Por Mauro Magalhães – Ex-deputado e empresário.
Ainda não se escreveu, como se deve, sobre a história do abastecimento de água no Rio de Janeiro.
Se eu tivesse tempo hábil, escreveria um livro sobreo abastecimento, a adutora do rio Guandu, as outras auditoras, e as muitas obras que foram realizadas para que a população do Rio de Janeiro pudesse ter água, em suas torneiras.
Governantes de diferentes ideologias atuaram para melhorar o abastecimento de água no Rio de Janeiro.
E, entre eles, destacou-se, o ex-governador Carlos Lacerda ( 1914-1977),de cujo governo , no antigo Estado da Guanabara, fui líder, na Assembleia Legislativa.
O governador Leonel Brizola ( 1922-2004), que era engenheiro de profissão e de quem, também fui amigo, depois dos anos 80, ampliou o abastecimento da adutora do Guandu para a região do Grande Rio, em seu primeiro governo ( de 1983 a 1987).
A história do abastecimento de água no Estado do Rio começou quando os portugueses chegaram aqui. E, quando os franceses, nos tempos de 1500 e poucos, na Ilha de Villegagnion, passaram a usar a água do rio Carioca, cedida pelos índios Tamoyo.
A situação de abastecimento, na época do governador Estácio de Sá, em 1565, já era complicada.
Uma das primeiras obras de saneamento da cidade foi realizada em 1614, a pedido dos padres franciscanos, que intercederam ao Conselho da Câmara, na época, a melhorar o esgoto regular.
Em 1723, foi construído o Aqueduto Carioca.
Em 1850, foi construído o reservatório de Caixa Velha da Tijuca, em 1867, o reservatório da Quinta da Boa Vista, em 1868, o Laboratório da Ladeira do Ascurra, em 1874, no Morro inglês e no Morro do Pinto.
No Estado do Rio de Janeiro, em 1892, foram iniciadas obras de captação de águas para Niterói , oriundas da Serra de Friburgo, além da Barragem de Paraíso, em Teresópolis.
Em 1940, foi construída a primeira adutora de Ribeirão das Lajes. E, em 1951, surgiu o planejamento para suprir as necessidades de água da população, até 1970. E, o manancial escolhido foi o rio Guandu.
Em 1966, foi inaugurada a segunda adutora do Guandu, a Adutora Veiga Britto
Em 1957, foi criada a Sursan, depois, a CEDAG, Companhia Estadual de Águas da Guanabara, e, em 1975, a CEDAE.
Ainda hoje, nem todos os moradores do Estado do Rio de Janeiro são beneficiados pelo sistema de abastecimento de água.
É claro que, dos tempos da falta d’água e da lata na cabeça, muita coisa melhorou.
O maior problema, hoje, é o de manter a qualidade da água que será consumida pelos habitantes das cidades.
O tratamento da água é fundamental para que se previna de doenças e contaminações.
A falta de investimentos em pesquisas científicas nesse setor é lamentável.
O problema do abastecimento e do saneamento básico não é preocupante somente no Rio de Janeiro, mas em todo o Brasil. E, as autoridades devem estar sempre atentas à essa questão.