Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), ou simplesmente lúpus, é uma doença inflamatória com causas ainda desconhecidas que faz com que o próprio organismo ataque órgãos e tecidos do corpo. O nome significa ‘lobo’, em latim, porque o médico francês Pierre Lazenave, que estudava a doença no século XIX, observou que um dos sintomas, as feridas na pele, eram similares a mordidas do animal.
Ainda há muito a ser descoberto sobre o lúpus, mas um dos maiores avanços das últimas décadas é a possibilidade de realizar um diagnóstico assertivo para a doença, permitindo tratamentos que podem amenizar os sintomas no paciente. Dentre eles, estão lesões na pele, dor e inchaço, principalmente nas articulações, inflamação e inchaço de órgãos, além de alterações no sangue, como anemia e inflamação de pequenos vasos sanguíneos.
Embora não haja um teste específico para a enfermidade, os chamados ‘marcadores’, somados à análise clínica, podem avaliar a existência da doença. Pacientes com suspeita de LES podem realizar exames que avaliam a existência de autoanticorpos, que são anticorpos que agem contra o próprio organismo — uma das características do lúpus.
“Um dos principais exames é o chamado Fan Anticorpos (Anti-núcleo), que avalia a presença dos autoanticorpos a partir de uma amostra de sangue do paciente com suspeita de lúpus. Não tem pré-requisitos e o resultado fica pronto em cinco dias úteis”, explica a assessora científica do Sabin Diagnóstico e Saúde, a biomédica Juliana de Carvalho Bezerra.
A disponibilidade de exames pode variar em cada laboratório. No Sabin, são 12 marcadores que podem auxiliar no diagnóstico da doença. Dentre eles, estão: Anticoagulante Lúpico, Anti-DNA, Anti-Smith e Nucleossomo (Anticorpos Anti). Todos são testes para detectar a presença de autoanticorpos em diferentes partes do organismo.
“Vale ressaltar a importância de sempre consultar o médico, já que parte dos marcadores para diagnóstico de lúpus também pode estar presente em outras doenças autoimunes ou infecções. É o caso do Anticoagulante Lúpico, que pode ocorrer em pacientes com HIV/Aids”, afirma a assessora científica.
Outra observação necessária, e que também destaca a importância de um médico no diagnóstico, é o fato da lúpus ter dois tipos principais: o ‘cutâneo’, que se manifesta apenas com manchas avermelhadas na pele, principalmente em áreas com maior exposição solar; e o ‘sistêmico’, quando órgãos internos são acometidos.
Celebrado em 10 de maio, o Dia Mundial do Lúpus é marcado por ações de conscientização a respeito da doença. A data é patrocinada pela Federação Mundial de Lúpus, um grupo de organizações de pacientes em todo o mundo. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) estima a existência de 65 mil pessoas com a doença, sendo a maioria mulheres.
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