Hipertensão atinge mais de 30 milhões de pessoas no Brasil
Saúde

Hipertensão atinge mais de 30 milhões de pessoas no Brasil

Hipertensão atinge mais de 30 milhões de pessoas no Brasil

No dia  nacional de combate à doença, saiba como prevenir e tratar o problema que acomete tantas pessoas no país 

Para alertar sobre os riscos de ser hipertenso, o dia 26 de abril foi escolhido como Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo são portadoras da doença que, quando não controlada, pode ocasionar infarto agudo do miocárdio e derrame cerebral (acidente vascular cerebral – AVC).

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a cada ano morrem aproximadamente 7,6 milhões de pessoas em todo o mundo devido à hipertensão, sendo que, cerca de 80% dessas mortes ocorrem em países em desenvolvimento, como o Brasil, acometendo principalmente pessoas com idades entre 45 e 69 anos.

Em 2019, o Ministério da Saúde traçou o perfil do brasileiro em relação às doenças crônicas mais incidentes no país. De acordo com o estudo, a Hipertensão Arterial, popularmente conhecida como pressão alta, ficou em primeiro lugar atingindo 24,5% da população. A pesquisa revelou que, no período entre 2006 e 2019, a prevalência de hipertensão arterial subiu de 22,6% para 24,5%, sendo que o principal público portador da patologia são mulheres e pessoas adultas com 65 anos ou mais.

A hipertensão é uma doença crônica, caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias. De acordo com o cardiologista hemodinamicista do Instituto do Coração de Taguatinga (ICTCor), Thomas Osterne, ela acontece quando os valores das pressões máxima e mínima são iguais ou ultrapassam os 140/90 mmHg (ou 14 por 9), na maior parte do dia, provocando danos em órgãos tais como rins, coração e cérebro.

O coração bombeia sangue para todo o organismo. Quando o sangue passa pelas artérias, faz força contra a parede dos vasos. Essa força é o que chamamos de pressão arterial“, explica.

Apesar de não ter cura, a hipertensão arterial pode ser controlada. O diagnóstico é feito após avaliação médica e nem sempre o tratamento significa o uso de medicamentos. Segundo o especialista, por se tratar de uma doença que, em grande parte dos pacientes não apresenta sintomas, quando esses se tornam perceptíveis pode ser porque a doença encontra-se em uma fase avançada ou associada a danos.

A hipertensão arterial pode provocar dores de cabeça, tonturas, dores no peito, visão embaçada e até sangramento nasal.  Ela pode ser hereditária em alguns casos e, em outros, os excessos (álcool, fumo, ganho excessivo de peso) são os grandes vilões. Contudo, a adoção de hábitos saudáveis, como forma de manter a qualidade de vida, colabora para que os riscos diminuam“, afirma Osterne.

O cardiologista hemodinamicista ressalta que o tratamento não medicamentoso é fundamental como abordagem inicial, o qual engloba a prática de atividades físicas e dieta balanceada, com redução do consumo de sal. Se todas essas medidas conseguirem reduzir a pressão a níveis normais, não será necessário o uso de remédios. Mas o especialista alerta: “uma vez que for preciso iniciar a medicação, o uso da droga será para toda a vida, tendo em vista tratar-se de uma doença crônica“. Além disso, o paciente deverá ser acompanhado de forma contínua para fazer o controle e ajustes na medicação.

Alimentação é aliada no combate à Hipertensão

Uma alimentação equilibrada pode ser uma grande aliada no combate à hipertensão. Especialistas pedem para que sejam evitados alimentos muito gordurosos e com grandes quantidades de sal e que seja feita a inclusão de frutas e verduras nas refeições diárias. Além disso, praticar atividades físicas regularmente, moderar na bebida alcoólica e não fumar são algumas das práticas que facilitam uma vida longe da pressão alta.

Alimentos ricos em potássio, magnésio e fibras são essenciais para uma alimentação adequada e, quando consumidos habitualmente, estão relacionados ao controle dos níveis de pressão arterial. Confira algumas opções:

  • Frutas e verduras:  ricas em várias vitaminas, fibras, minerais e substâncias antioxidantes. É indicado o consumo de, pelo menos, 8 a 10 porções de frutas e verduras por dia;
  • Sódio (sal): o alto consumo de sódio está diretamente ligado à hipertensão. Pacientes com a doença devem reduzir o consumo tanto no preparo dos alimentos, como evitar o uso de produtos industrializados que contêm grande quantidade de sódio;
  • Carnes: a preferência deve ser por aves e peixes. Mas pode-se consumir carne vermelha em pequenas quantidades e sempre optar por aquelas com baixo teor de gordura;
  • Oleaginosas – azeite, nozes, castanhas, amendoim, amêndoas e pistache contém baixo teor de sódio e quantidades significativas de substâncias que podem auxiliar na redução da pressão, como gorduras monoinsaturadas, magnésio, potássio e cálcio.