Bons hábitos de saúde podem evitar altas taxas de mortalidade por problemas do coração no Brasil
Saúde

Bons hábitos de saúde podem evitar altas taxas de mortalidade por problemas do coração no Brasil

Bons hábitos de saúde podem evitar altas taxas de mortalidade por problemas do coração no Brasil

Apenas nos primeiros dois meses de 2022, já são mais de 53.520 mil mortes no Brasil em consequência de problemas cardiovasculares

A alta incidência de mortes por problemas no coração preocupa especialistas no período atual, pós pandemia. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia – SBC, o fim da pandemia não significará melhora imediata do cenário. Estima-se que até 2040 haverá aumento de até 250% na incidência de doenças cardiovasculares no Brasil.

Com o número crescente de óbitos, o cardiologista intervencionista Ernesto Osterne, do ICTCor – Instituto do Coração de Taguatinga, faz um alerta aos brasilienses sobre a importância de hábitos saudáveis no intuito de minimizar o problema. A preocupação é alarmante, já que apenas nos dois primeiros meses de 2022, já são cerca de 53.520 mil mortes dessa natureza no país, sendo que em 2021 foram mais de 230 mil pessoas que morreram por doenças cardiovasculares no Brasil, como mostram dados do Cardiômetro, da Sociedade de Cardiologia.

Dessa forma, manter hábitos saudáveis é fundamental para preservar a saúde do músculo cardíaco, bem como o controle do colesterol elevado, associado a uma alimentação saudável e à prática de exercícios regulares, além da redução do estresse, que tende a reduzir em 80% dessas mortes.

Segundo Osterne, os principais cuidados com a saúde do coração estão relacionados a fatores comportamentais e hábitos fáceis de serem incorporados no dia a dia. “Praticar atividades físicas, ter uma alimentação saudável, evitar o cigarro e o consumo exagerado de bebidas alcoólicas, além de fazer o acompanhamento médico anual, são importantes para ter uma vida melhor e mais saudável”, ressalta o cardiologista.

Entretanto, adotar um estilo de vida mais saudável pode não ser tão fácil para algumas pessoas, especialmente após o período de pandemia, como mostram os recentes artigos publicados pela  Public Health Nutrition e pela Frontiers in Nutrition. Nos estudos direcionados aos hábitos e comportamento alimentar durante a pandemia de Covid-19 no Brasil, é possível notar que houve uma piora no estilo de vida, nas escolhas de alimentos e na frequência de atividade física no último ano, além do aumento significativo do tempo de uso de telas e dispositivos.

Para o cardiologista, o que se observa nos consultórios é que muitos brasileiros deixaram de frequentar suas consultas de rotina por medo de serem infectados pelo vírus e acabaram agravando suas doenças. “As pessoas precisam, na medida do possível, retomar seus cuidados com a saúde de forma geral. Ir ao seu médico e às suas consultas de rotina. Tanto aqueles que estão em tratamento como aqueles que querem reduzir os riscos e prevenir doenças cardiovasculares”, alerta ele.

Ainda de acordo com o resultado das pesquisas, os maus hábitos estão relacionados principalmente à alimentação, com menor frequência na ingestão do café da manhã, lanche da manhã, almoço e maior consumo de lanches noturnos e outras refeições não tradicionais. Muitas pessoas aumentaram a ingestão de pães, farináceos, refeições instantâneas e fast food, deixando de lado frutas e vegetais.

Outra questão é o aumento no uso de bebida alcoólica, no hábito de fumar, nas horas de sono e no tempo de utilização de telas e dispositivos. Em paralelo, verificou-se a redução na prática de atividade física.

Melhor caminho

Como mostra a SBC, no país, cerca de 14 milhões de pessoas têm alguma doença cardiovascular e pelo menos 400 mil morrem anualmente em decorrência de complicações cardiovasculares, o que corresponde a 30% de todas as mortes no Brasil. Por isso, o melhor caminho é incorporar um estilo de vida com rotina de atividades físicas, já que as mesmas são essenciais e podem ser feitas de maneira prazerosa, como caminhadas ao ar livre, subir e descer escadas em vez de usar o elevador e andar de bicicleta.

Para quem não tem nenhum tipo de doença, o ideal é consultar um cardiologista uma vez por ano. E para quem tem alguma comorbidade, de duas a quatro vezes por ano, além de manter uma alimentação saudável, evitar o excesso de álcool e não fumar“,  recomenda Osterne.

Fonte: ufmg.br