Hipnoparto – Técnica promete um parto mais natural, feliz e com menos dor
Saúde

Hipnoparto – Técnica promete um parto mais natural, feliz e com menos dor

Na prática, a gestante utiliza técnicas de autohipnose, como meditação e sugestões positivas, para controlar suas emoções e a dor das contrações durante o parto

A humanização do parto tem o objetivo de colocar a gestante como protagonista do processo, considerando seus desejos, levando em conta sempre sua saúde e bem-estar, sem intervenções desnecessárias. “Ao contrário do que muitos pensam, o parto humanizado não se define simplesmente por ser o parto na água, em casa ou parto normal. Independentemente do tipo ou via de parto, ele pode ser humanizado quando os desejos e necessidades da mulher são respeitados e ela e seu bebê são vistos como os protagonistas desta cena”, esclarece a psicóloga e especialista em hipnoparto, Luciana Wovst.

Sendo assim, o parto cesáreo que, quando indicado corretamente, salva mães e bebês, também deve ser humanizado. Conforme a lei nº 11.108/2005 o processo de humanização abrange todas as vias de parto e deve garantir o acesso às medidas não farmacológicas de alívio à dor, presença de acompanhante de livre escolha em todo período de pré-parto, parto e pós-parto, possibilitar o contato pele a pele entre a mãe e o bebê após o nascimento, respeitar a “hora de ouro” que é a amamentação na primeira hora de vida do bebê, esperar o cordão umbilical parar de pulsar para que ocorra o corte, propiciando que o bebê receba maior quantidade de sangue ainda na placenta. E em caso de cesárea, a anestesia deve ser sem sedação, as mãos livres para receber o bebê, e os desejos da mãe quanto aos cuidados com o bebê, também precisam ser respeitados.

Hipnose no parto

Uma das maiores preocupações das mulheres quando descobrem a gravidez é como lidar com a dor do parto. É nesse momento que a hipnose, através do hipnoparto, aparece como aliada para aliviar a dores comuns do parto.

A recomendação lançada em 2016 pelo Ministério da Saúde nomeada Diretriz Nacional de Assistência ao Parto Normal, indica a hipnose no trabalho de parição. Trata-se do item 35 da seção 6.3, que aborda estratégias e métodos não farmacológicos de alívio da dor no trabalho de parto. O texto sugere: “A hipnose pode ser oferecida às mulheres que desejarem usar essa técnica durante o trabalho de parto, se houver profissional habilitado para tal”.

A hipnose é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que classifica a “hipnoterapia como um instrumento viável no controlo e modulação da dor, no tratamento de diversas doenças crônicas e de caráter emocional” (OMS). A hipnose é uma técnica válida e comprovada cientificamente, por isso é reconhecida e recomendada pela APA, OMS e pelos principais órgãos de saúde do mundo.

Sullyane da Silva Gomes Pinheiro, de 35 anos, é mãe de quatro filhos: uma de 11, 4, 2 anos e o caçula com um mês. Na última gestação ela conheceu a técnica de hipnoparto e afirma que a experiência foi diferente. “Cada parto é único. Levo muito a sério essa questão psicológica e emocional. A questão física, emocional e espiritual tem que estar toda conectada”, enfatiza. Segundo ela, quando conheceu a hipnose durante a gestação começou a compreender que a dor física não seria à toa e sim um processo. A equipe sugeriu trocar algumas palavras por outras, como comparar a contração (sinônimo de se fechar) em a ondas do mar. “Ao imaginar que estamos com aquele sentimento de pular, mergulhar, vencer e esperar a próxima onda nos faz entender que a onda vem e vai embora e você precisa superar, de forma leve. Resultado: o processo dolorido vai se tornar mais fácil e mais rápido”, recorda.

A própria psicóloga Luciana Wovst, mãe de dois filhos, um de 4 anos e a caçula de 6 meses, também viveu na pele a experiência do hipnoparto e mergulhou na jornada. Ela aponta que além da metáfora de “ondas do mar”, frases e palavras de afirmação durante a gestação e na hora do parto também ajudam a entender o processo com um olhar afetuoso e encorajador. “No momento mais desafiador, ler essas frases fez a diferença”, diz. Ao contrário de medo, Luciana conta que sentiu desejo de ter a minha filha nos braços. “Sem sombra de dúvidas viver um parto com um entendimento positivo e o devido preparo psicológico levam a uma experiência transformadora. E uma mulher que pode ter essa vivência de parto positiva nunca mais será mesma. Ela renasce mais forte e tem uma sensação incrível de autoconfiança”, argumenta.

Compartilhando experiências positivas

Agora Luciana Wovst vai compartilhar a experiência em um workshop – Parto Sem Sofrimento – no dia 08 de julho, das 14h às 19h, no auditório do Hub Cerrado. O evento vai contar com a participação especial da equipe Renascer, referência em Parto Humanizado em Goiânia, com os enfermeiros obstetras Paula Ávila, Diego Mattos e Giovanna Faustino.

Serviços

Workshop Parto Sem Sofrimento

Facilitadora: Luciana Wovst, psicóloga especialista em saúde materna e hipnoparto

Data: 08 de julho

Hora: das 14h às 19h

Local: auditório do Hub Cerrado (Rua do Parque, 361 Qd. 145, Lt. Área 3, Jardim Atlântico)

Participação especial: Renascer Parto Humanizado

Informações: https://lucianawovst.com.br