Pedro Álvares Cabral (Portão3)

Parque Ibirapuera – São Paulo, SP

Cep 04094-000 – São Paulo – SP

A feira abre na quarta-feira, 3 de abril, apenas para convidados, com visitação aberta ao público de quinta a sábado, das 13h às 21h, e domingo, das 11h às 19h