Hora da mudança: mercado de locação prevê movimentação maior do que em 2019
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Hora da mudança: mercado de locação prevê movimentação maior do que em 2019

Após dois meses de um isolamento social mais intenso nos meses de abril e maio, segmento imobiliário volta reaquecer com a reabertura de novos negócios. Em Goiânia, imobiliária foi criativa para conciliar as medidas preventivas com o atendimento. Empresa adotou drive thru e entrega delivery de chaves_

Diferente do que se poderia imaginar, o mercado de locação, tanto residencial quanto comercial, está aquecido em Goiânia, mesmo neste momento de pandemia. Esta é a percepção de especialistas da URBS Imobiliária, uma das maiores empresas do setor em Goiás. Para se ter uma ideia, só no mês de junho, a empresa registrou um aumento de 19% no fechamento de contratos, na comparação com o mesmo mês no ano passado.

“Registramos uma movimentação muito boa em junho e em julho, que tradicionalmente é um mês bom para este mercado, o segundo melhor do ano, registramos um movimento melhor ainda”, avalia o gerente de locação da imobiliária, Marcell Abrantes de Castro. Ele afirma que o aumento no fechamento de contratos coincidiu com o momento de retomada parcial das atividades econômicas na capital, depois de um período de maior isolamento social em abril e maio.

“A pandemia foi mais uma pausa num ano que prometia ser muito bom. Em janeiro registramos o maior volume de fechamento de contratos de locação, o maior registrado, nestes mais de 40 anos da empresa”, destaca. Outro motivo para o bom desempenho da empresa foi estar com a digitalização de processos já consolidada. Mesmo antes da pandemia, locadores e locatários podiam realizar todas as etapas da locação via internet, inclusive a assinatura do contrato. “A única etapa presencial era a entrega de chaves e, para isso, implantamos o drive thru e a entrega delivery, que devem continuar mesmo agora com a autorização de abertura das empresas”, disse Marcell.

Ele ressalta que a necessidade do imóvel continuou, apesar da pandemia, daí o aquecimento do setor, especialmente no segmento residencial. “No caso do comercial, houve queda, porém o período agora está se configurando como uma oportunidade para quem está à procura de endereços mais nobres, já que há maior abertura de negociação”, diz.

*Imóveis mais procurados*

De acordo com a diretora de locação da URBS, Luciana Fleury, esse aquecimento da movimentação do mercado de locação em Goiânia tem se dado por diversos motivos, de pessoas que buscam por um imóvel maior para montar um home-office em casa, ou querem mais conforto ao alugar uma casa num condomínio fechado. “Aumento muito a procura por casas em condomínios fechados. Há pessoas inclusive que buscam fazer um contrato de locação por seis meses, ou seja, família querendo passar esse momento de pandemia num lugar maior e com mais conforto”, explica a executiva.

Luciana afirma que outro perfil de imóvel que também tem sido muito procurado para alugar são apartamentos mobiliados, que têm sido locados por muitos profissionais de saúde que estão atuando na linha de frente da pandemia da Covid-19 “O objetivo é evitar a transmissão da contaminação para suas famílias”, destaca a diretora.

Com relação ao comercial, Luciana Fleury aponta que tem sido grande a procura por imóveis de rua e galpões industriais. “Os galpões sempre tiveram uma boa procura, mas nestes tempos de pandemia isso aumento, muito em função de grandes redes de varejo, que com a necessidade de as pessoas ficarem mais em casa estão vendendo muito mais pela internet, e Goiânia, até por sua localização estratégica privilegiada, tem sido muito procurada por essas grandes redes”, explica.

O empresário Eziley Barbosa está entre os que conseguiram expandir os negócios, mesmo em tempos de pandemia. Ele e o sócio alugaram há menos de um mês um galpão no setor Vila Brasília, em Aparecida de Goiânia. O local abrigará uma linha de montagem de terminais de autoatendimento e serviços prestados de forma digital. “Adquirimos uma máquina que faz cortes a lazer e moldes em chapas de metal usada para a montagem dos nossos hardware. Esse era um serviço que antes terceirizamos e hoje conseguimos fazermos nós mesmos com a aquisição dessa nova tecnologia, por isso a necessidade de um espaço maior”, revela o empresário. A Index, empresa da qual Eziley é sócio, trabalha com o desenvolvimento de soluções tecnológicas em autoatendimento, controle de filas e prestação de serviços de forma online.