O programa Alô Daisy.
* Mauro Magalhães.
* Empresário e ex-deputado.
Criado em 1971, na Rádio Nacional do Rio de Janeiro, o Programa Alô Daisy completaria cinco décadas, esse ano .
Apresentado pela querida Daisy Lucidi ( 1929-2020), que faria 92 anos em 10 de agosto, foi o primeiro projeto de rádio a divulgar prestação de serviço, dirigido à população carente e produzido de modo a que todos pudessem reclamar dos problemas do Rio de Janeiro.
A vinheta dizia “Um programa para a mulher. Um programa para você. ”
Com o auditório lotado, naquele prédio da Rádio Nacional, na Praça Mauá, Daisy recebia seus convidados e conseguia ajuda para quem precisasse.
Cadeiras de rodas, cestas básicas e até empregos eram conseguidos ali.
Além de atriz e jornalista, Daisy tinha experiência de serviço social (no início de sua juventude , fez um curso de serviço social).
Já tinha participado em programas de auditório, na Rádio Nacional, como o Seu Criado , Obrigado, de César Ladeira.
A transmissão era de segundas a sextas.
Fátima Bomfim, Astrid Nick, Beatrix Komora participaram da equipe , assim como Nilza Mendes, a fiel assessora.
Daisy tinha um prestígio enorme. Cobrava providências das autoridades para problemas da população.
Havia quadros com reportagens ao vivo, nas ruas.
Participei muitas vezes.
Durante anos. Como convidado do quadro Agora é que são eles. Que ia ao ar todas as quartas , com um grupo formado apenas por homens.
O debate somente com mulheres acontecia todas as sextas.
Nos dois quadros havia políticos, profissionais liberais, artistas. Os ouvintes faziam perguntas.
Também havia a participação ao vivo de artistas famosos.
Conheci Daisy Lucidi , nos anos 60, quando ela era atriz e estava casada com o inesquecível locutor esportivo Luíz Mendes.
Falecido em 2011, Luíz Mendes me convidava para participar de um programa que ele tinha, na rádio. Viajamos muitas vezes juntos para jogos do Brasil.
Nos anos 70, por causa do enorme prestígio que ganhou com o Programa Alô Daysi, a grande atriz e radialista resolveu se candidatar .
Foi vereadora e deputada estadual.
Disciplinada , trabalhou até os 90 anos.
Infelizmente, ela morreu ano passado, de Covud-19.
Nos últimos anos, havia retornado à televisão. Em Paraíso Tropical , de Gilberto Braga, viveu a inesquecível síndica de um prédio em Copacabana.
Tinha uma saúde excelente. Mas, não resistiu à pandemia.
Em 2015, ela recebeu o Troféu Haroldo de Andrade, pelo Conjunto da obra.
Todas as minhas homenagens à querida Daisy Lucidi.