Gestão de Saúde Populacional será tema de Fórum Internacional em São Paulo
Saúde

Gestão de Saúde Populacional será tema de Fórum Internacional em São Paulo

Evento discutirá as transformações que o sistema de saúde vem atravessando no Brasil e no mundo

O envelhecimento da população brasileira somado à reforma da previdência, que deve exigir mais tempo de trabalho, coloca a saúde cada vez mais no centro dos debates públicos. Pensar em modelos sustentáveis de gestão da saúde populacional é o caminho para reduzir os altos custos do setor, ampliar o acesso e otimizar o atendimento. Nesse sentido, o uso da tecnologia, como a telemedicina, se mostra eficiente.

 São muitos os problemas que cercam o setor, desde a falta de médicos, em algumas partes do país, até os custos dos planos de saúde, para empresas e cidadãos. Para discutir os desafios e soluções, será realizado o V Fórum Internacional ASAP – Gestão de saúde populacional: um convite à prática. O evento acontecerá, no dia 11 de junho, em São Paulo, no EloPag Business, que fica no World Trade Center, no bairro do Brooklin.

Entre os palestrantes estão o líder do grupo de pesquisa em Telemedicina e Telessaúde, da USP, Chao Lung Wen, o diretor médico da Teladoc Health Brasil, que é líder mundial nos cuidados de saúde virtuais, dr. Caio Seixas Soares, a Presidente da  ASAP, dra. Ana Elisa Correa Siqueira, o futurista e empreendedor Tiago Mattos, CEO da Aerolito: Laboratório de Futurismo e experimentos em tecnologias exponenciais. Além de representantes dos principais planos de saúde do Brasil e renomados especialistas em saúde de outros países.

O V Fórum ASAP trará para o centro da discussão as transformações que o sistema de saúde vem atravessando no Brasil e no mundo na busca de modelos mais efetivos, com melhores resultados clínicos, maior satisfação dos usuários e custos controlados e justos, sempre apoiando o uso da tecnologia como ferramenta de gestão.

Para o diretor técnico da Aliança para Saúde Populacional (ASAP), Ricardo Ramos, o fórum vem em um momento muito importante. “Nos últimos anos, nossa instituição recebeu demanda crescente de grandes empregadores do Brasil, que em última instância são os grandes financiadores do setor de saúde suplementar, pois garantem o benefício para seus colaboradores e familiares”, explica.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), um terço da população sofre de pelo menos uma doença crônica, entre casos de diabetes, hipertensão, reumatismo, doença pulmonar ou dislipidemia (distúrbios do colesterol). Esses males já respondem por 70% dos gastos com saúde no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, motivados pelo estresse da vida moderna, pelo sedentarismo e por maus hábitos alimentares. Esses problemas refletem diretamente na produtividade e na qualidade de vida das pessoas.

De acordo com dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil é o 8º maior mercado no mundo na área da saúde e está em 9º lugar no mundo em gastos com saúde, com 8,5% do PIB, ou US$1.109 per capta. Tem 4ª maior população médica do mundo, com 2,18 médicos para cada 1.000 habitantes. “Se não houver uma cultura de promoção de saúde e prevenção de doenças, não conseguiremos mudar a nossa atual condição de tratar a doença das pessoas ao invés da saúde delas”, avalia Ramos.

Um dos caminhos para modelos sustentáveis de saúde populacional é a telemedicina. As vantagens são inúmeras. As consultas online permitem que o paciente se conecte com o médico via celular ou computador com câmera e microfone, em casos mais simples, em que o contato pessoal não seja indispensável.

Os exames podem ser lidos por especialistas de diferentes partes do país, em tempo real. A troca entre os profissionais da saúde para discutir certos casos é facilitada. Além disso, tem o monitoramento dos pacientes, mesmo longe. Através de aparelhos, que podem ser acoplados no paciente, dados sobre batimentos cardíacos, pressão e outros parâmetros são enviados para o computador do médico. Se ele notar alguma alteração, pode solicitar assistência ao paciente.

Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o Brasil tem 47.340.503 beneficiários em planos privados de assistência médica com ou sem odontologia, o que representa 22.5% da população. Um relatório divulgado pelo IBGE revela que a expectativa de vida dos brasileiros aumentou. Para homens é de 72 anos e nove meses e mulheres 79 e quatro meses. Com isso, a longevidade da carreira também aumenta, o que reforça a necessidade de um modelo de gestão de saúde eficiente.