Obra analisa como empresas tiveram sucesso na região
Livro oferece guia para atuar no Mundo Árabe
Obra do especialista em estratégias de marketing e pesquisas de mercado Rubens Hannun analisa como empresas conseguiram ter sucesso na região
Atuante há algumas décadas nos bastidores do comércio entre o Brasil e o Mundo Árabe, o especialista em estratégias de marketing e em pesquisas de mercado Rubens Hannun acaba de lançar um livro com orientações para profissionais, estudantes e empresários interessados na internacionalização de negócios nos países da Liga Árabe.
Editado pelo Grupo Novo Século, “Brasil e Mundo Árabe: Negócios, Marketing e Diplomacia Econômica Ampliada” destaca a importância da relação comercial do Brasil com o bloco, experiências reais de negociações, além de cases de empresas bem-sucedidas na região que souberam evitar equívocos adequar produtos, serviços, processos de marketing e de comunicação à cultura local. Também aponta oportunidades e faz uma análise do potencial da relação bilateral de forma clara e objetiva.
A publicação é baseada na experiência de Hannun com pesquisas em países árabes à frente de sua empresa, a H2R Insights & Trends, na atuação como cônsul honorário da Tunísia em São Paulo e como presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira entre 2017 e 2020. Neste período, aliás, Hannun, junto com o governo brasileiro, esteve diretamente envolvido nos esforços para contornar os atritos causados pelo anúncio da mudança de embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém e pela Operação Carne Fraca, episódios que impuseram dificuldades, mas foram superados, acabaram permitindo que o Brasil avançasse no comércio com a região.
Ao longo dos dez capítulos da obra, Hannun enfatiza a importância de os empresários se disporem a construir relações com interlocutores árabes. De acordo com ele, na cultura negocial árabe, mais importante do que adquirir produtos dentro de preços, prazos, especificações desejados, é haver confiança entre as partes e disposição a uma relação perene, o que pode tornar negociações mais longas do que em outras partes do mundo. “Eles [os árabes], de fato, prezam um relacionamento que vai além da compra e venda. Eles querem saber com quem estão falando. Não há ali apenas um vendedor, mas uma pessoa com uma vida, uma família”, escreveu o autor.
Além da disposição para construir confiança com seu interlocutor, o estrategista e consultor destaca que o empresariado árabe também demanda produtos e serviços que incorporem certos valores da cultura, o que fica claro na série de cases selecionados pelo autor. Entre os cases analisados, Hannun destaca, por exemplo, o do Mc Arabia, sanduíche comercializado na região pela cadeia americana de fast food McDonalds.
Além de folhas e especiarias da culinária árabe, o Mc Arabia tinha frango halal, de produção conforme às tradições do islã, e um pão que se assemelha aos disponíveis localmente. Seu comercial apresenta uma família árabe comum num restaurante da rede, dando destaque a uma criança ansiosa para provar o sanduíche, mas que era gentilmente lembrada pelos adultos de que teria de esperar a pessoa mais velha à mesa começar a comer antes de saborear o seu lanche, como é o costume na região.
Segundo Hannun, o esforço de compreender e adaptar produtos, serviços, comunicação e marketing a tradições culturais é essencial para o sucesso das empresas e também para a diplomacia comercial. “Um adido agrícola não tem somente de destacar a qualidade dos produtos do agronegócio, mas a importância social e ambiental do setor, em linha com expectativas já manifestas pelo consumidor e por governos árabes”, afirma.
Hannun define esse tipo de diplomacia como “Diplomacia Econômica Ampliada”, que se preocupa com o incremento do comércio entre países e também com o fortalecimento dos demais laços. Assim, uma diplomacia ampliada requer investimento, por exemplo, em ações culturais, esportivas e outras ações baseadas no respeito à cultura local, para favorecer a estima recíproca entre os povos e que reflitam de forma positiva a imagem dos produtos.
Como exemplo de ação nesse sentido, o pesquisador destacou o evento Brazilian Festival organizado em 2018 pela Câmara Árabe no shopping Yas Mall, na capital emiradense Abu Dhabi. A ação contou com a participação de personagens da Turma da Mônica, levados pela Maurício de Souza Produções, e outras marcas brasileiras.
“As atrações culturais, como era de se esperar, ganharam a simpatia do público árabe e forte exposição positiva na mídia local”, escreveu Hannun. “O saldo final foi altamente positivo, pois as empresas expositoras conseguiram contatos, e houve, inclusive, negócios fechados ainda no evento e que perduram até hoje”, seguiu.
O livro “Brasil e Mundo Árabe: Negócios, Marketing e Diplomacia Econômica Ampliada” tem prefácio do ex-presidente Michel Temer e do secretário-geral da União das Câmaras Árabes, Khaled Hanafy.
A obra conta com apoio cultural de Casa Árabe, Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, International Halal Academy, Fambras Halal, Núcleo de Estudos dos Mercados Árabes e Islâmicos e H2R Insights & Trends.
Livro: Brasil e Mundo Árabe: Negócios, Marketing e Diplomacia Econômica Ampliada
Autor: Rubens Hannun, Editora Novo Século
Preço: R$ 103,92
Onde Comprar: Amo Ler, e-commerce do Grupo Novo Século: https://www.amoler.com.br/brasil-e-mundo-arabe-negocios-marketing-e-diplomacia-economica-ampliada